Palavra do Reitor
A poesia existe porque a vida não basta, já disse nosso conterrâneo Ferreira Gullar. Há de se proporcionar condições para que ela cresça, floresça, irradie,... Digo isto a propósito de uma das experiências mais exitosas no cenário cultural de São Luís, que é o Café Literário do Odylo, concebido e executado pela minha amiga e confreira da Academia Maranhense de Letras (AML), Ceres Costa Fernandes.
O evento é realizado na última terça-feira do mês, nos períodos de março a junho e de agosto a novembro de cada ano na galeria Valdelino Cécio, que integra aquele espaço. Na semana passada, por ocasião da partida de José Chagas, Ceres publicou neste jornal um artigo sobre a presença deste grande poeta no Café em abril de 2011. Ao ler o artigo, fiquei imaginando a oportunidade ímpar que aquelas quase duzentas pessoas tiveram naquela noite de ouvir – talvez pela última vez – Chagas declamando suas poesias e de vê-lo se emocionar com os aplausos e o carinho com que foi recebido.
Coincidentemente, dois anos depois, tive a alegria de participar da edição do Café em abril deste ano, que destacou os terríveis anos de Chumbo, referência ao golpe militar de 64, e teve como um dos palestrantes o também meu confrade Benedito Buzar, presidente da AML, o qual dissertou sobre fatos pitorescos daquele período – como o cenário que antecedeu o golpe, cassações arbitrárias – incluindo a de seu próprio mandato de deputado estadual, e muitos outros ricos detalhes históricos.
Havia sido convidado a comparecer ao evento o jornalista Carlos Olavo da Cunha Pereira, também ativista político, para proferir a palestra “50 anos depois...”, mas infelizmente ele não se fez presente. Carlos Olavo da Cunha Pereira é autor do livro “Na Saga dos Anos 60”, no qual ele descreve sua corajosa batalha por não se calar diante de três grandes ditaduras que assolaram a América Latina. Recomendo o livro, pois é de leitura fácil e tem o mérito de mostrar o alto preço pago por alguém que não se curvou diante de regimes autoritários. Na mesma edição do Café da qual participei, marcou presença ainda o deputado estadual Tatá Milhomem – que conviveu de perto com o jornalista Carlos Olavo –, fazendo intervenções relacionadas aos detalhes singulares desse personagem.
O Café Literário do Odylo, para além do dom de reunir, num mesmo ambiente, poetas, artistas, pesquisadores, estudantes ou até mesmo os que amam e apreciam a boa literatura, tem ainda outra importância: a de fazer história. Diversos serão aqueles que, no futuro, ao se depararem com notícias do Maranhão acerca de poetas e escritores, fatalmente haverão de se deparar com relatos das edições do Café que já serviram de cenário para discussões pertinentes ao preconceito racial na literatura (através da obra “O mulato”, de Aluísio de Azevedo), à riqueza do teatro maranhense (com a presença de ninguém menos que Aldo Leite) e às características das obras de padre Vieira, Cruz e Souza, Nauro Machado, Sousândrade, João do Vale... Faltar-me-ia espaço para divagar ainda a respeito dos debates relativos à poesia, ao teatro, à música, à pintura, entre outros.
A idealizadora me informou que, em 2010, as reuniões ocorriam na sala Nauro Machado, com a presença de um público composto de 40 a 50 pessoas. Já em 2011, o espaço tornou-se acanhado, pois cerca de 60 a 70 pessoas passaram a ser atraídas pela riqueza dos temas debatidos: havia que mudar o lugar, o que foi feito para a Galeria Valdelino Cécio. E o número de participantes continuou a crescer: 100, 150 pessoas... até que chegou a 300 participantes, quando o Professor Hildeberto Fernandes discorreu sobre “Nauro Machado – O Poeta do Ser e da Linguagem”.
Em 2013, mais uma inovação: as palestras do Café passaram a ser transmitidas ao vivo em videoconferências para diversas escolas de Ensino Médio do interior do Maranhão por meio de pontos de recepção do Centro de Capacitação Tecnológica do Maranhão (CETECMA), através da Universidade Virtual do Maranhão (UNIVIMA), graças à parceria com a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia. Além disso, em julho desse mesmo ano, foi realizada a I Mostra Estadual de Literatura no Centro de Criatividade de Odylo Costa, filho, com a presença de escritores de vários municípios do Maranhão, com uma vasta programação que incluiu lançamentos de livros, realização de palestras e intervenções poéticas, numa prova de que o Café Literário está se expandindo e alcançando novos públicos.
Non in solo pane vivit homo (nem só de pão vive o homem), já vaticinou a sagrada escritura. Por propagar a cultura, por valorizar as expressões artísticas e por atrair novos devotos dos sublimes ofícios da alma, o Café Literário é hoje um dos mais importantes projetos culturais do nosso Estado. Aproveito para indicar a edição de maio, que ocorrerá nesta terça, dia 27, e que vai homenagear o renomado escritor Érico Veríssimo, tendo como palestrante o professor Joaquim Gomes, mestre em Literatura pela UNESP. Este é, sem dúvida, um programa imperdível!
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, da AMM, AMC e AML.
Publicado em O Estado do Maranhão em 26/05/2014
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