Palavra do Reitor
Tive a alegria de participar, no último dia 18 de junho, de um simpósio virtual realizado pela Academia Nacional de Medicina, em homenagem aos 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz. O evento teve o incentivo do presidente da Academia, Rubens Belfort Jr, e a condução do coordenador do simpósio e das Relações Internacionais da Fundação, Paulo Buss, além da participação de diversos acadêmicos, integrantes de órgãos ligados à ciência, reitores e pesquisadores. Destaco, ainda, a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, primeira mulher a ocupar a presidência daquela instituição. Nas falas e manifestações, diversas reflexões importantes foram expostas sobre essa que é a única instituição do mundo com multidisciplinaridade científica, abarcando ações plurais, com foco no desenvolvimento médico, sanitário e, sobretudo, humano.
As duas décadas, acrescidas ao centenário da Fundação Oswaldo Cruz, desafiam quaisquer palavras de merecido reconhecimento. Orgulho nacional, a instituição tem marcado a história do povo brasileiro nas mais diferentes faixas etárias e, principalmente, tem atendido ao chamado da coragem, em épocas de crise e desafios. Sempre olho para a Fiocruz como uma instituição que paira entre passado e futuro, de forma privilegiada. A instituição é, não só guardiã de memórias relevantes, mas também profeta de inovações. Essa imagem institucional me remete à metáfora de Jano, figura mitológica a quem foi dado por Saturno o dom de enxergar, ao mesmo tempo, passado e futuro. Sua estátua o reproduz como alguém que tem nas mãos uma chave e uma vareta, simbologia daquele que abre portas e aponta caminhos.
Os tempos denominados pandêmicos são propícios para que se confirme a resistência dos bravos. Sabe-se que a Fundação Oswaldo Cruz nasceu em meio a outra grave crise sanitária que se abateu sobre a humanidade. Nos idos de 1900, a peste bubônica ceifava vidas com ferocidade semelhante à Covid 19 e coube a Oswaldo Cruz, jovem médico, o papel de Dom Quixote, numa cruzada pela adoção de um protocolo de enfrentamento sanitário. No lugar dos imaginários moinhos de vento da literatura de Cervantes, Cruz deparou-se com os reais moinhos de revoltas e resistências de toda sorte. Mas os visionários são, por natureza, indesistíveis.
As histórias da Academia Nacional de Medicina e da Fundação Osvaldo Cruz se interligaram de diversas formas: primeiro, quando do ingresso de Oswaldo Cruz, na ANM e, depois, pela presença, nos quadros da ANM, de diversos integrantes da Fiocruz.
Neste 2020, a instituição continua dando mostras de sua grandeza: em menos de dois meses, construiu, em Manguinhos, uma gigantesca unidade hospitalar destinada a pacientes graves contaminados pela COVID 19 que, diferente de outros hospitais de campanha, ficará como um legado para o SUS e para a sociedade brasileira. Diante dessa grande história institucional, achei oportuno citar os conhecidos versos da Canção do Tamoio do poeta maranhense Gonçalves Dias que, em sábio conselho, proclama: "No passo da morte/ Triunfa, conquista/ Mais alto brasão. (...) Viver é lutar. Se o duro combate/Os fracos abate/ Aos fortes, aos bravos/Só pode exaltar”.
Em Manguinhos, arcabouços físicos sustentam e promovem a expansão da ciência, da tecnologia e da inovação. Ali, mentes privilegiadas assumem compromissos diários com a erradicação de desigualdades sociais, com o fortalecimento do SUS e com a pesquisa séria e dedicada. Tendo como berço uma crise sanitária, a Fiocruz cresceu, engrandeceu. Às voltas com o cenário semelhante ao seu nascedouro, esta centenária instituição vê seu nome ultrapassar fronteiras, a ponto de merecer da Organização Mundial de Saúde o epíteto de laboratório de referência das Américas, no enfrentamento à praga da Covid 19, uma ratificação de seu já conhecido papel de promotora de saúde e qualidade de vida em seus mais diversos aspectos.
Em meio aos tempos tenebrosos, temos o regozijo de ver a forte e brava Fiocruz resistindo às lutas e batalhas, enquanto alça voos mais altos nos céus do orgulho nacional, pela valorização da ciência. A Fiocruz, assim como Jano, é nosso repositório não só de história sanitária e científica, mas também a precursora de uma profícua produção tecnológica, neste novo amanhã que já começa hoje.
Natalino Salgado Filho
Reitor da UFMA, Titular da Academia Nacional de Medicina, de Letras do MA e da AMM.
Publicado no jornal O Estado do Maranhão em 27/06/2020
Solenidade de Professor Emérito 30.10.2020
Discurso realizado durante a Colação de Grau de alunos do Câmpus de Chapadinha, no dia 22 de maio
Solenidade de Transmissão de Cargo Gestão (2019-2023)
VIII Encontro de História da Educação
Colação de Grau Campus Grajaú 2014.2
Discurso das Universitárias/2014
Discurso em comemoração aos 160 anos da Associação Comercial do Maranhão
Discurso da entrega do Título de Doutor Honoris Causa à professora Denice Barbara Catani
Discurso da Abertura do VII Encontro Maranhense de História da Educação
Discurso proferido por ocasião da outorga do título de Doutor Honoris Causa a Ignácio Rangel
O HUUFMA é e continuará sendo um hospital público”, afirma Natalino Salgado
Casa do Estudante será entregue no segundo semestre de 2014, afirma reitor da UFMA
Discurso em Pinheiro: Título de Cidadão Pinheirense
Discurso de Posse na Academia Maranhense de Letras
Uma viagem pela bela história do curso de Turismo da UFMA
Discurso de Abertura da 64ª SBPC
Discurso em Pindaré Mirim: Título de cidadão pindareense
9º Congresso Internacional de Nefrologia
Acordes para o tratamento renal
Quando tudo isso vai terminar?
Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino
Por uma nova versão da história
E se deixasse de haver ciência?
Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho
Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana
Tempos pandêmicos para secretas lições
Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus
Saúde e educação nas entranhas da cidade
Medicina e Literatura: mais que a vida
Os vírus, as pandemias e as alterações históricas
O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos
O cenário das pragas na vida e na literatura
E as lanternas continuam acesas
O gigante aliado no combate ao mal
Doença renal: a prevenção começa na infância (II)
O (velho) novo problema da corrupção
Luzes para Domingos Vieira Filho
Novos cenários para a inovação tecnológica
Uma homenagem a Bacelar Portela
Um poeta, um estadista e um sacerdote
Dom Delgado, um homem visionário (IV)
Dom Delgado, um homem visionário (III)
Dom Delgado, um homem visionário (II)
Dom Delgado, um homem visionário (I)
Páscoa: vida nova a serviço do próximo
A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza
Um clamor pelos novos mártires
Novos caminhos para a educação
Ensino para além do tempo e da distância
Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA
O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive
A justiça mais próxima do cidadão
Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só
O legado de fé dos santos juninos
Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior
Espaço de celebração e valorização da cultura
Considerações sobre pecado e redenção
Páscoa, libelo em favor da liberdade
Anchieta, história de fé e amor pela educação
Um código de conduta para a rede
Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade
Cuidar dos rins é viver melhor
Os (des) caminhos da violência
Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos
A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)
Conhecimento que desconhece fronteiras
Novos passos rumo à melhoria do ensino
Confissões antigas sobre o Maranhão
Oportunidades e melhorias no cenário da saúde
A ética como aliada da ciência
Voto e democracia, simbiose perfeita
Um desafio para o sistema educacional
Pausa para equilíbrio e reflexão
Um presente à altura de São Luís
Educação que liberta e transforma
Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar
Interiorização: caminho para a emancipação
Quando o meio é a própria mensagem
Mais que um homem: uma lenda (parte II)
De poesia e de arte também se vive
Uma reivindicação justa e necessária
Vitória, fruto da perseverança
Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento
Exemplo de abnegação e altruísmo
UFMA: um ano de grandes realizações
Natal, tempo de paz e boa vontade
Ensino a distância revoluciona a educação no mundo
Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas
São Luís: as homenagens continuam
Energia limpa: caminho para o desenvolvimento
Investir em esporte para gerar campeões
SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades
O federalismo sob ótica global
Histórias coincidentes de lutas e conquistas
Cultura Universitária x Cidade Universitária
Diversidade local como solução global
Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar
Valorizar o passado para compreender o presente
Compartilhar saberes, legar conhecimento