Palavra do Reitor
Senhoras e senhores,
O poeta indiano Tagore dizia ser a universidade o lugar “onde a mente se conserva sem medo e a cabeça erguida. Onde o conhecimento é livre. Onde o mundo não se fragmentou em provincianos compartimentos sem comunicação recíproca. Onde as palavras promanam das profundezas da verdade. Onde a cristalina fonte da razão não perdeu seu curso nos desertos áridos das rotinas inertes.”
É essa universidade que, em promovendo o conhecimento, a pesquisa e a extensão, também reconhece serem os professores o elemento fundamental de seu próprio engrandecimento. Nas instituições de ensino superior, da Idade Média à Renascença, e com frequência, usava-se a expressão latina Magister dixit (O mestre disse), utilizada para se construir um argumento baseado na autoridade inquestionável de um grande mestre. Sem grandes mestres não se fazem grandes universidades, porque não se semeia saber consistente sem cérebros. Essa regra é de ontem, mas também é de hoje. E neste momento, que se reveste do tom solene característico dos rituais das homenagens prestadas a quantos se destacam por mérito, a plêiade dos que lustram esta Casa hoje se engrandece uma vez mais, quando a Universidade Federal do Maranhão distingue com o título de Professor Emérito os nomes escolhidos para tão augusta honraria.
São homens e mulheres de diversas áreas do conhecimento e que, a seu tempo e modo, contribuíram para que nossa instituição alcançasse a pujança e a excelência de hoje, uma Universidade reconhecida, como modelo, em âmbito estadual e a nível nacional. A trajetória de sucesso que queremos ressaltada neste momento é a dos currículos vastos e respeitados, que mostram, na experiência de cada mestre, a construção paciente e determinada do conhecimento na sua respectiva área. Suas biografias são testemunhos do esforço e da perseverança dos que têm por meta chegar ao cume da carreira magisterial universitária, e fazer da formação algo muito maior do que simplesmente repassar conteúdos. O professor emérito é aquele que se destaca, no meio universitário, como um agente inquieto, que faz do ensino momentos em que se questiona o próprio saber, porque ele tem a consciência de que o saber se constrói. E é preciso fertilizar as mentes do futuro para que os limites do conhecimento instituído sejam rompidos, a fim de que novos conhecimentos despontem.
Portanto, a outorga do título de professor emérito é mais que uma forma de valorizar os colegas pelo esforço e dedicação contínua, é a celebração alegre do triunfo de suas inteligências. O termo emérito vem do latim emeritus, que significa merecimento, mérito. A honra é um valor, por todas as razões, atemporal, intrínseco, mas a distinção de que se reveste esse título, no seio do ambiente universitário, se cristaliza e se materializa por suas remissões às tradições das universidades francesas, seguidas pelas americanas. Esta distinção, por justos motivos, é o reconhecimento maior que uma instituição universitária faz ao desempenho daqueles e daquelas que, dentro da comunidade, responderam aos nobres princípios que a universidade persegue. Assim, o título de Professor Emérito é uma das maiores expressões de honra das instituições que se dedicam ao ensino, por todo o planeta.
Senhoras e senhores,
O passado e o futuro são duas forças antagônicas que o presente materializa e une, em simbiose indestrinçável quando nos referimos à experiência humana. Acerca da passagem do tempo, e da ação do homem nele, é do Padre Antonio Vieira uma das frases mais edificantes, porque exortação à ação produtiva: “Portanto, só existimos nos dias que fazemos. Nos dias em que não fazemos, apenas duramos." Trechos da vida pessoal de cada um de vocês são exemplos concretos da primeira parte da máxima do autor do célebre Sermão aos Peixes ou de Santo Antônio, pois se confundem com a própria história da Universidade Federal do Maranhão. De maneira açodada, fizeram com que ela se tornasse uma das principais fontes da ciência, da cultura e das artes do nosso querido Estado, que é e que foi o espaço geográfico e subjetivo de tantos mestres, como Gonçalves Dias, Sotero dos Reis, João Lisboa, Odorico Mendes, Gomes de Souza, e tantos outros agentes de renome nacional, como Mário Martins Meireles e Nascimento Moraes, personalidades que nos ilustraram tanto nas letras literárias, quanto nas práticas do magistério.
Some-se a isso a absoluta certeza do alto grau de disponibilidade e amor com que as senhoras e os senhores sempre manifestaram no exercício do magistério, para que a UFMA pudesse e possa desempenhar com acerto e dignidade a sua missão de contribuir para que a sociedade seja cada vez mais esclarecida, harmoniosa e justa.
Todos os profissionais são dignos de respeito e destaque, e, num século em que a tecnologia teima em substituir ou modificar as relações humanas, demonstram o quanto são essenciais para desenvolvimento do saber, do bem-estar da sociedade, contribuindo de maneira efetiva e decisiva para a promoção e projeção pessoal de todos quantos passaram e passam pelas salas de aulas. E quando este profissional está a quilômetros de distância do aluno, aí mesmo é que demonstra a sua essencialidade. A lista de feitos possíveis com a tecnologia é imensa e diversa, mas o desenvolvimento de nenhuma tecnologia seria possível sem as bases fornecidas nos bancos universitários. É a presença humanizada que faz enorme diferença na vida daqueles que são alvo de sua atenção, talento e dedicação.
Sem dúvida, a tecnologia é, hoje, uma ferramenta indispensável nas relações humanas, capaz de ser veículo de transmissão de conhecimento, mas não de criação de conhecimento. Além disso, a tecnologia, a quilômetros de distância, pode reproduzir imagens virtuais das pessoas e em certa medida substituir a presença física, mas não vão juntos com essas imagens os perfumes, os humores, identidades, impressões como que digitais, que são elementos característicos da presença real das pessoas em suas relações humanas. Neste momento difícil de agora, pressionado pela pandemia, em que a educação mostra o quanto depende da tecnologia, cabe ao engenho e à arte dos mestres que, com amor e sabedoria, construir as pontes necessárias à edificação do saber, estabelecendo alternativas à impossibilidade da educação presencial.
Daí a justificativa da tão nobre titulação de hoje de professor emérito, que ressalta e endossa o valor, o frescor e o vigor da meritocracia.
A Universidade Federal está novamente em festa. Os portais eternos da nossa Catedral do Conhecimento se abrem e os recebem como merecedores de tamanha honraria.
Nesta oportunidade quero me irmanar com todos os distinguidos, com quem partilho a alegria, a dor, a esperança, as lutas e vitórias nas lides do magistério. Vocês fizeram por merecer. Parabéns!
Solenidade de Professor Emérito 30.10.2020
Discurso realizado durante a Colação de Grau de alunos do Câmpus de Chapadinha, no dia 22 de maio
Solenidade de Transmissão de Cargo Gestão (2019-2023)
VIII Encontro de História da Educação
Colação de Grau Campus Grajaú 2014.2
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Discurso em comemoração aos 160 anos da Associação Comercial do Maranhão
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9º Congresso Internacional de Nefrologia
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Tempos pandêmicos para secretas lições
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Dom Delgado, um homem visionário (IV)
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Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)
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A justiça mais próxima do cidadão
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Espaço de celebração e valorização da cultura
Considerações sobre pecado e redenção
Páscoa, libelo em favor da liberdade
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Pausa para equilíbrio e reflexão
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Uma reivindicação justa e necessária
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