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ENTREVISTA: Projeto "Sem Migué" propõe checar notícias no período de eleições na capital maranhense

Publicado em: 21/09/2020

SÃO LUÍS - As atividades de checagem da plataforma “Sem Migué” serão iniciadas a partir das atuais eleições municipais de 2020, em São Luís: é o que afirma o  estudante Jorge Araújo Martins Filho sobre o seu projeto de pesquisa da primeira turma do Mestrado Profissional do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCompro) da Universidade Federal do Maranhão. A plataforma produzida por ele contará com a colaboração de voluntários da sociedade civil com objetivo de combater a desinformação durante esse período, verificando a veracidade das informações que são disseminadas.

Confira a entrevista realizada com o mestrando Jorge Martins a respeito do projeto “Sem Migué”.

DCom: Como funcionará a plataforma e como as pessoas poderão utilizá-la?

Jorge Martins: A plataforma vai funcionar de uma forma colaborativa. Eu vou ser o moderador responsável por filtrar as sugestões de pauta para selecionar apenas as informações checáveis. Essas pautas vão ser inseridas no site em páginas do tipo “fórum de verificação”, que explicam a origem do conteúdo — se foi falado por um candidato, se é um material que circula nas redes sociais etc. — e destaca a parte da mensagem que passará pelo processo de apuração. A partir daí, os voluntários do projeto vão consultar fontes que possam confirmar se aquela informação é verdadeira, falsa, descontextualizada, exagerada... Todos esses colaboradores vão ter acesso a um perfil na plataforma com autorização para comentar nos fóruns.

DCom: Como as pessoas podem se voluntariar para fazer parte do projeto?

JM: Para participar como colaborador voluntário, é preciso se inscrever até o dia 2 de outubro preenchendo um formulário on-line disponível no site do Sem Migué. No dia 3 de outubro, vamos reunir todos os inscritos numa oficina on-line sobre a nossa metodologia e algumas ferramentas de checagem que poderão ajudar nessa missão. Essa etapa é importante, porque o projeto tem um caráter pedagógico muito forte. Queremos disseminar a prática da checagem para o maior número possível de pessoas. Mesmo aqueles que não participarem como voluntários vão poder visualizar os fóruns e acompanhar como as checagens estão sendo feitas, que bases de dados estão sendo utilizadas e percorrer os mesmos caminhos de apuração dos checadores.

DCom: O projeto “Sem Migué” vai abranger quantas regiões do Maranhão?

JM: Essa é apenas uma fase de testes desse modelo de checagem, por isso preferimos limitar o escopo de checagem aos assuntos relevantes para as eleições municipais de São Luís.

DCom: Como tem sido realizada a divulgação para alcançar o maior número de pessoas e garantir o funcionamento efetivo?  

JM: Já estamos divulgando o projeto nas redes sociais Instagram, Twitter e Facebook. Em todas elas, somos a @semmigueslz. Contamos com o apoio de quem acredita na ideia para curtir, comentar e compartilhar nosso conteúdo com quem possa se interessar. Também vamos divulgar para as equipes de campanha dos candidatos a prefeito e associações comunitárias.

DCom: Sites de checagem estão virando uma tendência no Brasil. Como surgiu a ideia de colocar em prática um projeto nesse sentido no estado?

JM: As iniciativas de fact-checking estão se multiplicando em resposta a uma tendência muito perigosa e complexa, que é a intensificação do fenômeno da desinformação. A ideia de viabilizar esse projeto inicialmente partiu da preocupação com os estragos das informações falsas espalhadas pela internet, sobretudo em ano de eleição, e a inexistência de iniciativas inteiramente dedicadas à reportagem do tipo fact-checking no Maranhão. Felizmente, esses projetos começaram a surgir — em São Luís, além do Sem Migué, também tem o Rumbora Marocar, outro projeto que também vai checar os depoimentos dos candidatos. Talvez haja outras iniciativas surgindo pelo estado que eu ainda não conheça. Espero que sim. Acredito que quanto mais gente fizer esse trabalho de verificação, mais difícil fica para os agentes de desinformação espalharem mentiras.

DCom: Por que lançar a plataforma agora durante as eleições municipais?

JM: O debate público se complexificou com o paradigma da comunicação digital. Hoje temos uma abundância de informações disponíveis na internet e ainda não sabemos lidar muito bem com as consequências disso. Por um lado, deu voz a uma multiplicidade maior de pessoas, e isso tem impactos positivos para o fortalecimento da democracia. Mas, por outro lado, nesse paradigma também se encontram as condições de possibilidade para o surgimento de formas cada vez mais sofisticadas de espalhar boatos e informações sem qualquer correspondência com a realidade. Isso levanta muitas questões e receios quanto ao futuro da democracia. A informação é o que subsidia as pessoas a fazerem escolhas e a agir na esfera pública. Garantir não apenas o acesso, mas também a qualidade das informações de interesse público é fundamental para que possamos exercer a nossa cidadania.

DCom: Quais foram as dificuldades encontradas durante a elaboração do “Sem Migué”?

JM: A principal dificuldade foi conseguir recursos (humanos e financeiros) para viabilizar a plataforma. Mas eu estou tendo a felicidade de contar com a parceria da Superintendência de Tecnologia da Informação da UFMA, que disponibilizou um hotsite dentro do portal da universidade que supre as principais necessidades do modelo de checagem que estamos propondo. E conto também com a parceria fundamental do Laboratório de Design Social da UFMA, que desenvolveu a marca e a identidade visual do Sem Migué. Sem esses apoios, o projeto não teria condições de ser realizado durante estas eleições.

DCom: Há alguma plataforma fact-checking em que você estudou ou se inspirou para a sua pesquisa?

JM: As agências Lupa e Aos Fatos, porque são as maiores agências dedicadas ao fact-checking no Brasil. Inclusive, eu participei de um programa da Agência Lupa chamado Fact Check Lab, que deu mentoria a projetos de checagem de todo o Brasil. O Sem Migué foi o único representante do Maranhão.

DCom: Após as eleições, será dada continuidade ao projeto, bem como abrangerá mais cidades?

JM: Eu espero que sim. A ideia da pesquisa, que é orientada pela professora Li-Chang Shuen e coorientada pelo professor Ramon Bezerra, é deixar como contribuição um modelo de fact-checking que pode ser replicado também por outras iniciativas. Além disso, a ideia é avaliar, durante essa fase experimental, as potencialidades e limitações do modelo para aperfeiçoá-lo e futuramente dar continuidade ao projeto. Afinal, a desinformação não se limita apenas ao período eleitoral.

Saiba mais

Para acompanhar mais sobre o projeto e conhecer melhor sobre o que é desenvolvido, os interessados podem seguir as redes sociais do projeto.


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Produção: Laís Costa
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Glaucilene Oliveira
Última alteração em: 21/09/2020 17:59

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