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SÃO LUÍS – “A consequência das fraudes em ações afirmativas para a criação de uma Universidade diversificada” é o tema do I Encontro Diálogos Interdisciplinares, promovido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) Direito da Universidade Federal do Maranhão, que ocorrerá nessa sexta-feira, 24, a partir das 18h30, pela plataforma Google Meet.

O I Encontro Diálogos Interdisciplinares objetiva promover um intercâmbio epistemológico com a comunidade acadêmica e em geral, a fim de discutir temas de relevância social que tenham conexão com o direito, mas não se restringem a ele, sob perspectivas de outras áreas do conhecimento humano. O evento é gratuito e contará com a emissão de certificado de três horas aos participantes. Para participar, basta acessar e preencher o formulário on-line, também disponível na descrição do Instagram do respectivo grupo.

O encontro contará com a participação de Leandro Augusto dos Remédios Costa, que é discente do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGSOC) da Universidade Federal do Maranhão, professor de Sociologia e Antropologia da rede privada de ensino superior e membro do grupo de Lutas Sociais, Igualdade e Diversidade (Lida) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); da professora do Departamento de Serviço Social (Deses) da UFMA Cláudia Alves Durans; e da bacharela em Direito e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PGCult) da UFMA, Imaíra Pinheiro.

Segundo Helder Machado Passos, professor do Departamento de Filosofia (Defil) da UFMA e tutor do PET Direito, entende-se que a política de cotas raciais é uma ação afirmativa fruto das lutas de grupos sociais vítimas do racismo estrutural que, entre outras violências, dificulta seus acessos ao ensino superior.

“O desconhecimento do que se trata as políticas de ações afirmativas e o racismo estrutural, favorece que elas passem a ser vistas como ‘privilégio’ e não ‘direito’, tendo como reflexo direto as fraudes das cotas. Ressalta-se que o objetivo dessa política é que pretos, pardos e indígenas ocupem e possuam a Universidade, que deve ser um espaço plural de produção e difusão dos conhecimentos, protagonizado por todos que quiserem. É uma forma de reconhecimento da existência de desigualdades sociais, nesse caso, no acesso à educação superior, devido a condições sociais e históricas”, explicou Passos.

Ele ainda destaca que, quando ocorre a fraude das cotas raciais, há sabotagem da tentativa de reparação e a manutenção de privilégios e opressões, colaborando com uma lógica racista que utiliza a meritocracia como justificativa. “As fraudes, dessa forma, tornam-se um entrave ao objetivo de incluir e igualar, sendo estas últimas corrompidas a ponto de danificar o que a Universidade visa de fato. Esse dano reflete na exclusão dos grupos sociais a que a ação afirmativa se destina, prejudicando sua eficácia. Portanto a discussão da temática nesse encontro é extremamente necessária”, finalizou.

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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Allan Potter
Última alteração em: 22/07/2020 19:31