Palavra do Reitor
O Memorial Cristo Rei - museu que guarda um rico acervo da história da Universidade Federal do Maranhão e desponta frente à Praça Gonçalves Dias como um dos mais belos cartões postais da cidade – surge neste mês de setembro como lugar obrigatório para todos aqueles que almejam conhecer um pouco mais de nossa história e da tão propalada fundação da cidade de São Luís, há quatrocentos anos, pelos franceses. Refiro-me à exposição França Equinocial para sempre, aberta em 15 de agosto, promovida pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) em parceria com o Palácio Cristo Rei, que tem o mérito de apresentar a versão francesa da fundação da capital maranhense, ancorada no sonho de ousados aventureiros como Daniel de La Touche e François de Razilly em fundar a França Equinocial.
Lembrando João do Vale, “todo mundo canta sua terra/eu também vou cantar a minha”: São Luís é alvo de um registro digno de louvor nos importantes registros dos franceses em terras maranhenses que estão à disposição do público. São onze telas do artista plástico Rogério Martins; oito mapas que retratam São Luís do Maranhão, Saint-Malo e Paris, bem como plotagens com imagens que ajudam a resgatar o início de nossa formação como cidade. A exposição está sob a coordenação do turismólogo e historiador Antônio Noberto, que é membro do IHGM, da administradora do Palácio Cristo Rei e integrante do IHGM, Clores Holanda, e da pesquisadora Joana Bittencourt.
Quando da abertura, houve o lançamento do livro França Equinocial, uma história de 400 anos em textos, imagens, transcrições e comentários, organizado por Antonio Noberto que brinda os leitores, entre outros dados históricos, com a reprodução da palestra escrita por Vasco Mariz, diplomata brasileiro, escritor e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na qual ele discorre acerca de detalhes pitorescos da saga empreendida pelos franceses em terras maranhenses, além de artigos escritos pelo professor Wilson Ferro e pela promotora de justiça Ana Luiza Ferro, que trazem à lume eventos que culminaram com a fundação da capital maranhense.
A obra tem o mérito de condensar ricas informações que muitas vezes passam desapercebidas pelos atuais moradores da cidade. Como por exemplo, desvenda alguns dos cenários onde se desenrolaram as cenas iniciais da fundação e colonização desta terra, caso do Palácio dos Leões, do Colégio Santa Tereza ou mesmo a Igreja de Santo Antonio; lança um novo olhar sobre as intenções e motivações da coroa francesa em patrocinar essa empreitada, em especial personagens importantes como Henrique IV, Maria de Médicis e Luís XIII; e revela um perfil, pouco conhecido, dos homens que abraçaram o desafio de vir para cá numa viagem profusa de perigos, mas garantidora de fama e reconhecimento.
O relacionamento dos franceses com os indígenas primitivos, bem como o cenário de fundo das guerras religiosas entre católicos e protestantes fazem parte ainda da tecitura que nos legou esta cidade quatrocentenária. Não cabe aqui falar do desfecho que teve essa empreitada, pois a história guarda seus mistérios e aqueles que a protagonizam sequer imaginam como serão conhecidos pelas futuras gerações e nem a qual julgamento serão submetidos.
Diante de toda essa riqueza histórico-cultural narrada, não foi surpresa o sucesso da exposição. Em menos de um mês, aproximadamente três mil pessoas a visitaram, incluindo a visita do Embaixador da França no Brasil, Yves Saint Geours; do Cônsul da França para o Nordeste, Patrice Bonnal; do Ministro do Turismo, Gastão Vieira, bem como da comitiva oficial da cidade de Cancale – cidade francesa de onde partiram as três naus com destino a São Luís, em 19 de março de 1612 – e diversas outras autoridades, além de muitos escritores e visitantes em geral; especialmente, jovens alunos das mais diversas escolas, interessados em conhecer sua própria história. Para aqueles que ainda não a visitaram, eis uma excelente notícia: a exposição, que deveria ser encerrada neste final de semana, foi prorrogada até o final do ano. Trata-se de mais uma ação que prioriza a cultura, o patrimônio e a história, como é próprio da Universidade Federal do Maranhão.
Aliás, a Universidade Federal do Maranhão saiu na frente em relação ao calendário das comemorações do quarto centenário de São Luís, ao abrigar em julho a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, para discutir o tema Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, reunindo milhares de pessoas, entre pesquisadores, professores, alunos, gestores e representantes governamentais. A utilização dos saberes tradicionais como suporte vital para a geração de riqueza, renda, ampliação e qualificação desses saberes para a melhoria da qualidade de vida da população, norteou toda a programação.
Se queres ser universal, começa a pintar tua aldeia, já disse Leon Tolstói. A visita à exposição no Palácio Cristo Rei tem, além do enriquecimento cultural que proporciona aos visitantes, o predicado de ser uma janela para o nosso futuro. São Luís tem uma história rica, um destino pelo qual somos todos responsáveis. Afinal, o que os registros contarão daqui a quatrocentos anos depende das ações dos homens e mulheres que hoje realizam com seu esforço, seu crescimento pessoal e coletivo. As futuras gerações serão tão mais ricas quanto o legado que deixarmos para elas na forma do bem e da educação, valores imperecíveis sobre os quais milênios podem ser fundados.
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC
Publicado em O Estado do Maranhão em 16/09/2012
Solenidade de Professor Emérito 30.10.2020
Discurso realizado durante a Colação de Grau de alunos do Câmpus de Chapadinha, no dia 22 de maio
Solenidade de Transmissão de Cargo Gestão (2019-2023)
VIII Encontro de História da Educação
Colação de Grau Campus Grajaú 2014.2
Discurso das Universitárias/2014
Discurso em comemoração aos 160 anos da Associação Comercial do Maranhão
Discurso da entrega do Título de Doutor Honoris Causa à professora Denice Barbara Catani
Discurso da Abertura do VII Encontro Maranhense de História da Educação
Discurso proferido por ocasião da outorga do título de Doutor Honoris Causa a Ignácio Rangel
O HUUFMA é e continuará sendo um hospital público”, afirma Natalino Salgado
Casa do Estudante será entregue no segundo semestre de 2014, afirma reitor da UFMA
Discurso em Pinheiro: Título de Cidadão Pinheirense
Discurso de Posse na Academia Maranhense de Letras
Uma viagem pela bela história do curso de Turismo da UFMA
Discurso de Abertura da 64ª SBPC
Discurso em Pindaré Mirim: Título de cidadão pindareense
9º Congresso Internacional de Nefrologia
Acordes para o tratamento renal
Quando tudo isso vai terminar?
Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino
Por uma nova versão da história
E se deixasse de haver ciência?
Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho
Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana
Tempos pandêmicos para secretas lições
Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus
Saúde e educação nas entranhas da cidade
Medicina e Literatura: mais que a vida
Os vírus, as pandemias e as alterações históricas
O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos
O cenário das pragas na vida e na literatura
E as lanternas continuam acesas
O gigante aliado no combate ao mal
Doença renal: a prevenção começa na infância (II)
O (velho) novo problema da corrupção
Luzes para Domingos Vieira Filho
Novos cenários para a inovação tecnológica
Uma homenagem a Bacelar Portela
Um poeta, um estadista e um sacerdote
Dom Delgado, um homem visionário (IV)
Dom Delgado, um homem visionário (III)
Dom Delgado, um homem visionário (II)
Dom Delgado, um homem visionário (I)
Páscoa: vida nova a serviço do próximo
A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza
Um clamor pelos novos mártires
Novos caminhos para a educação
Ensino para além do tempo e da distância
Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA
O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive
A justiça mais próxima do cidadão
Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só
O legado de fé dos santos juninos
Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior
Espaço de celebração e valorização da cultura
Considerações sobre pecado e redenção
Páscoa, libelo em favor da liberdade
Anchieta, história de fé e amor pela educação
Um código de conduta para a rede
Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade
Cuidar dos rins é viver melhor
Os (des) caminhos da violência
Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos
A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)
Conhecimento que desconhece fronteiras
Novos passos rumo à melhoria do ensino
Confissões antigas sobre o Maranhão
Oportunidades e melhorias no cenário da saúde
A ética como aliada da ciência
Voto e democracia, simbiose perfeita
Um desafio para o sistema educacional
Pausa para equilíbrio e reflexão
Um presente à altura de São Luís
Educação que liberta e transforma
Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar
Interiorização: caminho para a emancipação
Quando o meio é a própria mensagem
Mais que um homem: uma lenda (parte II)
De poesia e de arte também se vive
Uma reivindicação justa e necessária
Vitória, fruto da perseverança
Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento
Exemplo de abnegação e altruísmo
UFMA: um ano de grandes realizações
Natal, tempo de paz e boa vontade
Ensino a distância revoluciona a educação no mundo
Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas
São Luís: as homenagens continuam
Energia limpa: caminho para o desenvolvimento
Investir em esporte para gerar campeões
SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades
O federalismo sob ótica global
Histórias coincidentes de lutas e conquistas
Cultura Universitária x Cidade Universitária
Diversidade local como solução global
Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar
Valorizar o passado para compreender o presente
Compartilhar saberes, legar conhecimento