UFMA

Com a coordenação de várias entidades ligadas às questões sociais, ecológicas e ambientais do Estado do Maranhão e do País, foi aberto na manhã desta sexta-feira, no Auditório Central da Universidade Federal do Maranhão, o I Fórum Social Maranhense. O tema do encontro foi Um outro Maranhão possível.

A palestra de abertura abordou As implicações econômicas, sociais e ambientais do desenvolvimento proposto para o Nordeste e Maranhão, o professor Marcelo Carneiro traçou um panorama preocupante das políticas ambientais e sociais que vêm sendo implantadas no País, em especial no Maranhão, ao longo das últimas cinco décadas.

O palestrante questionou ícones do desenvolvimento, como a política agropecuária do governo Sarney; a questão da celulose; a febre do eucalipto e, mais recentemente, a explosão do plantio da soja na região Sul do Estado. “Todos esses casos se mostraram danosos para o meio ambiente e, ao contrário das suas propostas iniciais, os benefícios nunca confirmaram as projeções de quem os idealizou”, afirmou Carneiro.

A preocupação de antes, na visão do especialista, se mantém atualizada na medida em que o governo Lula tem demonstrado clara opção pela política de exportação. Isso explica, por exemplo, o “excesso de apoio à indústria de celulose e os projetos siderúrgicos que geram divisas para o Estado, mas cobram caro demais ao meio ambiente”.

Apesar das críticas ao poder público, o palestrante também chamou a atenção para a inércia da população com relação às questões ambientais e mesmo sociais. “Em questões sócio-ambientais é preciso se pensar não apenas naquilo que o Estado fez, mas, também, no que nós, enquanto sociedade organizada, deixamos de fazer”, afirmou.

O Fórum prossegue no sábado, com uma programação pela manhã e à tarde. Confira os temas que estarão sendo discutidos no evento:

Programação 05/11

- Desafios para ampliar a democracia participativa e dos direitos humanos, com o professor Dr. Saulo Tarcisio de Carvalho Fontes;
- Direitos Humanos e o papel dos movimentos sociais na radicalização da democracia, com a professora Cândida Costa;
- Trabalho Infantil/Rede Amiga da Criança;
- Uma outra educação é possível: Campo e cidade/Instituto Paulo Freire;
- Convivência com o semi-árido/ASA;
- Segurança alimentar e agricultora familiar/Fetaema/Consea Nacional;
- A violência de gênero ignora classe, idade, raça e etnia/Grupo de mulheres da ilha;

Programação 06/11

- Direitos Humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais e desenvolvimento;
- Redução da maioridade penal;
- Reforma urbana (moradia);
- Carcinicultura;
- Violência contra a criança e o adolescente;
- E a saúde como vai?;
- Ervas medicinais e os cuidados com a saúde;
- Violência contra gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros;
- Questões ambientais, rurais e urbanas.
- Projeto juventude, justiça e cidadania;
- Diálogo entre os movimentos sociais para construção da agenda comum;
- Meios de comunicação, propriedade concentrada x controle;
- Interlocução dos movimentos sociais com o Estado;
- Erradicação do trabalho escravo;
- Desenvolvimento comunitário: criança e adolescente;
- Mesa: solo urbano e rural/Moradia, Alcântara e Quebradeiras de coco babaçu;
- Mesa: Luta por cidadania/Movimento estudantil crianças e adolescentes.

As palestras e oficinas, assim como as mesas redondas estão acontecendo no Campus do Bacanga, distribuídas nos auditórios Central, Ribamar Carvalho, CCH e CCET.

Participam da coordenação do evento as seguintes entidades:

- Sociedade maranhense de direitos humanos
- Grupo de mulheres da Ilha
- União Estadual por moradia popular
- Grupo Gayvota
- Movimento popular da saúde
- Centro de Cultura Negra
- Movimento Hip Hop Favelafro
- Central de movimento popular
- Instituto Paulo Freire
- Associação brasileira de mulheres de carreira jurídica.