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Livro-reportagem: um gênero jornalístico que vem atraindo cada vez mais pesquisadores na UFMA

Publicado em: 09/07/2019

SÃO LUÍS – O livro-reportagem é um gênero jornalístico que tem por principal função possibilitar que o jornalista saia do imediatismo e traga para o público um grande conteúdo, seja questões sociais, históricas ou biográficas do país ou do mundo, que muitas vezes não é possível encontrar nas produções diárias. Esse gênero, que, muitas vezes, se apossa do jeito mais literário de se escrever, costuma chamar muita atenção de alunos do curso de Comunicação que desejam fazer como trabalho de conclusão de curso um livro-reportagem.

Na visão do professor do curso de Comunicação Social - Jornalismo na UFMA-Câmpus Imperatriz, Alexandre Zárate Maciel, a possibilidade de se produzir um livro-reportagem na Universidade é uma oportunidade incrível. “Considero fazer um livro-reportagem na Universidade como um projeto de TCC um excelente caminho, é um universo fascinante que permite exercitar o jornalismo na sua plenitude”, relata. Ele listou tópicos sobre como é a produção de um livro-reportagem, que podem ser conferidos abaixo.

Etapas da Produção

1 – Escolha do tema

É preciso ser um tema amplo, que não fique desatualizado após a publicação. Deve ser algo que trate de uma problemática, um fato histórico, além de factual. 

2 – Pesquisa documental

Para fazer isso, é preciso agir jornalisticamente, com muita paciência, ir atrás de tudo que estiver relacionado com o tema: entrevistas, cartas biografadas (se for um livro-reportagem biográfico), entre outros. Toda pesquisa documental que pode vir a ajudar na obra.

3 – Reconstrução minuciosa dos fatos

É procura das respostas para as famosas perguntas do lide (quem, quando, onde, como, por quê, o que). Com os dados encontrados, pode-se recriar o cenário no qual se desenvolveram os fatos que serão narrados no livro.

4 - Reconstituição de ambientes e épocas

Para que se entenda melhor a história que está sendo narrada, é bom — e na maior parte das vezes necessário — contextualizar o leitor sobre o momento histórico no qual o fato está ocorrendo.

5 - Reproduzir diálogos com o máximo de exatidão

Isso torna o texto mais vivo, dá uma riqueza especial e deixa a história mais humana. Pode-se e deve-se usar essa prática sem abuso, desde que não se interrompa a linha narrativa.

6 - Evitar passagens abruptas de um assunto para outro

O ideal é sempre fazer ligações entre um parágrafo e outro, inclusive entre um capítulo e o próximo. É importante ter isso em vista quando se monta a estrutura do livro, o índice. Deve-se manter uma linha lógica.

Outras dicas

Produzir um livro-reportagem demanda um tempo mínimo para que os jornalistas consigam se aprofundar e contar toda a narrativa da maneira correta, como comentou o professor. “Por não ter um prazo de fechamento imediato, o jornalista deve analisar cuidadosamente o seu material, pois, no final, é o seu nome que vai estar no livro. É algo que vai ficar na história da sociedade”, afirmou.

Para os alunos que desejam fazer um livro-reportagem, o material exige organização a partir do sexto período, afirmou Zárate. “O cronograma do TCC é um tempo relativamente curto para uma produção como essa. Por esse motivo, oriento meus alunos a ir procurando os materiais, fazendo entrevistas e reportagens quanto antes, não deixar apenas para os seis últimos meses de curso”, explicou.

A aluna da disciplina de Seminários de Jornalismo do curso de Comunicação Social – Jornalismo do Câmpus São Luís Raíssa Sales entrou na graduação já com a ideia de trabalhar a parte mais literária do jornalismo e por esse motivo resolveu participar da disciplina, que tem como atividade final a produção desse gênero.

“Para mim foi maravilhoso. Desde o começo, nós trabalhamos com alguns livros-reportagens, discutimos sobre eles, sobre a narrativa escolhida pelos autores, o cuidado para contar aquela história, e com isso nós percebemos que é um desafio você contar a história de alguém que confiou a você esse trabalho”, relatou.

Os Sertões: o primeiro livro-reportagem brasileiro

Relatar acontecimentos diários de uma forma mais leve e extensa não é algo tão recente na história da sociedade brasileira. Um dos casos mais lembrados foi a Guerra de Canudos – conflito entre o governo contra os moradores do Arraial de Canudos, de 1896 a 1897 – contada pelo jornalista Euclides da Cunha, que acabou virando a obra “Os Sertões”, primeiro romance-reportagem da literatura brasileira.

Confira mais sobre a obra e o romance-reportagem

Sobre o professor

Alexandre Zárate Maciel possui graduação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), mestrado em Ciências da Informação pela Universidade de Brasília (UNB) e doutorado em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tem experiência com o jornalismo impresso e narrativo, construção de personagens no jornalismo, técnicas de reportagem e na produção de livro-reportagem.



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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Patrícia Carvalho
Última alteração em: 09/07/2019 17:51

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