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Projeto da UFMA auxilia no tratamento de pacientes asmáticos

Publicado em: 16/08/2004

Paciente é atendida por profissional do programa
Por Júnior Vieira, especial para ASCOM

Doença crônica que atinge 16 milhões de pessoas em todo o Brasil, a asma é uma das maiores preocupações de médicos e do Governo. Isso porque o mal é o quarto maior causador de internações hospitalares e pode ser fatal. É com o objetivo de contribuir para modificar esse quadro que o Departamento de Medicina I da Universidade Federal do Maranhão desenvolveu o Programa de Assistência ao Paciente Asmático (PAPA), que existe há oito anos e oferece atendimento de graça a pessoas que sofrem com o problema. O projeto tem a participação de professores e estudantes de medicina e enfermagem, e funciona no prédio do Curso de Medicina, próximo ao Hospital Universitário.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, que causa estreitamento e hipersensibilidade a estímulos. Isso pode resultar em tosses, sibilos, entre outros sintomas tão comuns da doença. Segundo dados do III Congresso Brasileiro de Asma (2002), a enfermidade é responsável pelo terceiro maior gasto com hospitalizações do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de R$ 230,8 milhões. O Nordeste é a região do País que concentra o maior número de internações de asmáticos por ano (136.902), seguida pela região Sudeste (103.950). Números como estes têm chamado a atenção de autoridades ligadas à área da saúde e motivaram a criação da Liga Acadêmica de Asma (LAAs), da UFMA, de onde vêm os estudantes que participam do PAPA. “O Programa de Assistência ao Paciente Asmático foi o projeto inicial. Para dar sustentáculo a ele, criou-se a LAAs, que é a parte de pesquisa e extensão do projeto. Com isso, ampliou-se o número de estudantes e pôde-se aumentar os atendimentos”, explica o estudante de medicina Felipe de Figueiredo, participante do programa.

Com relação ao atendimento, inicialmente eram feitas 250 consultas por mês. Hoje, esse número subiu para 800. De acordo com Jordach Paiva, acadêmico de medicina, isso só foi possível devido à maior participação de estudantes no programa. “Quando começou, em 1996, no Ambulatório de Pneumologia do Hospital Universitário, eram três acadêmicos. Hoje, depois da criação da LAAs, somos 51 estudantes de medicina e enfermagem. Quase todos são voluntários no projeto”, revela.

Mas o PAPA não é composto apenas de estudantes. A coordenadora do programa é a professora e doutora em Pneumologia Maria do Rosário Costa. “Sou eu quem coordena os estudantes, tanto na parte teórica quanto na prática. Mas as consultas quem faz são eles”, explica.

O Programa de Assistência segue o modelo do programa de educação para pacientes asmáticos do Ambulatório de Asma da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo. Funciona três vezes por semana, com atendimento médico-assistêncial para, em média, 20 pacientes por dia. A equipe de atendimento é composta pela pneumologista, acadêmicos de medicina e enfermagem, dois técnicos de laboratório em espirometria (teste que avalia a freqüência do fluxo respiratório) e dois auxiliares de enfermagem.

Processo de consulta

Os pacientes podem ser encaminhados ao PAPA pelo médico ou por demanda. “Não há necessidade obrigatória do encaminhamento médico. O paciente pode nos procurar diretamente e marcar a consulta”, destaca Felipe de Figueiredo. O atendimento no PAPA é realizado de forma a acompanhar o quadro clínico individual. Daí, o processo é feito em três momentos. Na pré-consulta são exibidos vídeos educativos com informações sobre a asma e preenchido um questionário de avaliação sobre os sintomas que cada paciente diz ter. Também nesta fase são checados o peso, a altura, a pressão arterial, entre outros exames. “Essa etapa é mais demorada e detalhada, pois é quando conhecemos o indivíduo, seu estilo de vida e os fatores que podem desencadear a asma. Também procuramos saber se há antecedentes na família e a regularidade com que esse paciente costuma ir a prontos-socorros, por conta da doença”, acrescenta Felipe de Figueiredo.

Confirmado o diagnóstico clínico da asma, através dos exames laboratoriais específicos, o sujeito é automaticamente incorporado ao Programa. “Também são realizados testes complementares para constatar se os pacientes não têm outros problemas, que podem interferir no tratamento da asma”, ressalta Jordach Paiva.

O terceiro momento do tratamento é a pós-consulta. Nessa fase, além da avaliação do quadro clínico, é feita a checagem de como o paciente usa a medicação inalatória (a já tão conhecida “bombinha”). “Ao contrário do que muita gente pensa, usar a bombinha não é só colocá-la na boca e pressionar para que o medicamento seja vaporizado na boca. Na maioria dos casos, nem se deve fazer isso. Existem cuidados que devem ser tomados e isso nós explicamos a todos que nos procuram, desde a primeira consulta”, alerta Felipe de Figueiredo.

Um dado interessante do Programa é a atenção dispensada aos hábitos de vida de cada pessoa que procura o tratamento, o que é estendido à família. “Alguns pacientes sentem vergonha dos sintomas e escondem-se. Daí o apoio dos familiares ser tão importante. Além disso, os parentes colaboram no monitoramento do tratamento, verificando se o paciente está usando corretamente os medicamentos”, conta Jordach Paiva.

Todos os pacientes têm um acompanhamento de três meses. Durante esse período, eles recebem os medicamentos, gratuitamente, através da Farmácia Estadual de Medicamentos Especiais (FEME). “Realizamos uma reunião com pneumologistas, pela Sociedade Maranhense de Pneumologia. Então, definiu-se que a FEME só libera os remédios de acordo com a receita médica do pneumologista ou do PAPA. E tem mais, caso os funcionários da FEME constatem que o paciente não sabe utilizar a medicação, ele é orientado a retornar ao PAPA. Essa prática já é realizada há algum tempo”, conclui a professora Maria do Rosário Costa.

Para saber mais: Programa de Assistência ao Paciente Asmático 222 9060
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