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Entrevista: Carlos Benalves, professor de Comunicação Social, fala sobre a carreira da docência

Publicado em: 15/10/2020

SÃO LUÍS – No dia 15 de outubro de 1.827, Dom Pedro I baixou um decreto imperial que deu origem ao ensino elementar no Brasil, descentralizando o ensino e abordando questões salariais, matérias básicas para todos os alunos — leitura, escrita, quatro operações de cálculos e noções gerais de geometria prática — e até sobre a forma como deveriam ser feitas as contratações dos educadores.

No dia 14 de outubro de 1.963, foi oficializado, por meio do Decreto Federal 52.682, que o dia 15 de outubro ficaria reservado para comemorar e homenagear os docentes, figuras de muita importância na construção de toda a sociedade, e que os estabelecimentos de ensino deveriam, inclusive, promover solenidades para enaltecer a função do mestre.

E neste dia especial, a Diretoria de Comunicação (DCom) da Superintendência de Comunicação e Eventos (SCE) conversou com Carlos Benalves, professor assistente do Departamento de Comunicação Social da UFMA, sobre sua carreira, construção do conhecimento junto aos discentes, relacionamento com os alunos, motivações, entre outros assuntos.

DCom: Como surgiu o seu interesse pela docência?

Carlos Benalves: O interesse pela docência surgiu na graduação. Não entrei na graduação pensando em ser professor e nem a terminei com essa ideia, mas uma experiência que eu tive, de monitoria acadêmica durante essa fase, acendeu aquela faísca de que poderia seguir por esse caminho da docência. Acho que, como todo aluno de graduação, nós vamos descobrindo alguns caminhos durante esse percurso e esse, da docência, apareceu para mim.

DCom: Como foi o planejamento de carreira?

CB: Fui planejando muito a partir de oportunidades, trabalhando com base nas perspectivas, mas sempre tive muito claro que precisaria me aperfeiçoar. Logo que saí da graduação, fui aprovado em alguns concursos na área de comunicação, então trabalhei na parte de produção audiovisual. Depois fui fazer trabalho administrativo e aí foi por oportunidade mesmo. Mas dentro dela, por ser na UFMA, percebi que esse caminho poderia me dar uma alternativa de alcançar a meta. que era me tornar docente efetivamente na Universidade Federal. Eu entendi que, para chegar a essa meta, precisaria percorrer alguns caminhos, então fui fazer o mestrado, depois tive as primeiras experiências como docente em faculdades particulares, o que me ajudou muito nesse crescimento na carreira. E assim, a carreira do professor deve ser sempre pensada na formação continuada.

DCom: Como se sente transmitindo o conhecimento às pessoas?

CB: Eu gosto desse contato, de construir o conhecimento com as pessoas. Esses encontros na sala de aula são muito prazerosos porque você vai confrontar o outro, não no sentido negativo da palavra, mas de desafiar o outro a tentar melhorar, a buscar o objetivo que ele tem ali. Como eu trabalho com o público universitário, jovens adultos, entendo que ali é um lugar de construção coletiva, então é muito prazeroso estar em sala de aula, conversando com os alunos, ajudando no crescimento deles, e isso também me engrandece.

DCom: Como costumam ser seus métodos avaliativos?

CB: Minha avaliação depende muito da turma. A gente percebe como o aluno vai se desenvolvendo, então algumas são feitas pensando em estimular e desafiar o aluno. Esse é um ponto que levo em consideração na hora de avaliar para que possa ter um resultado que sirva pra mensurar. A gente comete alguns erros ao pensar na avaliação como forma de obter notas, mas ela deve ser pensada como forma de dar um parâmetro, de como foi a caminhada até ali e do que precisamos melhorar. O resultado da avaliação não diz algo só em relação ao aluno, mas, sim, sobre o processo de ensino-aprendizagem que é construído junto com o professor. É com base nesse resultado que temos algum parâmetro, algumas indicações de como continuar a caminhada.

DCom: Como é feita a construção da relação com os alunos?

CB: Eu tento construir a relação de forma muito transparente. Não gosto de ocupar um lugar que seja distante do aluno, gosto da relação de parceria, com muita sinceridade, fazendo meu trabalho com dedicação para que eles percebam que ali tem alguém com quem possam contar durante a trajetória acadêmica. Claro que, pelo convívio diário, você acaba estabelecendo, algumas vezes, laços de amizade mais fortes com alguns alunos, isso é natural de toda relação social, mas, com todos eles, tento estabelecer a relação de cumplicidade, pois estamos ali para crescermos juntos.

DCom: Sente-se realizado como educador?

CB: Realizado ainda não, porque a jornada ainda não está terminada, mas me sinto inquieto como educador, e é isso que me motiva sempre para ir à sala de aula. Mesmo nos dias que não estou bem, a sala de aula costuma ser um lugar que me dá esse ânimo na jornada. A jornada como educador é prazerosa e desafiadora e espero, lá na frente, que eu possa olhar para trás e sentir-me realizado.

DCom: Qual foi um momento muito marcante, nessa relação aluno-professor, na sua carreira?

CB: Tem uma história curiosa que dá a dimensão de quanto impactamos na vida de um aluno, e não temos a noção exata disso. Houve um episódio em que uma ex-aluna me mandou mensagem, por meio de uma rede social, agradecendo porque tinha ficado reprovada numa disciplina que eu ministrei. Foi uma coisa meio maluca, mas ela agradecia porque aquela reprovação foi responsável por uma virada na vida dela como estudante. Costuma-se sempre deixar a culpa da reprovação para o professor, mas ela percebeu que a reprovação foi por não estar se dedicando à leitura, ao material discutindo em sala, o que a levou a ter dificuldade com a disciplina. Isso foi surpreendente porque, do nada, recebi uma mensagem agradecendo, porque ela dizia que a reprovação a fez repensar sobre como estava levando a vida acadêmica. Essa é uma curiosidade diferente e ficou muito marcada para mim.


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Produção: Laís Costa
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Kaio Lima
Última alteração em: 15/10/2020 21:32

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