Você está na versão antiga do portal da UFMA. O conteúdo mais atual está no novo portal.

Obs: algumas funcionalidades, ainda não migradas, podem ser encontradas nesta versão.

Início do conteúdo da página
Início do conteúdo da página

Palavra do Reitor

Democratizando o acesso

Conta-nos a mitologia grega a existência de um centauro chamado Quíron, mestre em todas as artes, criado com esmero pelo deus Apolo. O centauro sabia muito de artes, filosofia, medicina e dedicou grande parte de sua vida a transmitir seus conhecimentos a deuses e a heróis mortais. Uma de suas maiores lições ensinadas às pessoas era a paixão incomensurável pela educação.

A lembrança desse mito foi despertada pela alegria de constatar o impressionante número de inscritos este ano no ENEM. De acordo com informações do próprio Ministério da Educação, mais de sete milhões de candidatos se inscreveram para as provas que acontecem em outubro, superando em mais de um milhão os candidatos inscritos para o exame do ano passado. Realmente é um importante feito, considerando o pouco tempo que esse sistema de acesso ao Ensino Superior está vigendo no país.

Desde 2009, o Ministério da Educação adotou o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) como principal porta de acesso ao ensino superior nas Universidades Federais brasileiras. Ao longo deste período, o número de instituições federais que aderiram ao ENEM vem crescendo ano a ano, incluindo instituições estaduais. Das dez maiores universidades federais, apenas a UFRGS e a UFPE ainda não fizeram a opção por essa forma de avaliação para a concessão de vagas em seus cursos, embora, no caso da universidade nordestina, o ENEM seja utilizado numa primeira fase de sua seleção de alunos.

Talvez muitos não lembrem ou não sabem, mas o ENEM foi criado pelo então ministro Paulo Renato Souza, ainda no governo FHC, em 1998. Nos dez anos seguintes, a prova foi utilizada para avaliar o aprendizado dos alunos do ensino médio em todo o país, a fim de fornecer subsídios para as políticas de melhoria do ensino brasileiro através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Até 2008, a prova tinha apenas 63 questões e não servia para o ingresso na universidade. Foi a primeira iniciativa de avaliação geral do sistema de ensino instituído no Brasil.

Desde a primeira edição do Enem, em 2009, como forma de acesso ao ensino superior, a Universidade Federal do Maranhão optou por esse modelo, pois ele reflete um padrão aplicado principalmente em países desenvolvidos que utilizam sistema semelhante de avaliação em suas instituições de ensino, como é o caso do SAT norte-americano (sigla que significa teste de avaliação escolar, em inglês) e também do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), adotado por membros da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). No caso do Brasil, uma característica a mais se soma a esse objetivo: permitir, em caráter nacional, o acesso democrático do estudante em qualquer universidade brasileira.

Na atual versão, o Enem utiliza a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), já consagrada em exames internacionais. É uma intersecção entre matemática, sociologia e psicometria que permite comparar os alunos mediante respostas que surgem de perguntas que possuem graus variados de dificuldade. O principal resultado do método é a isonomia na avaliação dos alunos. Atualmente, a prova se constitui de 180 questões distribuídas em quatro grandes áreas de conhecimento e mais a redação, numa abordagem que preza a transdisciplinaridade, possibilitando que o aluno utilize mais de um conhecimento para conseguir a resposta certa.

A despeito de inúmeros percalços que o Enem teve de enfrentar (denúncias de vazamento de questões, problemas na logística da distribuição das provas, falhas em avaliações da redação e impressão dos cadernos, etc – todos já superados), atualmente é quase unânime, entre os especialistas, a opinião de que o Enem possibilita a modernização e democratização do ensino público no país. Só para dar um exemplo, elenco três frases em editoriais de um dos maiores jornais do Brasil, a Folha de São Paulo, que antes, cética, hoje reconhece no Enem um grande avanço. Em relação ao primeiro Enem nacional, ainda em 2009, a Folha publicou: “O modelo proposto é promissor e se harmoniza com o projeto de melhorar e modernizar o ensino no Brasil”. Já em 2010, foi divulgada a seguinte nota: “... possui inegáveis méritos. A formulação do Enem se baseia em técnicas modernas de avaliação”. E, finalmente, em 2011, noticiou: “É preciso, porém, distinguir entre as falhas operacionais e o conceito do exame, que é cientificamente preciso e socialmente justo, o que recomenda sua manutenção”.

Os alunos que se submetem ao exame podem obter as seguintes vantagens: bolsa integral ou parcial através do ProUni (Programa Universidade para Todos) e financiamento por meio do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior). Além disso, o Enem, para esses discentes, serve como certificado de conclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), anteriormente conhecido como supletivo. O próprio ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em entrevista recente ao jornal gaúcho Zero Hora, afirmou que a principal diferença entre vestibular tradicional e o Enem é a Isonomia. “Quem tem dinheiro pode pagar cinco, 10 taxas, pegar avião e sair fazendo vestibular pelo Brasil. Outra diferença: hoje o aluno pega a nota dele (no Enem), senta no computador e vai ter 4 mil cursos no Brasil para escolher, pelo Sisu. Fora o Ciência sem Fronteiras, que ele só vai ingressar se fizer o Enem”, relatou o ministro.

Sem dúvida nenhuma, largos passos foram e serão dados para que cada vez mais jovens e adultos possam ingressar na Universidade e conquistar a tão sonhada graduação. Isso prova que estamos no caminho certo, e que, muito em breve, esse crescente interesse pelo ENEM há de redundar em diversos benefícios aos profissionais, pesquisadores e professores, que, à semelhança do centauro Quíron, mudarão vidas e, consequentemente, a realidade de nosso Estado e país.

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC

 Publicado em O Estado do Maranhão em 18/08/2013

 
Mais opções
Copiar url

Necessita-se de realistas

Palavras não encobrem fatos

Acordes para o tratamento renal

As lições das cicatrizes

Sobre o insubstituível

A ciência e o impossível

A luta continua

Porque a vida não espera

Revolução educacional

Quando tudo isso vai terminar?

Quando as pestes nos assaltam

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino

Por uma nova versão da história

E se deixasse de haver ciência?

Entre linhas de luz

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho

Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana

Tempos pandêmicos para secretas lições

Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus

Saúde e educação nas entranhas da cidade

Medicina e Literatura: mais que a vida

Os vírus, as pandemias e as alterações históricas

Ciência a serviço da vida

O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos

O sacrifício da verdade

Efeitos colaterais

Lá fora, sem sair de casa

O cenário das pragas na vida e na literatura

E as lanternas continuam acesas

Para sempre afetuosos

Será admirável o mundo novo?

O gigante aliado no combate ao mal

A (nova) escolha de Sofia

Qual fim está próximo?

Dia Internacional da Mulher

Doença renal: a prevenção começa na infância (II)

Celeiro de excelência

O (velho) novo problema da corrupção

Tempos difíceis

Obreiro do Conhecimento

Uma palavra de gratidão

Salve Mário Meireles!

Luzes para Domingos Vieira Filho

Novos cenários para a inovação tecnológica

A benção, meu pai

Dunas e saudade

A (anunciada) tragédia grega

Uma homenagem a Bacelar Portela

Um poeta, um estadista e um sacerdote

Reivindicação atendida

Dom Delgado, um homem visionário (IV)

Dom Delgado, um homem visionário (III)

Dom Delgado, um homem visionário (II)

Dom Delgado, um homem visionário (I)

Uma reparação histórica

Páscoa: vida nova a serviço do próximo

A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza

Um clamor pelos novos mártires

O legado de Darwin

Excelência no esporte

O essencial é que importa

Contra a intolerância

Menos corrupção em 2015

Contra a intolerância

O brilho de Carlos e Zelinda

A UFMA e o empreendedorismo

Inesquecível Mohana

TJ-MA e a justiça

Valorização da ciência

Novos caminhos para a educação

Ensino para além do tempo e da distância

Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA

O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive

A lição da Copa

A justiça mais próxima do cidadão

No caminho certo

Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só

O legado de fé dos santos juninos

Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior

Espaço de celebração e valorização da cultura

Chagas de ausência

Mais um avanço da UFMA

Considerações sobre pecado e redenção

Páscoa, libelo em favor da liberdade

O dia em que a baixada parou

Anchieta, história de fé e amor pela educação

Um código de conduta para a rede

Um reconhecimento merecido

Vértice de oportunidades

O chamado da liberdade

A solução passa pela família

Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade

Cuidar dos rins é viver melhor

Em defesa dos nobres valores

Contra a exclusão, a formação

Os (des) caminhos da violência

Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos

Uma revolução em curso

Um ano de novas conquistas

A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)

Conhecimento que desconhece fronteiras

Pelo diálogo e pela sensatez

Novos passos rumo à melhoria do ensino

Confissões antigas sobre o Maranhão

Oportunidades e melhorias no cenário da saúde

A ética como aliada da ciência

Merecidas palmas

A UFMA e o ENEM (parte II)

A UFMA E O ENEM (parte I)

(A)Deus, minha mãe

Voto e democracia, simbiose perfeita

Um desafio para o sistema educacional

Sobre despedidas e inícios

Pausa para equilíbrio e reflexão

Um presente à altura de São Luís

Educação que liberta e transforma

À espera de reforços

Democratizando o acesso

A benção de ser pai

Santa madre Igreja

Bem-vindo, Francisco

Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar

E a violência?

Sinal de alerta

Sobre a paz e Santo Antonio

Interiorização: caminho para a emancipação

Quando o meio é a própria mensagem

Mais que um homem: uma lenda (parte II)

Mais que um homem: uma lenda

De poesia e de arte também se vive

Uma reivindicação justa e necessária

Vitória, fruto da perseverança

Inimigo oculto

A ordem natural das coisas

Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento

Exemplo de abnegação e altruísmo

Um ato de reparação

O legado de Bento XVI

E Deus criou a mulher...

Excelência no Continente

O Admirável mundo da química

UFMA: um ano de grandes realizações

Tão perto, tão distante

Natal, tempo de paz e boa vontade

Reconhecimento à Bancada

Reflexões acerca do ano da fé

Medicina: um dom e uma missão

Ensino a distância revoluciona a educação no mundo

Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas

São Luís: as homenagens continuam

A realização de um sonho

Energia limpa: caminho para o desenvolvimento

Investir em esporte para gerar campeões

SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades

O federalismo sob ótica global

Histórias coincidentes de lutas e conquistas

Cultura Universitária x Cidade Universitária

Agradecer também é reconhecer

Diversidade local como solução global

Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar

Valorizar o passado para compreender o presente

Compartilhar saberes, legar conhecimento

A SBPC e os saberes tradicionais

A educação que movimenta o desenvolvimento