UFMA

SÃO LUÍS - Como resultado da disciplina “Estética e Vídeo”, nasceu “Querida!”, um curta-metragem que foi desenvolvido por estudantes de Comunicação Social – Rádio e TV da UFMA com a participação de alunos do curso de Teatro da Universidade. O curta foi produzido em 2019 e teve o roteiro elaborado pela estudante de Rádio e TV Bárbara Liz.

O suspense retrata as mudanças com que Karen e seu irmão tiveram que se deparar com a repentina chegada da avó à casa onde moram. Aborda, ainda, questões relativas à diferença de idade entre a avó e neta, bem como os conflitos de geração e costumes que a primeira tenta impor a Karen. Com essa história, a produção audiovisual já acumula diversas seleções em eventos de cinema e a conquista do prêmio de melhor curta-metragem na quarta edição do Festival Guarufantástico, evento audiovisual da cidade de Guarulhos, em São Paulo, que foca no gênero terror e fantasia.

Confira a entrevista da Diretoria de Comunicação (DCom) da Superintendência de Comunicação e Eventos (SCE) com a roteirista do curta-metragem, Bárbara Liz.

DCom: Qual o motivo do nome “Querida!”?                  

Bárbara Liz: “Querida!” é por ser um vocativo carinhoso e como imaginávamos a relação de uma avó e neta.

DCom: O curta “Querida!” é fruto da disciplina Estética do Vídeo. Como surgiu a ideia e como foi decidido abordar o conflito de gerações entre avó e neta?

BL: Depois que a equipe conseguiu definir o gênero e as personagens, pensei em como elas seriam, ou seja, suas características e quais seriam os conflitos que motivariam a história. Antes do terror, por se tratar de um enredo familiar, busquei levantar problemáticas que são comuns nas famílias e me inspirei nas questões de divergências geracionais.

DCom: A avó de Karen se mostra rigorosa em seus costumes e tenta impor seus valores a ela. Houve alguma inspiração para a elaboração da ideia?

BL: Ao escrever o roteiro, busquei inspiração em relatos do cotidiano de muitas pessoas: problemas nas relações familiares por divergências de valores. Muitas vezes, infelizmente, a família pode se tornar um ambiente tóxico. A gente pode ver isso exemplificado na cena em que a avó critica o cabelo da neta ou quando insiste em relembrar tradições religiosas.

DCom: Como veio a ideia de chamar alunos de outros cursos para ajudar na realização do curta?

BL: Quando decidimos as personagens, queríamos firmar em parceria com o curso de Teatro da UFMA. Os atores Adailton Dias, que interpreta Beto, e Lúcia Reis, a Dona Martha, são alunos do curso de Teatro da UFMA. Já a atriz Nádia D’Cássia, que faz o papel de Karen, é formada pelo Centro de Artes Cênicas do Maranhão. Além deles, também tivemos a ajuda do fotógrafo Leandro Valente na direção de fotografia.

DCom: Por que escolheu o gênero terror/suspense para abordar essa temática que é retratada?

BL: Ainda quando tínhamos que decidir questões da pré-produção, em sala de aula, a equipe toda votou em criar um produto de ficção e, dentro deste segmento, escolhemos o terror e o suspense, gêneros que nos agradavam, especialmente, ao diretor do curta, Geovane Camargo, que se identifica com os gêneros citados.

DCom: Como foi a experiência de realizar uma produção como essa, na questão do enquadramento, trilha sonora, roteiro e montagem?

BL: Eu ouso dizer que esta foi a primeira vez que tivemos que pôr em prática as teorias que aprendemos desde o primeiro período sobre linguagem audiovisual. Por exceção do Geovane Camargo, que já tem experiência na área audiovisual maranhense, para os demais alunos do curso de Rádio e TV que faziam parte da equipe, aquilo foi tudo novidade. Na teoria, tudo é mais fácil. Na prática, contávamos com fatores limitantes e até um pouco frustrantes, como a questão do cronograma de produção, os horários de cada membro da equipe, pois tudo foi gravado em dois dias, e a falta de dinheiro ou equipamentos. Tudo isso nos fez readaptar a obra à nossa realidade, desde o roteiro, que passou por algumas modificações, até o resultado final. Os enquadramentos foram pensados desde a pré-produção, tendo como base o storyboard do filme. A trilha sonora foi perfeitamente escolhida pelo Geovane, assim como o trabalho de montagem, tudo isso, em um tempo limitado, devo ressaltar.

DCom: O curta teve destaque em diversas premiações de cinema, mais especificamente no Festival Guarnicê de Cinema. Qual a sensação e importância disso para você?

BL: Toda vez é uma felicidade muito grande quando vemos o nome de “Querida!” selecionado em festivais ao redor do mundo. O primeiro prêmio que recebemos veio do curso de Comunicação Social da UFMA. Depois disso, já fomos selecionados em festivais internacionais, como o Lift-Off Global Network, do Reino Unido, e Fort Lauderdale International Film Festival, dos Estados Unidos, e no âmbito local também, no Festival Guarnicê de Cinema deste ano. E ganhamos, recentemente, o prêmio de “Melhor Curta-Metragem” na categoria profissional do Festival Guarufantástico, de São Paulo. Tudo isso nos faz querer crescer mais na área, e eu fico muito orgulhosa por somar com o audiovisual maranhense, ainda mais por se tratar de um projeto independente, vindo da UFMA.

 DCom: Houve alguma cena mais impactante do curta para você?

BL: No processo do roteiro, adorei escrever as cenas de atrito entre Karen e sua avó, e foi animador vê-las ganhando forma, no projeto pronto. Mas minha parte preferida é ver a atriz Lúcia Reis, a Dona Martha, cantando nos créditos finais.

 

 

 

 

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Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Glaucilene Oliveira
Última alteração em: 25/09/2020 15:19