Você está na versão antiga do portal da UFMA. O conteúdo mais atual está no novo portal.

Obs: algumas funcionalidades, ainda não migradas, podem ser encontradas nesta versão.

Início do conteúdo da página
Início do conteúdo da página

Palavra do Reitor

Quando tudo isso vai terminar?

Esta semana marcou a volta das aulas do primeiro semestre de 2020, na Universidade Federal do Maranhão, período que foi interrompido, em razão da grave pandemia que sobre nós se abateu, ocasionada pela Covid-19. A retomada das aulas, na Universidade Federal do Maranhão, de forma remota e/ou híbrida, modalidades que levam em conta a área de conhecimento ofertada, está ancorada na acessibilidade e na inclusão digital. Distribuímos tablets e chips aos estudantes que atenderam às exigências do edital, publicado com essa finalidade, e formamos uma gigantesca rede de solidariedade tecnológica, de forma a fazer chegar o material nas mãos de cada estudante.

Tempos difíceis exigem medidas extraordinárias – e talvez estejamos vivendo o maior teste deste século, em termos de resiliência, capacidade de adaptação e solidariedade. Compartilho da angústia da comunidade discente que, mesmo sem palavras, estampa nos rostos a pergunta para a qual nenhum de nós tem resposta: quando tudo isso vai terminar?

Os jornais informam que, nos Estados Unidos, a vacina deve estar pronta em menos de um mês e a China marca, no calendário, o mês de novembro deste ano, para vacinar sua população. A despeito dessas alvissareiras notícias acerca da tão desejada vacina contra o novo coronavírus, ainda estamos sediados no campo das incertezas e do imponderável. Ken Frazier, Presidente e CEO da principal produtora de vacinas do mundo, a gigante farmacêutica Merck & Co., afirmou, em entrevista, que “a vacina mais rápida já trazida ao mercado foi o medicamento da Merck contra a caxumba. Levou cerca de quatro anos. A vacina da Merck para o Ebola levou cinco anos, a vacina para tuberculose levou 13 anos; rotavírus, 15 anos e catapora, 28 anos.”

Como se vê, não se trata de tarefa fácil o cumprimento da promessa da vacina ainda para este ano. Outros embates se apresentam: como produzir em larga escala esse antídoto, que tenha segurança e eficácia para um planeta que abriga 7 bilhões de pessoas? Os especialistas ainda se debruçam sobre os efeitos colaterais causados pela Covid-19 e os relatos são assustadores, dada a quantidade diversa de quadros pós-doença. Mais indagações: como fazer chegar a vacina nas mãos dos grupos mais vulneráveis dos lugares mais distantes da Terra? Como produzir a quantidade de frascos suficientes para armazenar as doses da vacina? Os grandes fabricantes de insumos já declararam que não possuem material suficiente para produzir os recipientes em larga escala, na proporção desse público. 

E ainda: mesmo com a vacina liberada, sabe-se que o público prioritário envolve trabalhadores da área da saúde, idosos e grupo de risco. Ou seja, mesmo que se concretize as projeções que o noticiário nos dá, ainda assim, bilhões de pessoas, que não se encontram nos grupos que mencionamos, ainda teriam que esperar um bom tempo para também serem imunizadas.

A verdade, que muitos teimavam em não enxergar, é que a ciência não trabalha com achismos e nem é movida pelo desespero das respostas que os políticos anseiam em oferecer aos seus liderados. A ciência requer pessoas comprometidas, investimento sério, confiança e apoio governamental e a solidariedade e respeito da sociedade. Todos esses requisitos requerem tempo, o que as pandemias não aguardam, enquanto ceifam vidas. Mas o que fazer enquanto isso? Continuar o protocolo de higiene, com assepsia das mãos, utilização do álcool em gel e uso de máscaras. Adotar uma postura de empatia e ter a paciência de esperar esse período passar, porque, afinal, como canta Lenine, “a vida é tão rara”. 

Recordo o mito de Ìcaro, filho de Dédalos, para quem o pai fez duas asas com cera de abelha e penas de gaivota, que permitiriam um voo perfeito. Isso possibilitou ao jovem fugir da ilha de Creta, onde ambos estavam presos. Entretanto foi ignorada a recomendação de Dédalos: Ìcaro não devia voar tão alto, de forma a evitar que suas asas derretessem com o calor do sol; e nem tão baixo, para que evitasse molhá-las. A arrogância e a desobediência, como se sabe, causaram a morte do homem-pássaro.

Equilíbrio é o mantra que deve nos reger durante essa tormentosa travessia, sob pena de ficarmos à deriva de nossos sonhos e projetos para os anos que ainda virão. Se nos mantivermos vivos e esperançosos, adotando os cuidados recomendados pelas autoridades de saúde, poderemos ganhar, nesta crise, a experiência que nos tornará uma humanidade melhor.

Natalino Salgado Filho
Reitor da UFMA, Titular da Academia Nacional de Medicina, Academia de Letras do MA e da Academia Maranhense de Medicina.

Publicado em O Estado do MA, em 19/09/2020

Mais opções
Copiar url

Necessita-se de realistas

Palavras não encobrem fatos

Acordes para o tratamento renal

As lições das cicatrizes

Sobre o insubstituível

A ciência e o impossível

A luta continua

Porque a vida não espera

Revolução educacional

Quando tudo isso vai terminar?

Quando as pestes nos assaltam

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino

Por uma nova versão da história

E se deixasse de haver ciência?

Entre linhas de luz

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho

Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana

Tempos pandêmicos para secretas lições

Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus

Saúde e educação nas entranhas da cidade

Medicina e Literatura: mais que a vida

Os vírus, as pandemias e as alterações históricas

Ciência a serviço da vida

O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos

O sacrifício da verdade

Efeitos colaterais

Lá fora, sem sair de casa

O cenário das pragas na vida e na literatura

E as lanternas continuam acesas

Para sempre afetuosos

Será admirável o mundo novo?

O gigante aliado no combate ao mal

A (nova) escolha de Sofia

Qual fim está próximo?

Dia Internacional da Mulher

Doença renal: a prevenção começa na infância (II)

Celeiro de excelência

O (velho) novo problema da corrupção

Tempos difíceis

Obreiro do Conhecimento

Uma palavra de gratidão

Salve Mário Meireles!

Luzes para Domingos Vieira Filho

Novos cenários para a inovação tecnológica

A benção, meu pai

Dunas e saudade

A (anunciada) tragédia grega

Uma homenagem a Bacelar Portela

Um poeta, um estadista e um sacerdote

Reivindicação atendida

Dom Delgado, um homem visionário (IV)

Dom Delgado, um homem visionário (III)

Dom Delgado, um homem visionário (II)

Dom Delgado, um homem visionário (I)

Uma reparação histórica

Páscoa: vida nova a serviço do próximo

A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza

Um clamor pelos novos mártires

O legado de Darwin

Excelência no esporte

O essencial é que importa

Contra a intolerância

Menos corrupção em 2015

Contra a intolerância

O brilho de Carlos e Zelinda

A UFMA e o empreendedorismo

Inesquecível Mohana

TJ-MA e a justiça

Valorização da ciência

Novos caminhos para a educação

Ensino para além do tempo e da distância

Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA

O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive

A lição da Copa

A justiça mais próxima do cidadão

No caminho certo

Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só

O legado de fé dos santos juninos

Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior

Espaço de celebração e valorização da cultura

Chagas de ausência

Mais um avanço da UFMA

Considerações sobre pecado e redenção

Páscoa, libelo em favor da liberdade

O dia em que a baixada parou

Anchieta, história de fé e amor pela educação

Um código de conduta para a rede

Um reconhecimento merecido

Vértice de oportunidades

O chamado da liberdade

A solução passa pela família

Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade

Cuidar dos rins é viver melhor

Em defesa dos nobres valores

Contra a exclusão, a formação

Os (des) caminhos da violência

Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos

Uma revolução em curso

Um ano de novas conquistas

A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)

Conhecimento que desconhece fronteiras

Pelo diálogo e pela sensatez

Novos passos rumo à melhoria do ensino

Confissões antigas sobre o Maranhão

Oportunidades e melhorias no cenário da saúde

A ética como aliada da ciência

Merecidas palmas

A UFMA e o ENEM (parte II)

A UFMA E O ENEM (parte I)

(A)Deus, minha mãe

Voto e democracia, simbiose perfeita

Um desafio para o sistema educacional

Sobre despedidas e inícios

Pausa para equilíbrio e reflexão

Um presente à altura de São Luís

Educação que liberta e transforma

À espera de reforços

Democratizando o acesso

A benção de ser pai

Santa madre Igreja

Bem-vindo, Francisco

Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar

E a violência?

Sinal de alerta

Sobre a paz e Santo Antonio

Interiorização: caminho para a emancipação

Quando o meio é a própria mensagem

Mais que um homem: uma lenda (parte II)

Mais que um homem: uma lenda

De poesia e de arte também se vive

Uma reivindicação justa e necessária

Vitória, fruto da perseverança

Inimigo oculto

A ordem natural das coisas

Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento

Exemplo de abnegação e altruísmo

Um ato de reparação

O legado de Bento XVI

E Deus criou a mulher...

Excelência no Continente

O Admirável mundo da química

UFMA: um ano de grandes realizações

Tão perto, tão distante

Natal, tempo de paz e boa vontade

Reconhecimento à Bancada

Reflexões acerca do ano da fé

Medicina: um dom e uma missão

Ensino a distância revoluciona a educação no mundo

Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas

São Luís: as homenagens continuam

A realização de um sonho

Energia limpa: caminho para o desenvolvimento

Investir em esporte para gerar campeões

SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades

O federalismo sob ótica global

Histórias coincidentes de lutas e conquistas

Cultura Universitária x Cidade Universitária

Agradecer também é reconhecer

Diversidade local como solução global

Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar

Valorizar o passado para compreender o presente

Compartilhar saberes, legar conhecimento

A SBPC e os saberes tradicionais

A educação que movimenta o desenvolvimento