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FALA, PESQUISADORA: Mestranda propõe manual a pessoas com deficiência na Comunicação

Publicado em: 30/09/2020

SÃO LUÍS – Com a pesquisa “Manual Prático de Acessibilidade para Pessoa com Deficiência no Curso de Comunicação Social da UFMA”, a estudante Victoria Chaves, graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão, Câmpus São Luís, foi aprovada, aos 23 anos de idade, no Mestrado Profissional em Comunicação da UFMA. Também como aluna em pós-graduação em Marketing em uma faculdade particular de São Luís, a pesquisa aprovada na universidade federal partiu de uma inquietude que faz parte da própria vida de Victoria: além de ela mesma ter deficiência visual, enxergando 10% da visão total, notou empecilhos em relação à acessibilidade nas atividades práticas durante a graduação.

Confira abaixo a entrevista realizada pela Diretoria de Comunicação (DCom) da Superintendência de Comunicação e Eventos (SCE) com a mestranda sobre o seu projeto.

DCom: O projeto “Manual Prático para pessoas com deficiência na UFMA” abrangerá pessoas com que tipos de deficiência?

Victoria Chaves - A princípio, eu penso em atender com este projeto pessoas com deficiência visual e auditiva. Mas pretendo expandir e continuar com a pesquisa para, quem sabe, um doutorado. Durante a graduação no curso de Comunicação Social da UFMA, eu percebi que muitos alunos que tinham alguma deficiência não participavam de fato de algumas aulas. Então, identifiquei esse problema e pretendo desenvolver este projeto para suprir essa necessidade.

DCom: Como e quando despertou em você a vontade de abordar e aprofundar mais sobre o tema?

VC - Desde que eu ingressei na UFMA, tinha a intenção de realizar projetos que fossem palpáveis, que levassem a alguma melhoria para a sociedade. Durante um Intercom em São Paulo, eu fiz uma oficina de comunicação e acessibilidade, e foi um estalo na minha cabeça, que era isso que eu gostaria de estudar. Eu encaro essa minha vertente como um propósito de vida.

DCom: Quais os principais problemas com os quais você já se deparou no Curso de Comunicação Social da UFMA relativo à inclusão?

VC - Eu vejo que as dificuldades acontecem mais durante as disciplinas práticas. Não é bem aplicada a questão do envolvimento dos alunos nas disciplinas. Meu trabalho vai ser em parceria com os professores. Realmente espero que eles topem esse desafio.

DCom: Como funcionará o projeto na prática?

VC - Pretendo dividir em etapas. Primeiro observar, depois iniciar a execução. No sentindo de elaborar o manual, fazer os testes práticos dele, ver o que é possível e o que se torna inviável. A pesquisa vai mexer diretamente com pessoas, tanto os professores quanto os alunos, então, por conta disso, vai ser um processo trabalhoso, mas espero que seja prazeroso.

DCom: Por que escolher especificamente a UFMA para o estudo?

VC - Porque além de ter sido minha “casa” durante a graduação, eu aprendi que, quando a gente quer mudar o mundo, temos que arrumar nossa casa primeiro. Tenho um amor pela minha Universidade e espero um dia sermos referência em acessibilidade, além de ter uma disciplina voltada para acessibilidade no curso de comunicação também.

DCom: Como está sendo a experiência de desenvolvimento e aprendizagem da pesquisa sobre o tema?

VC - É sempre trabalhoso. Qualquer pesquisa tem seus dias bons e ruins. Mas eu acho que o que move o pesquisador é saber que existem problemas solucionáveis, e ele deve buscar essa solução. Eu amo o meu tema de pesquisa, e isso faz toda diferença também.

DCom: Quais os principais impactos positivos desse estudo para comunidade acadêmica?

VC - Colaborar para próximas pesquisas que venham a ocorrer, porque, infelizmente, a acessibilidade ainda tem pouca pesquisa no Brasil, além de formar profissionais mais capacitados. As pessoas com deficiência estão nas universidades e, consequentemente, querem entrar no mercado de trabalho, e, para isso, precisam de base, que é na universidade. Quando capacitamos esses futuros profissionais, já temos metade do caminho andado.

No curso de Comunicação, passamos por muitas disciplinas práticas. Por conta disso, é possível deduzir que a não participação dos alunos com deficiência nessas aulas vai interferir na formação deles, ficando nítido que eles não estarão tão preparados quanto os demais. A disparidade começa aí. Temos que entender que a pessoa com deficiência está nas universidades, mercado de trabalho constrói família. Temos que sanar esse comportamento que separa a pessoa com deficiência dos demais ou pensar que alguém com deficiência não é capacitado para tal função.

DCom: O tema acerca da inclusão é um assunto ainda bastante debatido atualmente. Qual é o diferencial do seu projeto?

VC - Eu acredito que seja um conjunto. Comparado a outros estudos da bibliografia de acessibilidade, na Comunicação ainda é mínima. Mas acho que a parte em que irei ter que executar o manual será a mais complicada, porque será a fase dos ajustes, em que tenho certeza que muitas coisas que pensei, não darão certo. Em contrapartida, muita coisa que pensei que não daria certo, deu.

DCom: Você tem planos para divulgar e expandir o projeto com objetivo de alcançar mais alunos na mesma situação?

VC - Claro que sim! Eu acredito que pesquisa acadêmica não é feita para guardar na gaveta, mas, sim, compartilhar.  Eu quero participar de editais, levar a proposta para outros lugares e continuar a pesquisa em um doutorado.


Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
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Produção: Laís Costa
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Glaucilene Oliveira
Última alteração em: 01/10/2020 16:39

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