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Escravidão indígena e resistência foram alguns dos temas do debate "Guerras no Brasil.doc"

Publicado em: 28/07/2020

SÃO LUÍS – Na noite do dia 22 deste mês, por meio da plataforma Google Meet, foi realizado o debate “Guerras no Brasil.doc – As guerras da Conquista”, promovido pelo Diretório Acadêmico do curso de Comunicação Social (Communis) da Universidade Federal do Maranhão, que contou com a participação da docente do Departamento de Comunicação Social (DCS) da UFMA Flávia de Almeida Moura; do docente do DCS e atual secretário estadual de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (Sedihpop), Francisco Gonçalves da Conceição; e do jornalista Osmilde Augusto Miranda, discente do curso de doutorado do Programa de Políticas Públicas (PPGPP) da UFMA.

Flávia Moura iniciou o debate informando que o documentário “Guerras do Brasil” é uma série de cinco episódios de aproximadamente 26 minutos cada um e que foi produzida pelo diretor e produtor Luiz Bolognesi no ano de 2008. O documentário foi exibido pela primeira vez no canal Curta e agora está disponível na plataforma de streaming Netflix e no Youtube.

Para a docente, a proposta do documentário é apresentar diferentes versões de principais conflitos armados no Brasil. “O interessante do documentário é propor novas formas de contar as histórias do país, olhando por outras perspectivas. Nesse episódio, Guerra da Conquista, duas lideranças assumem papéis importantes na narrativa, que é Ailton Krenak e Sônia Guajajara. No decorrer do documentário, dois momentos são significativos, quando Ailton diz que o Brasil é uma invasão que nunca tem fim e que continuamos em guerra e quando Sônia afirma que, quando percebemos a conquista, mais da metade de bens, tanto materiais e a própria consciência dos indígenas, já tinham indo embora”, relatou.

Dando sequência ao debate, Osmilde evidencia a questão dos corpos nos espaços e que todas as suas produções acadêmicas estão relacionadas com as experiências que teve em sua saída do continente africano para o Brasil. “Quando cheguei ao Maranhão, eu me via como um menino angolano. Quando eu adentrei a Universidade, me deparei como um sujeito africano. Isso acaba sendo uma bagagem muito forte para uma única pessoa em um espaço plurissêmico. Eu procurei questionar em todo mundo essa africanidade que estava dentro de mim. Desse esforço, nasceu a minha monografia no curso de Jornalismo, na qual relatei minha pesquisa sobre a África na televisão brasileira, a construção da identidade e a representação dos estudantes africanos na Universidade Federal do Maranhão”, expôs.

“Por que que eu trago essas questões para esse debate? Porque é com base na minha monografia que eu fui ver o olhar que muitos têm sobre o continente africano, que é em torno de perspectiva de colonização. Eu percebi, durante a pesquisa, que a construção imagética da África ainda estava atrelada com aquilo que é seu passado. Nós estamos vivenciando um momento diferenciado de um processo escravista e colonial. Também me deparei com poucas produções sobre a África e sobre os africanos na Universidade”, explanou.

Ele finaliza sua fala, citando James Scott, que cita a “existência enquanto resistência”. “Resistir é deixar seu corpo vivo, enquanto continuarmos vivos, vamos continuar resistindo. As comunidades indígenas, os quilombos e determinados órgãos vêm lutando arduamente para a preservação de seus povos”, finalizou.

Na sequência, o secretário estadual chamou atenção para o primeiro capítulo do documentário, que marca um jogo e conflitos de alteridades. “O documentário é bastante representativo, traz a presença de outras vozes na sociedade brasileira. Vozes que não aceitam mais lugares demarcados. Não temos muitos estudos consistentes sobre a escravidão indígena, temos mais estudos sobre a escravidão negra, isso corrobora para um silêncio dos primeiros anos da colonização brasileira a que foram submetidas as populações indígenas. Muitos povos precisam se apropriar da língua do colonizador para expor as representações de suas cosmovisões e do seu modo de viver o mundo. As falas de Sônia e Krenak, assim como as falas da juventude negra, incomodam muitos, porque eles não aceitam o lugar que lhes foi atribuído pela elite brasileira”, pontuou.


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Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Allan Potter
Última alteração em: 30/07/2020 11:42

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