UFMA

Por Laura Portela

A coordenadora do Herbário Ático-Seabra, professora doutora Terezinha Rêgo, está realizando tratamento de 26 pessoas portadoras do HIV, a partir dos medicamentos produzidos com base em suas pesquisas no campo da fitoterapia.

Pesquisadora reconhecida e premiada por instituições internacionais, Terezinha recebe uma vez por semana em seu consultório, desde 1996, membros da comunidade universitária e da sociedade. Além do acompanhamento médico, os adeptos da fitoterapia adquirem os medicamentos para as doenças oportunistas e para atenuar os efeitos colaterais dos produtos alopáticos.

Males comuns às pessoas que desenvolveram a doença, tais como diarréia, dores nas articulações, estomatite, ferimentos, afecções na pele e problemas renais têm sido tratados com fitoterápicos, como xarope de ameixa, cravo de defunto, cambui, mastruz, cipó azougue e cana do brejo.

O programa de tratamento de portadores de HIV/Aids foi incorporado à Assessoria de Qualidade de vida, criada pela atual administração da UFMA. "Temos conseguido excelentes resultados trabalhando pelo bem-estar das pessoas e todos aprovam plenamente a iniciativa da universidade", afirmou a pesquisadora, que também é professora de Botânica do Departamento de Farmácia.

A linha de ação do programa é o aproveitamento da flora medicinal do Maranhão, valorizando as plantas por meio da implantação das hortas comunitárias e oferecendo assim uma alternativa de elevado alcance social.

O tratamento voltado para os portadores do HIV, inicialmente gratuito para todos, passou a ser pago, em razão da intensa demanda que exigia mais recursos para a continuidade do serviço. Ainda assim, foi estabelecida a cobrança de uma taxa simbólica para aqueles que possuem condições de pagar as consultas. O dinheiro arrecadado é utilizado na compra de vidraçarias e na produção dos medicamentos. E os que não podem pagar tem a consulta e os medicamentos de graça.

A seguir, algumas aplicações dos produtos fitoterápicos

Raiz de caixeta - Diarréia

Fricção com cravo de defunto - Dores nas articulações

Xarope de ameixa - prisão de ventre

Chanana - Estimulação do sistema imunológico

Solução de Cambui para bochecho - Estomatite

Xarope de Urtiga Branca - Rinite Alérgica

Espinheira santa(chá e tintura) - Problemas digestivos(gastrite)

Tintura de passiflorine - Calmante

Pomada de mastruz - Ferimentos

Tintura de cipó azougue - afecções da pele

Tintura de cinara - Aumento da taxa de Colesterol

Problemas renais - tintura de cana do brejo


outras informações importantes:

O Dia Mundial de Luta contra a AIDS, comemorado no dia 1º de dezembro, foi criado em 1988 durante um encontro internacional de ministros da saúde, reunidos em Londres. A data logo foi adotada por 140 países e, a cada ano, o Programa das Nações Unidas para a AIDS (Unaids) define uma estratégia de abordagem do assunto a ser adotada em todo o mundo.

O símbolo da luta contra a AIDS é um lacinho vermelho retorcido. O Laço Vermelho da Consciência da AIDS, ou simplesmente laço vermelho, é visto como um simbolo de solidariedade e compromisso na luta contra a doença.

O Projeto Laço Vermelho foi criado em 1991 pelo Grupo Visual AIDS, em Nova Iorque, uma instituição formada por profissionais de arte preocupados em reconhecer e homenagear amigos que morreram ou estavam morrendo em conseqüência da síndrome da imunodeficiência. Um dos artistas que trabalharam no projeto sugeriu a criação de um símbolo único, de domínio público, que exprimisse a solidariedade em relação aos portadores do vírus HIV.