UFMA

SÃO LUÍS - O III Simpósio de Cuidados Farmacêuticos (Cuidafarma), com o tema “Desenvolver, incluir, cuidar”, teve início nesta quarta, 13, em cerimônia realizada no Auditório Central da UFMA. Promovido pela Universidade em parceria com os Conselhos Federal e Regional de Farmácia, o evento tem o objetivo de discutir os cuidados farmacêuticos nos âmbitos acadêmicos e do mercado de trabalho, uma vez que envolvem tanto os profissionais da área quanto os próprios pacientes.

A abertura ocorreu por meio da mesa-redonda “Inclusão no ensino e no exercício da profissão: desafios e perspectivas”, ministrada pela docente e coordenadora do curso, Patrícia de Maria Silva Figueiredo. Na ocasião, foram discutidas formas de tornar o curso de Farmácia mais acessível a pessoas com alguma deficiência. De acordo com a docente, a ideia da abordagem surgiu com a chegada de um aluno surdo no curso, e foi necessário o desenvolvimento de mecanismos para a adaptação do modo de ensino ao discente.

“Vemos que esse assunto da acessibilidade na área da Farmácia ainda é pouco discutido. E o que queremos aqui é que esse aluno com alguma deficiência tenha o direito de aprender e de se formar, e nós precisamos nos adaptar. A adaptação é um desafio, e a Universidade, por meio do Núcleo de Acessibilidade, tem feito isso, introduzindo-o no curso sempre respeitando suas limitações”, afirmou.

Também foi convidada para fazer parte da mesa-redonda a aluna Juliana Antunes Queiroz, primeira estudante surda a concluir o curso de Odontologia no Maranhão.

Aprender a cuidar

Coordenadora geral do evento, a professora Maria Luíza Cruz explicou que a área do cuidado farmacêutico está diretamente ligada ao paciente, no entanto, com o desenvolvimento de medicamentos industrializados, passou a existir um distanciamento entre o profissional farmacêutico e o próprio paciente e os medicamentos manipulados.

“Muitos farmacêuticos não consideravam bonito irem para a farmácia porque esses locais passaram a ser mais um ponto de compra e venda de medicamentos do que um estabelecimento de saúde. As pessoas chegam com uma receita, compram um medicamento e vão embora. E muitas vezes o farmacêutico não está mais presente para acompanhar esse processo o que levou ao afastamento do farmacêutico com o público”, destaca.

Ela também reitera que é necessário trazer a discussão para o contexto local: “Um dos propósitos desse simpósio é ampliar o horizonte, porque, aqui no Maranhão, a gente está muito distante do que acontece no restante do país. Não é o forte da formação, ainda, preparar o farmacêutico para o cuidado”.

A programação do Simpósio vai até o próximo sábado, 16. Confira mais informações no site do evento.

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Tatiane Raquel
Última alteração em: 14/03/2019 15:33