Palavra do Reitor
“Nossa vida não termina diante da pedra do sepulcro”
Papa Francisco
Neste domingo da Ressurreição, em que cristãos do mundo todo se unem em gratidão a Deus pela esperança da vida que transcende esta terrena, é essencial refletirmos sobre os sentidos da Páscoa.
O significado da primeira Páscoa está diretamente ligado à noite da décima praga, quando os hebreus, que eram escravizados e explorados pelo Faraó do Egito, foram orientados a fazer, em comunhão com toda a família, uma refeição especial, com pães asmos (pão sem fermento), ervas amargas, e a sacrificar um cordeiro e depois comê-lo, usando o sangue dele para marcar as portas de suas moradias, porque assim o anjo do Senhor, ordenado para matar todos os primogênitos dos egípcios e dos animais, passaria longe dessas casas.
Na ceia daquela noite, todo alimento tinha uma simbologia, as ervas, por exemplo, significavam a amargura da escravidão; o pão asmo, a dureza do cativeiro e a saída às pressas do Egito; o sangue, a segurança; e o cordeiro, o inocente no lugar do culpado, a liberdade.
No entanto, toda liberdade tem seu preço e não é barata. O caminho que o povo de Israel atravessava era um deserto, pois havia sequidão, escassez e descaminho. Toda essa trajetória, porém, vista por esse povo como uma conquista da autonomia, era considerada apenas uma escola na qual tinha que aprender a ser homens de Deus. Este aprendizado se materializou na relação com Jeová, o qual supria a água e o pão quando havia falta; o maná, um alimento enviado diariamente por Ele que só dava para ser consumido em um único dia, mostrava a dependência e a confiança daquelas pessoas em Javé.
Deus nos chama para uma vida plena, completa, o que significa dizer que se incluem aí as alegrias e as angústias, os infortúnios e as superações, o amargo e o doce. Cada qual tem o seu lugar na vida. Se formos confiantes no Senhor, nos tornaremos cada vez mais próximos dEle, sabendo que podemos até passar por vales de sombra da morte, mas Ele estará conosco. É na Páscoa que essa realidade se torna mais evidente.
Em outro contexto, a Páscoa também sugere que Deus, mesmo em Jesus, se torna nosso companheiro, o Deus conosco. Jesus se identifica e se solidariza. Ele nos entende tal como somos, pois viveu as mesmas experiências que nos fazem humanos. O profeta Isaías predisse que o Messias seria um homem de dores, experimentaria todo sofrimento, portanto, ele certamente nos entende.
O final-começo da história da Páscoa para o povo hebreu foi a chegada à terra prometida. Para nós, hoje, o fim é no domingo com a ressurreição. Jesus ressuscitou! Esta é a boa-nova para todos. Pela fé nEle, poderemos viver a mesma experiência. Ele nos abriu a porta da salvação e da renovação da vida.
Não podemos esquecer, contudo, que o chamado de Jesus para essa nova vida também remete a uma responsabilidade para com o outro, seja este da nossa família, do nosso trabalho, de nossa comunidade. Por isso mesmo, a Campanha da Fraternidade deste ano tem o sugestivo lema “Eu vim para servir”, que se baseia em uma fala de Jesus no Evangelho de São Marcos (cap. 10, vers. 45). No mesmo trecho dessa passagem bíblica, é relatado que Ele e seus discípulos caminhavam em direção à cidade de Jerusalém. Esses dias seriam os últimos do Mestre com eles. Os diálogos demonstravam preocupação com o ser salvo e com lugares a serem ocupados no Reino vindouro sobre o qual o Senhor havia falado tantas vezes.
Em um dado momento daquela conversa entre eles, quando os apóstolos São Tiago e São João expressaram seu desejo de se assentar ao lado do Senhor nos céus, um à direita e o outro à esquerda, receberam uma resposta de que não sabiam o que pediam. Essa manifestação dos dois causou um sentimento de indignação nos demais companheiros, por acharem que se tratava de uma atitude desrespeitosa. Diante da pequena confusão que se instalou, o Senhor aproveitou para lhes ensinar que quem deseja ser importante entre os discípulos deveria ser o primeiro a se colocar no lugar daquele que serve e, dessa forma, encerrou dizendo que Ele mesmo não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos.
Eis, então, o início da Páscoa definitiva, quando haveria o sacrifício, que encerraria todos os anteriores e nos redimiria de todo o erro, e assim se cumpriria a promessa de Deus aos homens, pois nela seria sacrificado Aquele a quem João, o Batista, disse: “eis o cordeiro de Deus (Agnus Dei) que tira o pecado do mundo”.
Que vivamos a Páscoa em sua plenitude: vida nova, coração disposto a servir e a abençoar o próximo. E Deus, que cuida de todos nós, haverá de se alegrar por ver que seu propósito em nós foi atendido.
Desse modo, que se cumpra a sua prédica de que “(...) todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
(Evangelho de João 6:40)
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, da AMM, AMC e AML.
Publicado em O Estado do Maranhão em 05/04/2015
Solenidade de Professor Emérito 30.10.2020
Discurso realizado durante a Colação de Grau de alunos do Câmpus de Chapadinha, no dia 22 de maio
Solenidade de Transmissão de Cargo Gestão (2019-2023)
VIII Encontro de História da Educação
Colação de Grau Campus Grajaú 2014.2
Discurso das Universitárias/2014
Discurso em comemoração aos 160 anos da Associação Comercial do Maranhão
Discurso da entrega do Título de Doutor Honoris Causa à professora Denice Barbara Catani
Discurso da Abertura do VII Encontro Maranhense de História da Educação
Discurso proferido por ocasião da outorga do título de Doutor Honoris Causa a Ignácio Rangel
O HUUFMA é e continuará sendo um hospital público”, afirma Natalino Salgado
Casa do Estudante será entregue no segundo semestre de 2014, afirma reitor da UFMA
Discurso em Pinheiro: Título de Cidadão Pinheirense
Discurso de Posse na Academia Maranhense de Letras
Uma viagem pela bela história do curso de Turismo da UFMA
Discurso de Abertura da 64ª SBPC
Discurso em Pindaré Mirim: Título de cidadão pindareense
9º Congresso Internacional de Nefrologia
Acordes para o tratamento renal
Quando tudo isso vai terminar?
Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Sálvio Dino
Por uma nova versão da história
E se deixasse de haver ciência?
Homenagem do reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Milson Coutinho
Homenagem do Reitor Natalino Salgado ao acadêmico da AML Waldemiro Viana
Tempos pandêmicos para secretas lições
Moby Dick, para uma macroscopia do coronavírus
Saúde e educação nas entranhas da cidade
Medicina e Literatura: mais que a vida
Os vírus, as pandemias e as alterações históricas
O vírus, o próprio homem, o racismo e outros inimigos
O cenário das pragas na vida e na literatura
E as lanternas continuam acesas
O gigante aliado no combate ao mal
Doença renal: a prevenção começa na infância (II)
O (velho) novo problema da corrupção
Luzes para Domingos Vieira Filho
Novos cenários para a inovação tecnológica
Uma homenagem a Bacelar Portela
Um poeta, um estadista e um sacerdote
Dom Delgado, um homem visionário (IV)
Dom Delgado, um homem visionário (III)
Dom Delgado, um homem visionário (II)
Dom Delgado, um homem visionário (I)
Páscoa: vida nova a serviço do próximo
A Baixada Maranhense e a sua vocação para a grandeza
Um clamor pelos novos mártires
Novos caminhos para a educação
Ensino para além do tempo e da distância
Arqueologia, mais uma área de conquista da UFMA
O papel protagonista da Associação Comercial do Maranhão
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (III)
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive (II)
Festival Guarnicê de Cinema: a magia sobrevive
A justiça mais próxima do cidadão
Ubiratan Teixeira: múltiplos em um só
O legado de fé dos santos juninos
Sisu: democratização no acesso ao Ensino Superior
Espaço de celebração e valorização da cultura
Considerações sobre pecado e redenção
Páscoa, libelo em favor da liberdade
Anchieta, história de fé e amor pela educação
Um código de conduta para a rede
Extensão universitária: de braços abertos para a comunidade
Cuidar dos rins é viver melhor
Os (des) caminhos da violência
Pinheiro e Imperatriz, novo celeiro de médicos
A luz que vem da fé (considerações acerca da Epístola do Papa Francisco)
Conhecimento que desconhece fronteiras
Novos passos rumo à melhoria do ensino
Confissões antigas sobre o Maranhão
Oportunidades e melhorias no cenário da saúde
A ética como aliada da ciência
Voto e democracia, simbiose perfeita
Um desafio para o sistema educacional
Pausa para equilíbrio e reflexão
Um presente à altura de São Luís
Educação que liberta e transforma
Quando prevenir, de fato, é melhor que remediar
Interiorização: caminho para a emancipação
Quando o meio é a própria mensagem
Mais que um homem: uma lenda (parte II)
De poesia e de arte também se vive
Uma reivindicação justa e necessária
Vitória, fruto da perseverança
Alfabetização, primeiro passo para o desenvolvimento
Exemplo de abnegação e altruísmo
UFMA: um ano de grandes realizações
Natal, tempo de paz e boa vontade
Ensino a distância revoluciona a educação no mundo
Turismo e Hotelaria no contexto das cidades criativas
São Luís: as homenagens continuam
Energia limpa: caminho para o desenvolvimento
Investir em esporte para gerar campeões
SBPC 2012: cenário de múltiplas possibilidades
O federalismo sob ótica global
Histórias coincidentes de lutas e conquistas
Cultura Universitária x Cidade Universitária
Diversidade local como solução global
Corpus Christi: tempo de recordar para valorizar
Valorizar o passado para compreender o presente
Compartilhar saberes, legar conhecimento