Você está na versão antiga do portal da UFMA. O conteúdo mais atual está no novo portal.

Obs: algumas funcionalidades, ainda não migradas, podem ser encontradas nesta versão.

Início do conteúdo da página
Início do conteúdo da página

Palavra do Reitor

Vitória, fruto da perseverança

Conta-se que Dom José Medeiros Delgado – o homem visionário que ainda na década de 60 profetizou a existência da Cidade Universitária, hoje verdadeira realidade na Universidade Federal do Maranhão – teve a sua vocação do sacerdócio posta à prova pelo seu pai.

O ano era 1918 e, na época, os meninos menores deveriam entrar no seminário trazendo um enxoval. A família pobre do então aspirante a seminarista não tinha condições de prover-lhe. O pai, então, disse que ele deveria arranjar uma solução para o problema. A ocasião serviu para que ele demonstrasse sua perseverança em abraçar a carreira sacerdotal: passou seis meses rachando e vendendo lenha, com o auxílio de um burrinho, para que pudesse arrecadar o dinheiro necessário para a compra das roupas. O denodo ao trabalho trouxe-lhe grata recompensa: não apenas marcou seu nome na história da igreja (pois conduziu o rebanho católico de 1951 a 1963 em São Luís), mas também foi um dos maiores defensores da criação da UFMA.

Evoco o exemplo de perseverança de Dom Delgado para celebrar, com toda a sociedade maranhense, uma notícia mais que alvissareira para nossa Universidade Federal. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), apresentou recentemente o ranking das universidades brasileiras, denominado índice Geral de Cursos (IGC), no qual a UFMA alcançou nota 4 num máximo de 5.

O universo avaliado, que inclui todos os cursos autorizados pelo MEC, constitui-se de 2176 (dois mil cento e setenta e seis) instituições de ensino superior que abrangem universidades, centros universitários e faculdades. Dessas instituições, cerca de 577 (quinhentos e setenta e sete) obtiveram conceito insuficiente. Valores 1 e 2 são considerados insatisfatórios. Nota 3 é regular; 4 e 5 são considerados bons.

O IGC é um índice indicativo de qualidade de uma instituição de ensino superior que avalia os cursos de graduação e pós-graduação. Representa, portanto, um instrumento importante de referência, especialmente para a comunidade de professores e alunos na escolha de seu desenvolvimento acadêmico. Para fins de avaliação, o IGC considera a nota obtida no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), com base na qualidade do corpo docente, infraestrutura, produção (pesquisa, inovação tecnológica, registros de patentes), e dos cursos de mestrado e doutorado, cuja avaliação é realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O valor obtido – de 0 a 500 – divide-se em cinco faixas, daí a nota desse índice variar entre 1 e 5. Apenas 27 instituições superiores alcançaram a nota máxima.

Vale também ressaltar que, durante o mês de fevereiro, a nossa Universidade foi submetida à Avaliação Institucional externa, realizada pelo Ministério da Educação. Essa avaliação se fundamentou em 10 dimensões, e a UFMA obteve nota 4, confirmando assim a classificação apontada pelo INEP.

Comemorar uma nota, desconectada do contexto, olhando-a tão somente na tradução fria de números, poderá não fazer qualquer sentido. Mas as intricadas ponderações matemáticas revelam uma história, com milhares de personagens, sejam eles membros do corpo administrativo, docente ou discente. O fruto dessa história é evidenciado nas publicações de livros, dissertações e teses, e no desenvolvimento de pesquisa e extensão, e isso escreve um capítulo na trajetória histórica da UFMA, que seguramente a coloca entre as melhores universidades do Brasil. Mais uma vez, o que se constata é o resultado da perseverança e da confiança que um dia também inundaram o coração de Dom Delgado.

Ao mesmo tempo, uma avaliação tão positiva tem um efeito catalisador, pois cria um círculo virtuoso que amplia cada vez mais o número de cursos nas três áreas de formação – como de fato vem acontecendo: abertura de novos mestrados (que somam agora 27) e 9 doutorados, além da política de interiorização da universidade que inclui dois novos pólos de Medicina nas cidades de Pinheiro e Imperatriz. Nota-se, a partir dessas informações, uma evolução qualitativa e quantitativa que repercute no desenvolvimento do Estado tão carente de mão-de-obra qualificada, fator preponderante na atração de empresas do setor de tecnologia.

A classificação da UFMA entre universidades de melhor qualidade reflete a política brasileira no setor. E, diante dos desafios da competição global, da grave crise econômica entre os principais países desenvolvidos e da posição relativa que o Brasil ocupa no campo econômico, pode-se, com investimentos maciços na área educacional, garantir um desenvolvimento sustentável para os desafios que se colocam.

No plano econômico, o governo brasileiro disporá em 2013 de quase 33 bilhões de reais por meio do Plano Inova para empresas – em todas as categorias – a fim de investirem em inovação tecnológica. Uma das quatro linhas de financiamento será para projetos em parceria entre instituições de pesquisa e empresas. Nesse sentido, deverá ser criado um comitê gestor, que envolverá vários ministérios, inclusive o MEC. Assim, esse cenário poderá oferecer oportunidades excepcionais para a UFMA em sua trajetória rumo à nota 5.

Sabemos o caminho, estamos todos comprometidos com ele, temos bem claro aonde queremos chegar. Os recursos que a experiência produz se associam ao corpo de profissionais que formam a nossa instituição numa sinergia produtiva. Os versos do poeta Gonçalves Dias em sua célebre “Canção do Tamoio” – que falam de vida, combate e de exaltação aos bravos – se amoldam com perfeição a todos nós que fazemos a Universidade Federal do Maranhão: estamos fadados a triunfar, pelo bem desta e das futuras gerações.

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC

Publicado em O Estado do Maranhão em 14/04/2013

Mais opções
Copiar url

Necessita-se de realistas

Palavras não encobrem fatos

Acordes para o tratamento renal

As lições das cicatrizes

Sobre o insubstituível

A ciência e o impossível

A luta continua

Porque a vida não espera

Revolução educacional

Quando tudo isso vai terminar?

Quando as pestes nos assaltam

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino

Por uma nova versão da história

E se deixasse de haver ciência?

Entre linhas de luz

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho

Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana

Tempos pandêmicos para secretas lições

Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus

Saúde e educação nas entranhas da cidade

Medicina e Literatura: mais que a vida

Os vírus, as pandemias e as alterações históricas

Ciência a serviço da vida

O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos

O sacrifício da verdade

Efeitos colaterais

Lá fora, sem sair de casa

O cenário das pragas na vida e na literatura

E as lanternas continuam acesas

Para sempre afetuosos

Será admirável o mundo novo?

O gigante aliado no combate ao mal

A (nova) escolha de Sofia

Qual fim está próximo?

Dia Internacional da Mulher

Doença renal: a prevenção começa na infância (II)

Celeiro de excelência

O (velho) novo problema da corrupção

Tempos difíceis

Obreiro do Conhecimento

Uma palavra de gratidão

Salve Mário Meireles!

Luzes para Domingos Vieira Filho

Novos cenários para a inovação tecnológica

A benção, meu pai

Dunas e saudade

A (anunciada) tragédia grega

Uma homenagem a Bacelar Portela

Um poeta, um estadista e um sacerdote

Reivindicação atendida

Dom Delgado, um homem visionário (IV)

Dom Delgado, um homem visionário (III)

Dom Delgado, um homem visionário (II)

Dom Delgado, um homem visionário (I)

Uma reparação histórica

Páscoa: vida nova a serviço do próximo

A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza

Um clamor pelos novos mártires

O legado de Darwin

Excelência no esporte

O essencial é que importa

Contra a intolerância

Menos corrupção em 2015

Contra a intolerância

O brilho de Carlos e Zelinda

A UFMA e o empreendedorismo

Inesquecível Mohana

TJ-MA e a justiça

Valorização da ciência

Novos caminhos para a educação

Ensino para além do tempo e da distância

Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA

O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive

A lição da Copa

A justiça mais próxima do cidadão

No caminho certo

Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só

O legado de fé dos santos juninos

Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior

Espaço de celebração e valorização da cultura

Chagas de ausência

Mais um avanço da UFMA

Considerações sobre pecado e redenção

Páscoa, libelo em favor da liberdade

O dia em que a baixada parou

Anchieta, história de fé e amor pela educação

Um código de conduta para a rede

Um reconhecimento merecido

Vértice de oportunidades

O chamado da liberdade

A solução passa pela família

Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade

Cuidar dos rins é viver melhor

Em defesa dos nobres valores

Contra a exclusão, a formação

Os (des) caminhos da violência

Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos

Uma revolução em curso

Um ano de novas conquistas

A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)

Conhecimento que desconhece fronteiras

Pelo diálogo e pela sensatez

Novos passos rumo à melhoria do ensino

Confissões antigas sobre o Maranhão

Oportunidades e melhorias no cenário da saúde

A ética como aliada da ciência

Merecidas palmas

A UFMA e o ENEM (parte II)

A UFMA E O ENEM (parte I)

(A)Deus, minha mãe

Voto e democracia, simbiose perfeita

Um desafio para o sistema educacional

Sobre despedidas e inícios

Pausa para equilíbrio e reflexão

Um presente à altura de São Luís

Educação que liberta e transforma

À espera de reforços

Democratizando o acesso

A benção de ser pai

Santa madre Igreja

Bem-vindo, Francisco

Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar

E a violência?

Sinal de alerta

Sobre a paz e Santo Antonio

Interiorização: caminho para a emancipação

Quando o meio é a própria mensagem

Mais que um homem: uma lenda (parte II)

Mais que um homem: uma lenda

De poesia e de arte também se vive

Uma reivindicação justa e necessária

Vitória, fruto da perseverança

Inimigo oculto

A ordem natural das coisas

Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento

Exemplo de abnegação e altruísmo

Um ato de reparação

O legado de Bento XVI

E Deus criou a mulher...

Excelência no Continente

O Admirável mundo da química

UFMA: um ano de grandes realizações

Tão perto, tão distante

Natal, tempo de paz e boa vontade

Reconhecimento à Bancada

Reflexões acerca do ano da fé

Medicina: um dom e uma missão

Ensino a distância revoluciona a educação no mundo

Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas

São Luís: as homenagens continuam

A realização de um sonho

Energia limpa: caminho para o desenvolvimento

Investir em esporte para gerar campeões

SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades

O federalismo sob ótica global

Histórias coincidentes de lutas e conquistas

Cultura Universitária x Cidade Universitária

Agradecer também é reconhecer

Diversidade local como solução global

Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar

Valorizar o passado para compreender o presente

Compartilhar saberes, legar conhecimento

A SBPC e os saberes tradicionais

A educação que movimenta o desenvolvimento