UFMA

O Brasil possui 24,6 milhões de fumantes. É o que mostra a Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número corresponde a 17,2% dos brasileiros com mais de 15 anos.

A pesquisa divulgada no final de novembro revelou que a Região Sul do país apresentou o maior percentual de fumantes (19%) e o número de tabagistas era maior na zona rural (4,4 milhões de pessoas) e entre pessoas sem escolaridade ou com menos de um ano de estudo (25,7%).

De acordo com o coordenador do Ambulatório de Tabagismo da UFMA e professor de Pneumatologia, Alcimar Nunes, os números demonstram que as pessoas mais alfabetizadas estão com maior conscientização. “O processo de escolarização é acompanhado de melhor conscientização sobre os malefícios do tabagismo. E as pessoas menos escolarizadas não têm tanto acesso às campanhas educativas relacionadas ao tabagismo”, disse.

A Petab mostrou que dos 24,6 milhões de fumantes, 21,5 milhões fumavam todos os dias. Cerca de 40% costumam acender o primeiro cigarro entre os seis e 30 minutos depois de acordar. “Além da dependência à nicotina, o tabagismo causa uma dependência comportamental, ou seja, várias atividades do dia-a-dia ficam condicionadas ao tabagismo”, explica o professor.

Os tabagistas gastavam, em média, 78 reais por mês com cigarros. No Sul, o gasto chega a 100 reais. Os lugares mais utilizados para compra são os bares, botequins e restaurantes. Mais da metade dos fumantes (65%) disse que pensou em parar de fumar devido às advertências contidas nos maços de cigarros.

A maioria (93%) também admitiu que o tabagismo causa sérias doenças. No entanto, apenas 33,5% tinham a intenção de parar de fumar algum dia, mas não nos 12 meses seguintes à entrevista.

Segundo o professor Alcimar, é preciso que o tabagista siga as etapas do processo de parar de fumar. O fumante tem que entender que deixar de fumar é um processo: se conscientizar que quer parar de fumar, se preparar pra isso, fazer a parada do tabagismo e dar continuidade a essa abstinência”, afirma.