Você está na versão antiga do portal da UFMA. O conteúdo mais atual está no novo portal.

Obs: algumas funcionalidades, ainda não migradas, podem ser encontradas nesta versão.

Início do conteúdo da página
Início do conteúdo da página

Palavra do Reitor

De poesia e de arte também se vive

A Universidade, desde seus primórdios, no distante século XII, quando a Europa vivenciou um renascimento cultural e comercial, político e social – o que coincidiu com a consolidação dos primeiros burgos, que mais tarde se tornaram cidades – sempre foi um território da liberdade, expressão, construção e conservação do saber.

Naquele momento, com o choque da cultura oriental (especialmente representada pelos árabes, os quais tinham na Universidade do Cairo sua principal referência) e da ocidental (herdeira do patrimônio tecnológico, político e organizacional greco-romano), inicia-se uma vertiginosa produção de centros de conhecimento por todo o Velho Continente. A primeira universidade nasceu na cidade de Bolonha, Itália, em 1088. No ano do descobrimento do Brasil, já havia setenta universidades na Europa.

Esses centros conservaram tesouros e riquezas que legaram a nós, tantos séculos depois, um espírito inquieto, aberto e promotor de ideias que revolucionaram nosso mundo e continuam, ainda hoje, sendo centros aglutinadores de mentes que atuam na fronteira das mudanças.

A Universidade brasileira é muito jovem. Apenas com a vinda da família real, em 1808, o Brasil teve seus primeiros cursos organizados no que, posteriormente, se tornaria uma universidade na antiga capital, o Rio de Janeiro. O início do século XX registra a organização da maioria das universidades por todos os Estados brasileiros. Assim, a UFMA – que tem apenas 46 anos – sente-se herdeira de uma longa história do conhecimento, da cultura, do saber e do encanto com as artes. Ainda mais porque nossa cidade representa um caleidoscópio de fontes culturais que dão um perfil múltiplo e único às nossas manifestações.

E é justamente sobre esse aspecto – além das realizações e de todos os feitos que foram protagonizados por nossa Universidade no Maranhão e no Brasil – que cabe destacar o que pode ser chamado de pequeno renascimento na valorização das artes no ambiente da Cidade Universitária.

Os cursos de Artes Visuais, Teatro e Música, ao lado de Letras, compõem o pano de fundo de uma realidade mais antiga, de um anseio e impulso que sempre esteve presente na UFMA, especialmente por meio do Departamento de Assuntos Culturais (DAC), que, ao longo do tempo, marcou sua atuação com projetos grandiosos como, por exemplo, o Festival Maranhense de Corais (FEMACO), o Guarnicê de Cinema – agora em sua 35ª edição – e, além disso, com exposições de arte, concursos de poesia e literatura, sempre no intuito de estimular a criatividade, despertar a sensibilidade e possibilitar ricos momentos de interação cultural para engrandecer corações e ouvidos atentos. A esse respeito, Ruy Barbosa preconiza que “não é possível estar dentro da civilização e fora da arte”.

A Universidade Federal do Maranhão, além de estar voltada para a pesquisa, o ensino e a extensão – razão de ser de um ambiente universitário –, sempre buscou um equilíbrio entre a valorização pessoal e profissional de todos que fazem parte da universidade e uma moderna (e necessária) reformulação urbanística e predial aliada a espaços exclusivos para a manifestação das artes, como a Concha Acústica. Painéis de artistas maranhenses emolduram agora as paredes de parte do conjunto arquitetônico da UFMA. Ambientam o concreto, humanizam-no, revelam mensagens novas e releituras de obras clássicas. Tudo isso se faz valorizando o artista da terra.

Em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e com os Ministérios da Educação e do Turismo, alguns de nossos prédios históricos estão sendo recuperados, entre eles: o Palácio Cristo Rei; o Fórum Universitário, que abriga o Mestrado em Direito; e, em fase final de recuperação, a Fábrica Santa Amélia, referencial para os estudantes de Turismo e Hotelaria. Também há projetos em andamento para o Palacete Gentil Braga, sede do DAC, e para o Palácio das Lágrimas. No final de fevereiro, a UFMA foi palco do I Festival de Arte Contemporânea, que reuniu uma multifacetada manifestação artística através das mais diversas linguagens. A programação foi além do espaço universitário, pois também aconteceu em galerias, centro de artes e ambientes públicos.

Rubem Alves diz que toda alma é uma música que se toca. E foi a partir do intento de eternizar em acordes os sentimentos, aspirações e desejos vividos nas almas e pensamentos daqueles que viveram (ou vivem) no ambiente universitário é que foram publicados editais.  Um deles destinou-se à criação do hino da Instituição – o qual foi tocado pela primeira vez durante a realização da SBPC em São Luís, no ano passado, entoado pelo Coral da Universidade, cuja autoria é de Gabriel Asafe Veloso Costa, aluno do curso de Música/UFMA. O outro objetiva a escolha de uma canção de despedida do estudante egresso, a qual possa traduzir o vigor e o colorido da rica experiência universitária (Edital nº 14/2013 Pró-Reitoria de Extensão/PROEX/UFMA). Espera-se que essa canção vencedora marque a vida e história de todos aqueles que passarem pelas salas de aula com as esperanças vivas de seus verdes anos. Pois, como bem lembra Jorge Luis Borges, a música sabe o que sentimos.

Conservar eventos tradicionais, motivar e criar novas experiências artísticas é uma missão da Universidade. Afinal, conforme nos diz Fernando Pessoa: “viver não é preciso”. E nada mais revela com acurácia esta realidade humana do que a (imprecisa) arte. A Universidade Federal do Maranhão vivencia esse despertar. Recordo aqui uma imagem-mensagem de um Cristo em posição ascensional, não o crucificado, que guardo com carinho no gabinete da reitoria. Ele é um símbolo do novo, do nascente, da esperança sempre presente, representativo – e por que não dizer – da nova vida dessa Instituição.


Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC

Publicado em O Estado do Maranhão em 05/05/2013

Mais opções
Copiar url

Necessita-se de realistas

Palavras não encobrem fatos

Acordes para o tratamento renal

As lições das cicatrizes

Sobre o insubstituível

A ciência e o impossível

A luta continua

Porque a vida não espera

Revolução educacional

Quando tudo isso vai terminar?

Quando as pestes nos assaltam

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino

Por uma nova versão da história

E se deixasse de haver ciência?

Entre linhas de luz

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho

Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana

Tempos pandêmicos para secretas lições

Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus

Saúde e educação nas entranhas da cidade

Medicina e Literatura: mais que a vida

Os vírus, as pandemias e as alterações históricas

Ciência a serviço da vida

O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos

O sacrifício da verdade

Efeitos colaterais

Lá fora, sem sair de casa

O cenário das pragas na vida e na literatura

E as lanternas continuam acesas

Para sempre afetuosos

Será admirável o mundo novo?

O gigante aliado no combate ao mal

A (nova) escolha de Sofia

Qual fim está próximo?

Dia Internacional da Mulher

Doença renal: a prevenção começa na infância (II)

Celeiro de excelência

O (velho) novo problema da corrupção

Tempos difíceis

Obreiro do Conhecimento

Uma palavra de gratidão

Salve Mário Meireles!

Luzes para Domingos Vieira Filho

Novos cenários para a inovação tecnológica

A benção, meu pai

Dunas e saudade

A (anunciada) tragédia grega

Uma homenagem a Bacelar Portela

Um poeta, um estadista e um sacerdote

Reivindicação atendida

Dom Delgado, um homem visionário (IV)

Dom Delgado, um homem visionário (III)

Dom Delgado, um homem visionário (II)

Dom Delgado, um homem visionário (I)

Uma reparação histórica

Páscoa: vida nova a serviço do próximo

A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza

Um clamor pelos novos mártires

O legado de Darwin

Excelência no esporte

O essencial é que importa

Contra a intolerância

Menos corrupção em 2015

Contra a intolerância

O brilho de Carlos e Zelinda

A UFMA e o empreendedorismo

Inesquecível Mohana

TJ-MA e a justiça

Valorização da ciência

Novos caminhos para a educação

Ensino para além do tempo e da distância

Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA

O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive

A lição da Copa

A justiça mais próxima do cidadão

No caminho certo

Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só

O legado de fé dos santos juninos

Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior

Espaço de celebração e valorização da cultura

Chagas de ausência

Mais um avanço da UFMA

Considerações sobre pecado e redenção

Páscoa, libelo em favor da liberdade

O dia em que a baixada parou

Anchieta, história de fé e amor pela educação

Um código de conduta para a rede

Um reconhecimento merecido

Vértice de oportunidades

O chamado da liberdade

A solução passa pela família

Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade

Cuidar dos rins é viver melhor

Em defesa dos nobres valores

Contra a exclusão, a formação

Os (des) caminhos da violência

Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos

Uma revolução em curso

Um ano de novas conquistas

A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)

Conhecimento que desconhece fronteiras

Pelo diálogo e pela sensatez

Novos passos rumo à melhoria do ensino

Confissões antigas sobre o Maranhão

Oportunidades e melhorias no cenário da saúde

A ética como aliada da ciência

Merecidas palmas

A UFMA e o ENEM (parte II)

A UFMA E O ENEM (parte I)

(A)Deus, minha mãe

Voto e democracia, simbiose perfeita

Um desafio para o sistema educacional

Sobre despedidas e inícios

Pausa para equilíbrio e reflexão

Um presente à altura de São Luís

Educação que liberta e transforma

À espera de reforços

Democratizando o acesso

A benção de ser pai

Santa madre Igreja

Bem-vindo, Francisco

Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar

E a violência?

Sinal de alerta

Sobre a paz e Santo Antonio

Interiorização: caminho para a emancipação

Quando o meio é a própria mensagem

Mais que um homem: uma lenda (parte II)

Mais que um homem: uma lenda

De poesia e de arte também se vive

Uma reivindicação justa e necessária

Vitória, fruto da perseverança

Inimigo oculto

A ordem natural das coisas

Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento

Exemplo de abnegação e altruísmo

Um ato de reparação

O legado de Bento XVI

E Deus criou a mulher...

Excelência no Continente

O Admirável mundo da química

UFMA: um ano de grandes realizações

Tão perto, tão distante

Natal, tempo de paz e boa vontade

Reconhecimento à Bancada

Reflexões acerca do ano da fé

Medicina: um dom e uma missão

Ensino a distância revoluciona a educação no mundo

Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas

São Luís: as homenagens continuam

A realização de um sonho

Energia limpa: caminho para o desenvolvimento

Investir em esporte para gerar campeões

SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades

O federalismo sob ótica global

Histórias coincidentes de lutas e conquistas

Cultura Universitária x Cidade Universitária

Agradecer também é reconhecer

Diversidade local como solução global

Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar

Valorizar o passado para compreender o presente

Compartilhar saberes, legar conhecimento

A SBPC e os saberes tradicionais

A educação que movimenta o desenvolvimento