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Palavra do Reitor

VIII Encontro de História da Educação

Senhoras e Senhores,

Boa noite.

O tema escolhido por este VIII Encontro Maranhense de História da Educação, que coloca em destaque os sujeitos silenciados pela história da educação, não é só pertinente como também chama a atenção para a necessidade de reparações históricas e sociais às quais nós, como sociedade e como universidade,  também temos o compromisso de fazê-las efetivas. Como lembra Boaventura Sousa dos Santos, devemos lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem e  lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize.

Foi de maneira multiétnica que se deu a construção da sociedade brasileira, formada por recortes de cor, de cultura, de religião e de posição social. Nesse amálgama de interesses, as posturas discriminatórias e os conflitos de toda sorte se instalaram, contrapostos inicialmente por incipientes movimentos sociais que aos longos das décadas ganharam força e protagonizaram uma série de conquistas.

Uma das áreas onde mais a discriminação com sua face perversa e cruel se instalou foi justamente a educação, direito que é para ser de todas e de todos, uma vez que insculpido tanto na longa lista dos direitos e garantias individuais preconizados no artigo quinto da Constituição Federal de 1988 como inserto na Ordem Social de que trata o artigo sexto dessa mesma Constituição, bem como no Estatuto da Criança e do Adolescente.  

Mulheres, negros, pobres, índios, deficientes, integrantes de determinadas religiões e pessoas que assumiram com liberdade suas opções sexuais diferentes das assumidas pela maioria da sociedade,  bem como todos aqueles considerados inferiores, uma vez que estigmatizados por suas diferenças, sentiram na pele os percalços da jornada para alcançar o que na teoria deve estar ao alcance de todos, pois se entende o direito a uma educação como princípio basilar por ter o pressuposto de garantir os demais direitos sociais e políticos.

Uma educação que não inclui, que não agrega, que se fecha em guetos e que mantém a postura discriminatória que por anos imperou no Estado brasileiro é bem definida nas palavras de Gilberto Freyre: o saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades.

E o que era para ser um direito quase natural teve que ser foco de luta e resistência. Desde a exclusão pura e simples como a adoção de mecanismos que dificultaram o acesso de determinadas categorias à sala de aula, à construção do saber, a história da educação possui diversos capítulos que atestam a necessidade de haver mais abertura e mais inclusão como forma de legar ao esquecimento um passado de segregação. Afinal, como lembra o Mestre Paulo Freire: se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.

Quero aproveitar para desejar a todas e a todos dias de ricos debates e aprendizados, na certeza de que as palestras e trabalhos que aqui serão expostos muito contribuirão para o crescimento profissional e pessoal de cada uma de cada um.

Aproveito a ocasião para externar minha alegria pela outorga por parte de nossa universidade do Título de Doutor Honoris Causa à Professora Doutora Mirian Jorge Warde, graduada em Pedagogia, Mestra em Educação e Doutora em Filosofia da Educação e que detém um invejável currículo de experiências profissionais e conquistas pessoas.

O título de Doutor Honoris Causa é a mais alta honraria concedida a personalidades eminentes e aqui deixo registrada a satisfação de tornar a Professora Mirian Warde integrante de nossa augusta instituição, que acredita e valoriza a educação, na certeza de seu papel emancipador da sociedade.

Agradeço ainda o reconhecimento ao meu nome como um dos homenageados especiais por conta dos 10 anos do Núcleo de Estudos e Documentação em História da Educação – NEDHEL, distinção que muito me honra e me enobrece e que vem a somar com outros reconhecimentos que sequer imaginei no início da trajetória de minha vida como educador. Faço minhas as palavras de Riobaldo, o personagem de Guimarães Rosa em Grandes Sertões Veredas: “A gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar numa outra banda é num ponto muito mais em baixo, bem diverso do que em primeiro se pensou”.

Desejo um excelente congresso a todas e a todos.

Muito obrigado!

Em 14/05/2015

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