Palavra do Reitor
Escrevo este artigo a propósito de chamar a atenção mais uma vez para uma importante questão de saúde bastante discutida em todo o mundo. No próximo dia 13 de março, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) realizará a sexta edição do dia mundial do rim, órgão essencial ao corpo humano por agregar funções excretórias, regulatórias e endócrinas.
As pesquisas epidemiológicas recentes apontam o aumento crescente da ocorrência do adoecimento do rim em todas as faixas de idade da população, com ocorrência maior em pessoas acima dos 40 anos. Cerca de 70% descobrem a doença tardiamente, ou seja, quando a função renal de filtragem, que é a mais conhecida da população, encontra-se em estado crônico grave. Relatório da Sociedade Brasileira de Nefrologia do ano de 2012 revela o que os profissionais têm percebido em sua prática diária em ambulatórios e hospitais: um quadro que apresenta característica epidêmica no registro de novos casos de doentes renais. Em 2000, havia pouco mais de 42 mil pessoas em hemodiálise (HD), a principal forma de tratamento renal substitutivo. Na estatística do ano de 2012, esse número mais que dobrou, chegando a impressionantes 97,5 mil pessoas em HD. A estimativa feita no ano passado mostra que mais de 100 mil pessoas estão nessa condição. Como mais de 84% dos custos com o tratamento – incluindo a diálise peritoneal, outra forma de tratamento – são realizados pelo Ministério da Saúde, os valores passam de 2,2 bilhões de reais por ano, sem contar com as medicações e os transplantes.
Esses levantamentos também refletem o que o Relatório Lalonde (1974) mostrou: a interação dos agentes biológicos, ambiente e estilo de vida definem a maioria das doenças com características crônicas e causas de mortalidade no mundo. No caso da doença renal, mais de 62% dos casos se devem à hipertensão (33,8%) e à diabetes mellitus (28,5%), comorbidades relacionadas à obesidade, à vida sedentária, aos traços familiares, à dislipidemia e ao tabagismo. As duas são combatidas com programas do Ministério da Saúde, que trabalham, fundamentalmente, com a prevenção junto a populações de risco, as quais podem, e muito, se beneficiar com essas iniciativas.
O Hospital Universitário Presidente Dutra, referência no tratamento do rim no Estado e na região Norte/Nordeste, age em todas as frentes de cuidado – seja na prevenção, seja no tratamento que abrange a assistência ambulatorial para acompanhamento do tratamento conservador, a hemodiálise, diálise peritoneal e o transplante renal, o qual vem sendo realizado desde março de 2000.
Recentemente – ainda que a estrutura funcione há cerca de quatro anos – foi inaugurado oficialmente o Centro de Prevenção de Doenças Renais, com a presença do Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, e do Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Daniel Rinaldi. O Centro conta com uma equipe multiprofissional, formada por especialistas, mestres e doutores nas áreas de Assistência Social, Educação Física, Psicologia, Nutrição, Terapia Ocupacional, Farmácia e Enfermagem. Esse modelo é também um dos pilares das ações do Hospital Universitário em outras especialidades de saúde oferecidas à população, pois possibilita um atendimento diferenciado.
Entretanto, preocupados com o avanço da capacitação dos profissionais que operam nessa área, fomos além. Em breve, o Centro abrigará um projeto inovador e inédito no Brasil: o curso de especialização em Nefrologia Multidisciplinar, promovido pela Universidade Aberta do SUS – UNASUS/HUUFMA, que será ofertado na modalidade Ensino a Distância (EAD), este mediado por tutores, para interessados em todo o território nacional. O curso terá duração de 390 horas e, no primeiro momento, serão disponibilizadas mil vagas. Também teremos cursos autoinstrucionais e, em sintonia com o avanço das modernas tecnologias midiáticas, será proposto um jogo educativo sobre nefrologia multidisciplinar, como ferramenta permanente de apoio aos profissionais da área.
Não poderia deixar de mencionar ainda que no Centro de Prevenção é desenvolvido o projeto PrevRenal, cuja pesquisa tem sido executada desde 2011 entre os quilombolas da região de Alcântara, que estão distribuídos em 32 comunidades com uma população total de 1.513 pessoas. O projeto envolve cerca de 100 profissionais, todos do Hospital Universitário/UFMA, os quais periodicamente se deslocam até as comunidades para a realização de variadas atividades, objetivando fazer um levantamento do perfil clínico dos habitantes, com ênfase na identificação da diabetes, da hipertensão, das doenças renais, do índice de nutrição e de outras alterações. Ao final do projeto, será montado um perfil epidemiológico de uma população brasileira, que servirá como modelo para outras intervenções em grupos semelhantes. Na edição trimestral (abril/maio/junho/2013), esse estudo foi objeto de reportagem e capa da revista “SBN Informa”, órgão oficial da Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Assim, agindo em todas as frentes – na prevenção, no tratamento, na informação, na orientação e na qualificação constante dos profissionais que atuam em benefício dessa significativa causa –, esperamos contribuir para o esclarecimento e engajamento da sociedade acerca de uma grande verdade: cuidar dos rins é viver mais e de forma saudável.
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC
Publicado em O Estado do Maranhão em 16/01/2014
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