Palavra do Reitor
A Casa do Estudante no Campus do Bacanga da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) deverá ser entregue aos estudantes em meados do segundo semestre de 2014. Isso é o que afirma o reitor da UFMA, professor Natalino Salgado.
A questão da residência estudantil, que originou o impasse e os protestos de estudantes, que duraram mais de 10 dias e que teve como ações, interdições da Avenida dos Portugueses e da entrada da universidade, além de três alunos que se acorrentaram e fizeram greve de fome, foi o principal assunto abordado pelo reitor em entrevista concedida à reportagem de O Imparcial.
Além da questão da residência estudantil, Natalino Salgado falou também sobre as várias obras que foram ou estão sendo feitas na Cidade Universitária. As prioridades para os últimos dois anos de gestão à frente da universidade, também foram abordados pelo reitor.
O Imparcial – A reclamação dos estudantes era que o prédio que está sendo preparado para ser a Centro de Assistência Estudantil, deveria ser a Casa do Estudante dentro do campus. Em algum momento, foi anunciado que o prédio seria destinado à residência estudantil?
Quantas moradias universitárias são disponibilizadas aos estudantes da UFMA e qual a situação delas?
São três casas estudantis: Luragb (feminina) e Ceuma e Reufma (masculinas), localizadas no Centro Histórico de São Luís, ocupadas atualmente por 84 estudantes. Quando assumimos a reitoria em 2008, nós encontramos estas duas últimas, literalmente destruídas. Foi gasto R$ 500 mil em reforma e adaptações. Criamos um ambiente agradável, climatizamos, fizemos salas de estudo e de informática. Já na residência feminina, os problemas são mais complicados, porque o prédio é antigo e requer manutenções com mais frequências. Mesmo assim, fizemos várias intervenções. O problema é que, nem todos os alunos contribuem para a conservação dos prédios. Hoje temos um edital com fluxo contínuo, que foi construído com os próprios estudantes, onde o aluno pode se inscrever e há um processo de seleção. Nesse processo é analisado se o estudante se enquadra nos critérios do edital. Esse mesmo sistema continuará sendo utilizado para a Casa que será construída no campus.
Como será o processo de construção da Casa do Estudante dentro do Campus do Bacanga?
A casa será construída dentro da legalidade. A primeira providência foi baixar a Resolução 191 de 03 de dezembro de 2013, que cria um órgão suplementar dentro da estrutura da universidade, ligado à reitoria, que vai atuar na questão da moradia estudantil na UFMA. Como é um órgão suplementar, ele pode receber recursos específicos. Por meio dessa resolução é determinada a construção da Casa do Estudante dentro do campus. Enquanto a residência tiver sendo construída, foi acordado que os estudantes ocuparão o prédio onde funcionará o Centro de Assistência Estudantil, porém isso apenas ocorrerá quando ela for concluída, isso em três ou quatro meses. A respeito do processo de construção, já foi delegado ao Departamento de Arquitetura da universidade, a elaboração de um projeto que atenda 120 alunos, 60 homens e 60 mulheres, dentro dos padrões de moradia estudantil. No prazo de 90 dias, o edital de concorrência pública, será publicado. Depois teremos mais 45 dias para formalizar o contrato com a empresa que ganhar a concorrência. Já acertei com o Ministério da Educação, a liberação de recursos para a construção e após isso, serão mais seis ou oito meses para concluir o prédio. Isso quer dizer, que a Casa do Estudante será entregue ainda no segundo semestre do ano que vem.
Uma residência estudantil dentro do campus vai mudar a rotina da universidade?
Hoje já temos um fluxo intenso de pessoas dentro do campus da universidade, tanto que ela virou uma Cidade Universitária e é um espaço aberto. Como todas as atividades são encerradas às 23h e às 6h já tem pessoas circulando pelas dependências do campus, nós teremos apenas um período noturno livre de atividades, e eu espero que nesse período, os alunos estejam dormindo. Dessa forma, não acredito que a Casa do Estudante não vá interferir na rotina do campus, até porque, para essa casa funcionar, ela vai ter regras rigorosíssimas, de uso, de conservação, com a proibição de drogas, de bebidas. Serão regras rígidas para a seleção e para uso da residência.
Várias obras estão em andamento hoje no Campus do Bacanga. Que obras são essas, quais já foram concluídas e quais ainda estão sendo construídas?
Nós já concluímos cerca de 90% das obras que planejamos. Temos hoje uma grande estrutura física, com avenidas, iluminação, anfiteatro, laboratórios, uma biblioteca, que mesmo sendo improvisada, foi ampliada e com a duplicação do acervo, que hoje conta com mais de 330 mil livros, isso além da nossa biblioteca virtual, com 1 bilhão de exemplares. Mas estamos construindo a maior e melhor biblioteca das instituições federais da região Nordeste, que será inaugurada ano que vem. Outra grande obra já concluída, foi a urbanização da Cidade Universitária, que já está em mais de 90% pronta. Temos ainda o Centro Pedagógico Paulo Freire e o Centro de Convenções, que faltam apenas ser para ser inaugurados.
O que o senhor destacaria como prioridades para os dois últimos anos da sua gestão a frente da reitoria da UFMA?
A principal prioridade é consolidar a estruturação dos campi do interior do estado e implantar os novos cursos. São 12 cursos novos que precisam ser implantados na nossa universidade, a maioria deles, estão inseridos no interior, como por exemplo, em Bacabal, onde temos hoje duas licenciaturas, Ciências Humanas e Ciências Naturais, mas será implantado um curso que já existia, mas não era permanente e passará a ser, que Pedagogia do Campo. Ainda em Bacabal, teremos Nutrição e Enfermagem e ainda estamos vendo com o MEC, a possibilidade de em 2015, implantarmos o curso de Medicina. Já em Pinheiro, o curso de Medicina já será implantado em março de 2014, o que também ocorrerá no campus de Imperatriz. Ainda em Pinheiro, serão implantados os cursos de Enfermagem e de Engenharia da Pesca, que terá as práticas na cidade de Cururupu. Outra grande prioridade é a consolidação do campus de Balsas, que foi iniciado agora em setembro. E por fim, queremos consolidar essa transformação, que não é apenas física, de ambiente acadêmico e laboratório, mas de produção do conhecimento, de inovação, de qualidade e, sobretudo de ética e transparência
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