Palavra do Reitor
No dia 18 de outubro, comemora-se o dia do médico. Trata-se de uma data importante, e na condição de representante da área, creio que não há motivo para se sentir especial, pois sei que nossa humanidade, com todas as suas fraquezas e maravilhas, dá a nós a exata medida. Mas é inconteste a alegria de fazer parte de algo extraordinário que tem sido acompanhar o avanço da ciência médica ao longo deste breve tempo, o que tem permitido tratamentos e práticas mais eficazes nos serviços oferecidos em todas as especialidades.
Nos últimos trinta anos, o Brasil obteve avanços na área da saúde. O advento da Lei Orgânica da Saúde de 1990, fruto da histórica Constituição Cidadã de 1988, realizou uma pequena revolução na organização da saúde pública, agregando ferramentas modernas de gestão; fundamentando princípios de atuação em pesquisa; mudando o paradigma hospitalocêntrico em atenção básica, cujo principal foco é a prevenção; e, ainda, organizando as mais diversas formas de coleta de dados, o que possibilitou uma bem estruturada epidemiologia e os mais diversos programas de atenção à saúde dos cidadãos. Houve avanços, não se pode negar. Considerando o tamanho da população atendida, o nosso país é detentor do maior serviço de saúde pública do mundo.
Porém, ainda se vê dois grandes brasis separados por um fosso persistente. Um que tem oferta abundante de serviços de melhor qualidade e maior disponibilidade de profissionais médicos, com índices iguais aos europeus; e um outro com características africanas nos dois quesitos.
O Brasil, curiosamente, ocupa o quinto lugar no mundo em número absoluto de médicos. São quase 400 mil profissionais. A pesquisa “Demografia Médica no Brasil” (CFM – 2011) constatou que o número de médicos cresceu 21,3% na última década, enquanto a população aumentou apenas 12,3%.
A mesma pesquisa registra que há dois tipos de concentração: uma nas regiões e a outra, talvez mais grave, no espaço de trabalho. O setor privado apresenta a relação de 7,6 postos de trabalho médico ocupado para seus clientes, enquanto o SUS, insignificantes 1,95 postos ocupados. A situação é grave e requer planejamento e projetos inovadores para o profissional da carreira médica, incluindo sua melhor qualificação. É preciso olhar também o Sistema Único de Saúde como organização e criar mais dispositivos que possibilite sua fiel execução por parte dos gestores. A exemplo da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma Lei de Responsabilidade Sanitária atenderia aos itens de metas, qualidade dos serviços e aplicação dos recursos.
Além disso, é preciso, por parte das autoridades, em todas as esferas de governo, destinar uma atenção especial para o profissional médico. Tal atenção pode ser viabilizada tanto na adoção de uma estratégia e desenvolvimento de um plano de carreira, cargos e salários que oferte uma remuneração justa, o que muito contribuiria para resolver o problema de contratação, manutenção e fixação de médicos nos estados e municípios mais longíquos; quanto no gerenciamento de recursos públicos em materiais e nas condições de trabalho dignas nas unidades de saúde pública. Acima de tudo, investimento na qualificação constante para que o profissional esteja em sintonia com as inovadoras tecnologias que hoje cercam a medicina de forma muito mais rápida.
Tomo como exemplo o Hospital Universitário da UFMA que, no tocante à qualidade de serviços, tem desenvolvido políticas de valorização e permanência dos seus profissionais. Isso acontece em razão de investimento de recursos que tem recebido nos últimos anos. Por isso, é hoje, no Brasil, um hospital de alta complexidade em cirurgias de coração, transplantes, neurocirurgia e pesquisa. Além de ser o maior centro formador de recursos humanos na área da saúde, a exemplo da graduação, residência médica e multiprofissional. Vale também destacar a Universidade Aberta do SUS, que atende quase 3 mil alunos atualmente, os quais são capacitados nas especialidades materno infantil, saúde da família e saúde mental, sendo este último o único curso no país.
Reconheço, entretanto, que existem enormes desafios a serem superados. Mas acima da árdua batalha contra recursos escassos de toda natureza, também se faz mister invocar, como alento, exemplos a serem seguidos por todas as gerações, como o do médico Evangelista Lucas, que teve o privilégio de acompanhar São Paulo e narrar os feitos dos apóstolos no livro de Atos e de escrever sua versão do evangelho; o de Hipócrates, que todos nós que vivemos a Medicina conhecemos, pois ficou eternizado como aquele que subiu o monte e teve a visão de que, para além das explicações místicas dos males que acometiam as pessoas, o castigo dos deuses ou apenas a sua ausência de cuidados de seus adoradores, as interações entre o homem e o meio eram outras formas de explicar as doenças.
Ao longo dos séculos de existência da medicina, um caminho de descobertas e feitos extraordinários nos alumbra. Que tenhamos a sabedoria e prudência necessárias de seguir os passos dos verdadeiros praticantes de um humanismo necessário – ainda hoje – em cada prescrição, em cada escuta, na perda e na alegria da recuperação.
Enfim, a todos que abraçaram a medicina como sacerdócio e que se esforçam em desenvolver o dom que lhes foi confiado por Deus, o meu reconhecimento e sentimento de felicitações mais sinceros.
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC
Publicado em O Estado do Maranhão em 21/10/2012
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