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Palavra do Reitor

Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas

A Universidade Federal do Maranhão teve o privilégio de abrigar nesta semana o I Seminário Patrimônio Cultural & Cidades Criativas: Interfaces com o desenvolvimento local e integrado, que se propôs a discutir criatividade, sustentabilidade e geração de emprego e renda. Essa diversidade de temática foi um espaço de diálogo entre diversos especialistas e estudantes. A ocasião também serviu de cenário para a comemoração dos 25 anos do Curso de Turismo da UFMA.

Não poderia ser melhor a ocasião desse aniversário, pois coincide com as comemorações dos quatrocentos anos de São Luís. É bem verdade que a cidade recebeu merecidas homenagens, mas toda homenagem é efêmera e se dissolve nos fogos de artifício das festividades se os valores culturais, artísticos e sociais são pouco conhecidos pelo seu próprio povo. O curso de Turismo da nossa Universidade foi criado em 1987 e, ao longo de sua benfazeja história, tem gerado um rico patrimônio de conhecimento e promoção da riqueza cultural única e das características singulares de nossa cidade e de nosso Estado.

O momento também é propício para que se lembre do fato de que o Labotur, vinculado ao curso, foi a primeira empresa de turismo júnior no Brasil, fundada em 1991, e muito tem servido para o campo de prática dos alunos. Outra boa lembrança é o fato de que, por intermédio da lei 12.591, de 18 de janeiro de 2012, o profissional de turismo alcançou o tão merecido reconhecimento.

Trata-se de conquistas que merecem ser celebradas, pois integram um legado que tem contribuído para além da formação de profissionais, ao gerar oportunidades e possibilidades inúmeras, se pensarmos à luz do paradigma das cidades criativas, tema escolhido para o seminário. Com um olhar mais apurado sobre o tema, é possível descobrir que o termo cidades criativas foi cunhado pelo pensador britânico Charles Landry em 1995, autor do livro “Cidades criativas: um kit de ferramentas para inovadores urbanos”. A ideia equivale a uma espécie de reinvenção de um lugar, e essa expressão define bem as mudanças radicais pelas quais inúmeras cidades no mundo têm vivenciado, o que chamaria de um efeito fênix: revocacionamento, palavra que significa um novo olhar que uma comunidade se dá e isso se traduz na redescoberta de seu potencial, talentos e bens intangíveis que podem ser vistos em sua forma de ser, falar e fazer coisas. Esta forma ganha vida na arte, na gastronomia, no folclore, que, por sua vez, se tornam elementos atrativos para pessoas de todas as partes. Acima de tudo, geradora de esperança de dias melhores para suas futuras gerações. No dizer do Padre Antônio Vieira, a mais fiel de todas as companheiras da alma é a esperança.

No Brasil, diversas cidades têm descoberto, no conceito de cidades criativas, formas de gerar emprego e renda, revitalizar-se por completo ou apenas determinadas áreas como centros antigos que em outro momento estavam abandonadas e destinadas ao esquecimento. De certo modo, aqui se inclui o antigo anseio do curso de Turismo de ter sua sede no Centro Histórico de São Luís. Este sonho, agora prestes a se tornar realidade, será concretizado na antiga fábrica de tecidos Santa Amélia, localizada numa área de 9 mil m2. O espaço – que deverá abrigar também o curso de Hotelaria – está sendo restaurado com o apoio do IPHAN e do Ministério do Turismo.

E como a ocasião é propícia, importa lembrar duas excelentes iniciativas recentes dos professores e estudantes de Hotelaria: a primeira, coordenada pela professora Elza Galvão, é o Projeto Hotelaria e Saúde, que tem como objetivo humanizar o serviço hospitalar através de uma capacitação específica voltada para a área de saúde; e a segunda, capitaneada pelo Núcleo de Projetos e Pesquisas em Hotelaria, é a realização de uma pesquisa científica para verificar os impactos econômicos causados durante a 64ª Reunião Anual da SBPC, que aconteceu em São Luís, na Cidade Universitária, e é coordenada pelo professor Davi Andrade. Os resultados vão integrar um relatório que será divulgado na próxima SBPC.

De certo modo, tais ações estão afinadas com essa nova maneira de fazer e pensar turismo e hotelaria de forma criativa e inovadora. O seminário realizado também se traduz num marco importante para que São Luís, em data tão simbólica, comece a se repensar. Se, por um lado, vemos com bons olhos o crescimento que nos elevou à categoria de cidade com mais de um milhão de habitantes – apesar do contraste entre os efeitos negativos, como custos não sustentáveis com reflexos importantes na qualidade de vida de sua comunidade, e os efeitos positivos, dentre os quais a geração de emprego, ampliação de oportunidades de estudo e inclusão na economia do país –, por outro é mister que sua identidade, sua posição geográfica, sua cultura necessitam de um tipo de economia chamada criativa. Esta é, por natureza, transversal, inclusiva, de baixo custo e extremamente agregadora de valor a bens que estão disponíveis aqui mesmo na cidade. O entendimento dessa questão passa pela compreensão de que o fenômeno turístico tem representado para o país uma fonte de riquezas e de desenvolvimento humano e social. São Luís é uma cidade com vocação natural para se tornar um dos maiores pólos criativos do Nordeste, e o Maranhão tem cenários de beleza ímpar. Claro que isto deve mobilizar todos os atores possíveis – sociais e governamentais – e tão somente precisamos nos espelhar em grandes cidades que seguiram essa trilha.

No Seminário a que já me referi, diversos estudantes e docentes receberam homenagens pelos relevantes serviços prestados, honraria que também alcançou o trabalho desenvolvido em nossa gestão, o qual tem procurado imprimir a marca da seriedade e do respeito ao trato com a educação pública de qualidade, em suas mais diferentes esferas. De parabéns, portanto, estão todos aqueles que, com seu trabalho árduo e incansável, contribuíram para que o curso alcançasse esta significativa data: professores, alunos, técnicos, pois não ficaram apenas em palavras, mas construíram, com seu abnegado labor, uma obra da qual podem se orgulhar e, sobre isso, já vaticinava o Padre Antônio Vieira: “Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, é preciso obras”.

 

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC

Publicado em O Estado do Maranhão em 23/09/2012

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