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Segunda do Português: "Curiosidades"

Publicado em: 12/10/2020

Na coluna de hoje, vamos abordar algumas curiosidades linguísticas quanto a expressões comumente utilizadas. Essas expressões se incorporam à rotina linguística e, quando nos damos conta, de tão comuns que são, a maioria começa a usá-las, mesmo sem saber sua origem. Vamos ver alguns casos:

 

ACABAR EM PIZZA

Uma das expressões mais usadas no meio político é “tudo acabou em pizza”, empregada quando algo errado é julgado sem que ninguém seja punido. O termo surgiu no futebol. Na década de 60, alguns cartolas palmeirenses se reuniram para resolver alguns problemas e, depois de 14 horas seguidas de brigas e discussões, estavam com muita fome. Assim, todos foram a uma pizzaria, tomaram muito chope e pediram 18 pizzas grandes. Depois disso, simplesmente esqueceram as desavenças administrativas do clube, foram para casa, e a paz reinou. Depois desse episódio, Milton Peruzzi, que trabalhava no jornal Gazeta Esportiva, publicou a seguinte manchete: “Crise do Palmeiras termina em pizza”. Daí em diante, a expressão pegou.

 

CASA DA MÃE JOANA

A expressão se deve a Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença, que viveu na Idade Média entre 1326 e 1382. Em 1346, ela precisou se refugiar em Avignon, na França. Aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade  onde estava refugiada. Uma das normas dizia: “o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar”. Transposta para Portugal, a expressão “paço-da-mãe-joana” virou sinônimo de prostíbulo. Trazida para o Brasil, a palavra “paço”, por não fazer parte da linguagem popular, foi substituído por “casa”. Assim, “casa-da-mãe-joana” passou a servir para indicar um lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde impera a desordem e a desorganização.

 

DE MÃOS ABANANDO

Na época da intensa imigração no Brasil, os imigrantes tinham que ter suas próprias ferramentas. As “mãos abanando” eram um sinal de que aquele imigrante não estava disposto a trabalhar. A partir daí, o termo passou a ser empregado para designar alguém que não traz nada consigo. Uma aplicação comum da expressão é quando alguém vai a uma festa de aniversário sem levar presente.

 

 ENTRAR COM O PÉ DIREITO

A tradição de entrar em algum lugar com o pé direito para dar sorte é de origem romana. Nas grandes celebrações dos romanos, os donos das festas acreditavam que, entrando com esse pé, evitariam má sorte na ocasião da festa. A palavra “esquerda”, em latim, é “sinistra”, daí fica evidente a crença no lado azarento dos inocentes pés esquerdos. Foi a partir daí que essa crença se espalhou por todo o mundo.

 

FAZER UMA VAQUINHA

A expressão “fazer uma vaquinha” surgiu na década de 1920 e tem sua origem relacionada com o jogo do bicho e o futebol. Nas décadas de 1920 e 1930, já que a maioria dos jogadores de futebol não tinha salário, a torcida do time se reunia e arrecadava entre si um prêmio para ser dado aos jogadores. Esses prêmios eram relacionados popularmente com o jogo do bicho. Assim, quando iam arrecadar cinco mil réis, chamavam a bolada de “cachorro”, pois o número cinco representava o cachorro no jogo do bicho. Como o prêmio máximo do jogo do bicho era vinte e cinco mil réis, e isso representava a vaca, surgiu o termo popular “fazer uma vaquinha”, ou seja, tentar reunir o máximo de dinheiro possível para um determinado fim.

 

LÁGRIMAS DE CROCODILO 

Quando dizemos que uma pessoa está “chorando lágrimas de crocodilo”, queremos dizer que ela está fingindo, chorando de uma forma falsa. Tal expressão, utilizada no mundo inteiro, veio do fato de que o crocodilo, quando está devorando suas presas, faz uma pressão muito forte sobre o céu da boca e estimula suas glândulas lacrimais, dando a impressão  de que o animal está chorando. Obviamente, o animal não chora, por isso surgiu a expressão popular.

 

MOTORISTA BARBEIRO 

No século XIX, os barbeiros faziam, não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também tiravam dentes, cortavam calos, entre outras coisas. Por não serem profissionais, seus serviços malfeitos eventualmente geravam consequências. A partir daí, desde o século XV, todo serviço ruim passou a ser atribuído ao barbeiro, por meio da expressão “coisa de barbeiro”. A expressão veio de Portugal. Contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

 

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS 

Essa expressão é usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível. Existe uma história não comprovada que relata que, após trair Jesus, Judas enforcou-se descalço em uma árvore, porque havia posto o dinheiro que ganhara por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava descalço, saíram em busca dos calçados e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se as botas foram achadas. Acredita-se que foi assim que surgiu tal expressão.

 

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Acesse as edições anteriores da coluna “Segunda do Português”.


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Revisão: Jáder Cavalcante

Texto: JADER CAVALCANTE DE ARAUJO
Última alteração em: 12/10/2020 18:17

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