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Segunda do Português: "Comentar" e "Implicar"

Publicado em: 10/08/2020

1. Comentar

As associações linguísticas são normalmente utilizadas quando se tem dúvida sobre alguma estrutura. Por isso é que, com a palavra “coma”, o estado de morbidez, por terminar na vogal “a” e pelo fato de parecer com “cama”, muita gente faz a associação entre as duas palavras e utiliza “coma” no gênero feminino. Outro tipo comum de associação é feita entre os verbos “comentar” e “falar”, que têm sentidos idênticos. O verbo “falar” é usado corretamente quando requer adjunto adverbial de assunto, como na frase “Ela falou sobre o acidente”. No entanto a regência de “comentar” não aceita adjunto adverbial, portanto equivoca-se quem escreve da seguinte forma:

               O técnico comentou sobre a atuação do árbitro.

Quem comenta, comenta algo, e não sobre algo, pois “comentar” é verbo transitivo direto, logo exige objeto direto, não adjunto adverbial. Veja estes exemplos:

                Os jogadores comentaram sobre o jogo. (errado)

                Os jogadores comentaram o jogo. (correto)

                O dia todo ela não faz outra coisa, a não ser comentar sobre a vida dos outros. (errado)

                O dia todo ela não faz outra coisa, a não ser comentar a vida dos outros. (correto)

                O técnico comentou a atuação do árbitro. (correto)

No entanto a expressão “fazer comentário” requer a preposição sobre.

                Os jogadores fizeram comentários sobre o jogo. (correto)

 

2. Implicar

Um verbo que deixa muita gente de calças curtas é “implicar”, que é utilizado erradamente até por pessoas com excelente nível educacional. Observe o exemplo abaixo:

               A criação de uma filial para a empresa implicará em gastos com a reforma do prédio e a compra de novos equipamentos e mobiliário.

Um hábito comum na fala despreocupada do brasileiro é a inserção da preposição “em” após o verbo “implicar”, como se este fosse transitivo indireto. Não é! “Implicar” é transitivo direto, portanto seu complemento não pode ser iniciado por preposição. Depois de implicar, nunca use “em”. Observe:

                O casamento implica em responsabilidades. (errado)

                O casamento implica responsabilidades. (correto)

                Trabalhar fora de casa implica em passar horas no congestionamento na ida e na volta. (errado)

                Trabalhar fora de casa implica passar horas no congestionamento na ida e na volta. (errado)

                A criação de uma filial para a empresa implicará gastos com a reforma do prédio e a compra de novos equipamentos e mobiliário.

Nesses exemplos, implicar tem o sentido de acarretar. Já na acepção de criar birra, cismar, é transitivo indireto, e seu objeto inicia-se com a preposição “com”:

                Ela sempre implicava com o irmão menor.

                Por que você está implicando comigo?

                Não implique com ele, que você pode dar-se mal.

 

 

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Acesse as edições anteriores da coluna “Segunda do Português”.


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Revisão: Jáder Cavalcante

Texto: JADER CAVALCANTE DE ARAUJO
Última alteração em: 10/08/2020 16:44

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