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Palavra do Reitor

A UFMA E O ENEM (parte I)

Todas as 59 universidades federais brasileiras adotarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção para o ingresso de novos alunos em seus cursos de graduação, conforme divulgado recentemente. Na maior parte delas (43), esse Exame – cuja edição anual acontecerá no fim deste mês – substituirá completamente o antigo vestibular que cada instituição realizava, de forma isolada, até há pouco tempo.

Criado em 1998 e transformado em exame seletivo em 2009, esta é a primeira vez que será adotado, parcial e integralmente, por todas as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). É claro que a adesão cresceu à medida que os problemas de logística e de realização do Enem foram diminuindo. Devido a esse progresso, atualmente está muito mais fácil justificar, para o público interno e externo das Instituições, as vantagens do Enem sobre o vestibular e, a partir disso, a decisão de aderir a essa forma de ingresso. De fato, a adesão veio ocorrendo, em parte, por uma indução positiva a partir do próprio MEC. Todavia, as IFES tiveram que vencer as resistências às novidades, principalmente pelo reconhecimento da importância, abrangência e qualidade do novo processo seletivo. No momento em que esse processo apenas começava, as dificuldades e críticas se avolumavam, porém a UFMA com coragem e determinação aderiu integralmente a ele já em sua primeira edição.

Sendo a terceira Universidade Federal brasileira a receber o Enem, a UFMA decidiu utilizá-lo em substituição integral ao seu processo seletivo: vestibular tradicional e isolado. Nesse sentido, nossa Universidade não cogitou sequer aderir “de modo gradual” (como poucas ainda estão fazendo). Essa iniciativa se deu, em primeiro lugar, porque não tínhamos condições logísticas de realizar dois processos seletivos ao mesmo tempo; em segundo, porque não considerávamos justo submeter os mesmos candidatos a duas modalidades seletivas de naturezas tão díspares entre si, com o risco de privilegiar mais alguns poucos já beneficiados por um sistema de Educação Básica ainda muito desigual e aquém do desejável.

Em razão do pioneirismo visionário, recebemos algumas críticas sob a alegação principal de que “as vagas ‘dos maranhenses’ seriam ‘perdidas’ para candidatos de outros Estados da federação”. Mas não nos deixamos intimidar por isso, e mediante uma campanha de esclarecimento público, tendo a Pró-Reitoria de Ensino à frente (na época, o pró-reitor era o Prof. Aldir Carvalho Filho e o diretor de organização acadêmica, o Prof. Manoel Barros Martins), determinamos que a UFMA fosse a campo para explicar à imprensa, às escolas públicas e privadas, aos pais e alunos em geral – por meio de debates públicos, entrevistas, mesas-redondas, materiais de divulgação, entre outros – todos os detalhes e argumentos que a levaram a fazer a opção, com destaque para as vantagens que adviriam para todos que aderissem ao Enem e, em particular, para a população de um Estado ainda tão socialmente vulnerável como era (e é) o Maranhão. 

Explicávamos, desde então, que nossa Universidade é financiada com impostos de todos os brasileiros e que, portanto, suas vagas devem estar abertas a estudantes de todo o País, sem qualquer “reserva de vagas por Estado”, o que configuraria uma situação, além de ilegal, injusta. Insistíamos, naquele momento, que, em virtude do grande atraso de nosso sistema de ensino na Educação Básica, não poderíamos esperar nem mais um minuto para “induzir” as melhorias que um exame como o Enem poderia produzir no sistema como um todo, ao unificar o padrão nacional de exigência educacional, ao requerer uma completa reformulação dos métodos de ensino e ao pressupor a qualidade na formação do discente até o término do Ensino Médio.

Sabemos que os vestibulares tradicionais priorizavam a memória e os adestramentos rápidos, feitos à última hora. Por outro lado, em compensação, por ser concebido como “avaliação de competências” (as quais demoram mais para serem construídas, mas que consolidam as aprendizagens de modo inequívoco, ao contrário da “decoreba”), o Enem é um exame muito mais rico e consistente. Além disso, a sua metodologia científica da Teoria da Resposta ao Item, que embasa a construção técnica da prova, é bastante conhecida e elogiada. O seu banco de questões se aperfeiçoa e se amplia a cada edição. As vantagens do Enem, ao compararmos com os vestibulares tradicionais, são tantas que, inevitavelmente, em algum momento, a adesão alcançaria a todas as IFES. E, agora, enfim, isso aconteceu.  

Não restam dúvidas de que o Enem vem alcançando credibilidade em todas as Instituições de Ensino Superior, tornando-se uma ferramenta educacional importante e eficaz para a verificação de aprendizagens significativas do candidato – as quais foram (ou deveriam ter sido) adquiridas durante toda a sua formação básica – e cada vez mais esse sistema está aprimorando os seus mecanismos de produção, organização, aplicação e controle para que seja utilizado não só como parte, mas também de forma integral no processo seletivo das IFES.

Em resumo, é indiscutível a eficiência desse instrumento de avaliação, pois é capaz de promover mudanças em toda a estrutura do ensino, sobretudo nas práticas pedagógicas, em que a simples memorização vai deixando de existir ao mesmo tempo que se valorizam as experiências e o conhecimento cognitivo do aluno. Dessa forma, continuaremos a tratar, na segunda parte deste artigo, dos benefícios que o Exame Nacional proporciona para as Instituições Públicas Federais Brasileiras que o adotaram.

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC

 Publicado em O Estado do Maranhão em 20/10/2013

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