Você está na versão antiga do portal da UFMA. O conteúdo mais atual está no novo portal.

Obs: algumas funcionalidades, ainda não migradas, podem ser encontradas nesta versão.

Início do conteúdo da página
Início do conteúdo da página

Palavra do Reitor

Ensino a distância revoluciona a educação no mundo

Nesta semana, a Universidade Federal do Maranhão sediou o 18º Congresso Internacional de Educação a Distância (CIAED). O evento, que também faz parte das comemorações do quarto centenário de fundação da cidade de São Luís, foi organizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), pelo Núcleo de Educação a Distância, da UFMA, e ainda contou com a parceria da Universidade Estadual do Maranhão.

Cerca de 1.600 pessoas, entre pesquisadores, professores, estudantes, gestores e representantes de outras áreas afins, estiveram reunidas no encontro para debater o futuro do ensino. Esta é a primeira vez que um evento dessa natureza vem para o Maranhão, desde que o ensino a distância foi implantado no Brasil em 1939, o que demonstra por si só a capacidade da UFMA em realizar grandes eventos, tal como ocorreu com a edição da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). E o mais importante disso: tivemos a participação de representantes de vários países que utilizam, desde o século XIX, essa modalidade de ensino como parte dos seus processos de desenvolvimento social.


A UFMA disponibilizou todo o apoio necessário para que o congresso tivesse êxito. A escolha do tema Histórias Analíticas e Pensamento “Aberto” – Guias para o Futuro da EAD também foi extremamente feliz, pois se propôs, a partir da singeleza do ato de contar histórias, discutir sua utilidade para esse modelo de ensino.


Durante três dias de congresso, esse tema foi discutido e analisado em várias línguas, do português de Portugal ao português do Brasil; do espanhol ao inglês; do francês ao mandarim, tendo como base as experiências educativas exitosas dos vários continentes. Histórias do passado, como a instalação, em 1934, por Edgard Roquette-Pinto, de uma Rádio – Escola, pertencente à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, dirigida por Anísio Teixeira – ou do presente, como a implantação, em 2005, da Lei de Diretrizes e Bases, cujos princípios assentados são aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.


Sem dúvidas, vivemos numa era em que o futuro está cada vez mais próximo. Os antigos métodos de ensino coexistem, ao mesmo tempo, com inovadoras fórmulas transmissoras de conhecimento, em que a distância e o tempo não são mais fatores a impedir o desenvolvimento pessoal e profissional de milhares de pessoas que podem aprender fora dos moldes do chamado ensino convencional.


É de Pierre Lévy, intelectual da área da Ciência da Informação e da Comunicação, a constatação de que a internet é a grande metrópole mundial, que reúne todas as outras, na qual o amplo acesso à informação resulta na democratização do saber e na conseqüente emancipação do ser humano. 

O sucesso do ensino a distância é inquestionável. Somente no Brasil temos um milhão de estudantes, e na UFMA, 14 mil alunos inscritos em cursos de graduação e pós-graduação que, somados aos alunos do ensino convencional, elevam o total para quase 28 mil inscritos este ano em nossa Universidade. O percentual de inscritos em EaD no Brasil chega a 15% do total de matrículas ao ano. As avaliações de acompanhamento dos cursos são superiores aos exames feitos nos cursos convencionais. A média de alunos formados por professor de EaD chega a 44 per capita, acima do demonstrado nos demais cursos.


Uma verdade incontestável é que um em cada sete alunos de graduação no Brasil estuda na modalidade a distância, de acordo com o Censo da Educação Superior de 2011, realizado pelo Inep.

Nesse sentido, a UFMA também tem dado sua grande parcela de contribuição a este desafio através de seu Núcleo de Educação a Distância – NEAD. Além do mais, está conectada a 16 polos UAB e 7 campi no interior do Estado, fato que permite atender a mais de 140 municípios com cursos de graduação, pós-graduação, extensão e aperfeiçoamento.


Vale dizer que, apenas em 2006, a nossa Instituição foi credenciada para oferta de Educação Superior na modalidade a distância. No início de nossa primeira gestão, em 2007, assumimos o compromisso de dotar de qualidade e de forma igualitária tanto os cursos presenciais quanto aqueles que – como resultado de um investimento sério e permanente em tecnologia – oferecem um ensino de qualidade aos alunos nos mais distantes rincõesde nosso Estado.


O historiador, político e advogado francês Edgar Morin, autor do célebre texto “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, já preconizava que tudo deve estar integrado para permitir uma mudança de pensamento, para que se transforme a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão total da realidade.


As novas tecnologias, ou seja, os Recursos Educacionais Abertos são instrumentos úteis para que não apenas as barreiras físicas sejam transpostas, mas também que novos caminhos sejam oportunizados. Portanto, trata-se de uma nova ótica que aponta para diversas possibilidades que antes eram imperceptíveis. Essa sociedade de rede, termo cunhado por Castells, tem o mérito de expandir o mundo, não só de forma geográfica, mas por meio da informação. São chamadas infovias, pelas quais trafegarão de modo muito mais célere as próximas gerações, que herdarão essas nossas preciosas lições. 


Nessa perspectiva, o futuro das universidades passa pela capacidade de trabalhar, com qualidade, o ensino, a pesquisa e a extensão, aliando o conhecimento tradicional às mais novas tecnologias da informação e da comunicação. São esses critérios que tornam o ensino a distância uma modalidade cada vez mais utilizada e em franca expansão no mundo, no Brasil e no Maranhão por sua capacidade de se inserir num contexto local e global e, ao mesmo tempo, incluindo a todos, sem distinção de classe social, etnia, etc.


Segundo a poetisa Cora Coralina, “...feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Assim, em todas as épocas, independentemente da forma de ensino-aprendizagem (presencial, semipresencial, a distância), a essência da educação está no compromisso daqueles que abraçaram a nobre missão do ensino.

 

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC

Publicado em O Estado do Maranhão em 30/09/2012

Mais opções
Copiar url

Necessita-se de realistas

Palavras não encobrem fatos

Acordes para o tratamento renal

As lições das cicatrizes

Sobre o insubstituível

A ciência e o impossível

A luta continua

Porque a vida não espera

Revolução educacional

Quando tudo isso vai terminar?

Quando as pestes nos assaltam

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino

Por uma nova versão da história

E se deixasse de haver ciência?

Entre linhas de luz

Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho

Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana

Tempos pandêmicos para secretas lições

Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus

Saúde e educação nas entranhas da cidade

Medicina e Literatura: mais que a vida

Os vírus, as pandemias e as alterações históricas

Ciência a serviço da vida

O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos

O sacrifício da verdade

Efeitos colaterais

Lá fora, sem sair de casa

O cenário das pragas na vida e na literatura

E as lanternas continuam acesas

Para sempre afetuosos

Será admirável o mundo novo?

O gigante aliado no combate ao mal

A (nova) escolha de Sofia

Qual fim está próximo?

Dia Internacional da Mulher

Doença renal: a prevenção começa na infância (II)

Celeiro de excelência

O (velho) novo problema da corrupção

Tempos difíceis

Obreiro do Conhecimento

Uma palavra de gratidão

Salve Mário Meireles!

Luzes para Domingos Vieira Filho

Novos cenários para a inovação tecnológica

A benção, meu pai

Dunas e saudade

A (anunciada) tragédia grega

Uma homenagem a Bacelar Portela

Um poeta, um estadista e um sacerdote

Reivindicação atendida

Dom Delgado, um homem visionário (IV)

Dom Delgado, um homem visionário (III)

Dom Delgado, um homem visionário (II)

Dom Delgado, um homem visionário (I)

Uma reparação histórica

Páscoa: vida nova a serviço do próximo

A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza

Um clamor pelos novos mártires

O legado de Darwin

Excelência no esporte

O essencial é que importa

Contra a intolerância

Menos corrupção em 2015

Contra a intolerância

O brilho de Carlos e Zelinda

A UFMA e o empreendedorismo

Inesquecível Mohana

TJ-MA e a justiça

Valorização da ciência

Novos caminhos para a educação

Ensino para além do tempo e da distância

Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA

O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)

Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive

A lição da Copa

A justiça mais próxima do cidadão

No caminho certo

Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só

O legado de fé dos santos juninos

Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior

Espaço de celebração e valorização da cultura

Chagas de ausência

Mais um avanço da UFMA

Considerações sobre pecado e redenção

Páscoa, libelo em favor da liberdade

O dia em que a baixada parou

Anchieta, história de fé e amor pela educação

Um código de conduta para a rede

Um reconhecimento merecido

Vértice de oportunidades

O chamado da liberdade

A solução passa pela família

Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade

Cuidar dos rins é viver melhor

Em defesa dos nobres valores

Contra a exclusão, a formação

Os (des) caminhos da violência

Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos

Uma revolução em curso

Um ano de novas conquistas

A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)

Conhecimento que desconhece fronteiras

Pelo diálogo e pela sensatez

Novos passos rumo à melhoria do ensino

Confissões antigas sobre o Maranhão

Oportunidades e melhorias no cenário da saúde

A ética como aliada da ciência

Merecidas palmas

A UFMA e o ENEM (parte II)

A UFMA E O ENEM (parte I)

(A)Deus, minha mãe

Voto e democracia, simbiose perfeita

Um desafio para o sistema educacional

Sobre despedidas e inícios

Pausa para equilíbrio e reflexão

Um presente à altura de São Luís

Educação que liberta e transforma

À espera de reforços

Democratizando o acesso

A benção de ser pai

Santa madre Igreja

Bem-vindo, Francisco

Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar

E a violência?

Sinal de alerta

Sobre a paz e Santo Antonio

Interiorização: caminho para a emancipação

Quando o meio é a própria mensagem

Mais que um homem: uma lenda (parte II)

Mais que um homem: uma lenda

De poesia e de arte também se vive

Uma reivindicação justa e necessária

Vitória, fruto da perseverança

Inimigo oculto

A ordem natural das coisas

Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento

Exemplo de abnegação e altruísmo

Um ato de reparação

O legado de Bento XVI

E Deus criou a mulher...

Excelência no Continente

O Admirável mundo da química

UFMA: um ano de grandes realizações

Tão perto, tão distante

Natal, tempo de paz e boa vontade

Reconhecimento à Bancada

Reflexões acerca do ano da fé

Medicina: um dom e uma missão

Ensino a distância revoluciona a educação no mundo

Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas

São Luís: as homenagens continuam

A realização de um sonho

Energia limpa: caminho para o desenvolvimento

Investir em esporte para gerar campeões

SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades

O federalismo sob ótica global

Histórias coincidentes de lutas e conquistas

Cultura Universitária x Cidade Universitária

Agradecer também é reconhecer

Diversidade local como solução global

Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar

Valorizar o passado para compreender o presente

Compartilhar saberes, legar conhecimento

A SBPC e os saberes tradicionais

A educação que movimenta o desenvolvimento