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IMPERATRIZ – Em tempos de medidas de isolamento social, implementadas pelos órgãos públicos para a contenção da COVID-19, professores e alunos têm encontrado formas de prosseguir suas pesquisas de casa e pela internet. Duas dessas, no Câmpus de Imperatriz, desenvolvem análises socioeconômicas, ambientais e de produção, a fim de complementar informações que sirvam para visualizar problemas e oportunidades nas regiões sul e oeste do estado.

Os projetos são coordenados pela professora Eliene Ribeiro, do Departamento do Curso de Ciências Contábeis da UFMA, Câmpus Imperatriz, dentro dos temas “Análise da competitividade do sistema agroindustrial do leite no Maranhão: perspectivas para a construção de um APL (arranjo produtivo local)” e “A operacionalização de compras públicas da agricultura familiar produtora de leite junto ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): Entraves e Oportunidades”, sendo o primeiro financiado pela Fapema e o segundo, institucionalizado na UFMA.

Ela explicou que, no projeto de APL, praticamente todas as pesquisas já estão feitas, estando agora na fase de produção de artigos. A primeira previsão para finalização do projeto estava marcado para o mês de julho, porém também estava previsto retorno a campo para confirmação dos dados e conclusão dos artigos com exatidão.

“Essa parte experimental no final do artigo está suspensa, mediante as medidas de isolamento social. Por enquanto, nosso trabalho em campo neste projeto está parado. Porém o desenvolvimento dos projetos continua: estamos nos reunindo por videoconferência, e os alunos estão escrevendo os artigos, porém vamos continuar até o limite de não precisarmos dos dados de campo”, contou.

Assim que o período de reclusão for cessado, a intenção dos pesquisadores é retornar aos laticínios da região de Imperatriz e municípios próximos, assim como realizar reuniões com os produtores familiares via reuniões no Sebrae, atualmente adiadas.

Sobre o projeto sobre o PNAE, a professora explicou que se trata do fortalecimento da aplicação da Lei Nº 11.947, de 16 de junho de 2009, que determina que toda compra das prefeituras do Brasil para a merenda escolar, creches e todos os órgãos da prefeitura devem ter 30% do orçamento destinados para a agricultura familiar.

“O objetivo é que esse dinheiro fortaleça os agricultores para que se mantenham no mercado e para que nosso estado passe a produzir cada dia mais alimentos. O que nós percebemos é que, no Maranhão, as prefeituras não conseguem gastar a quantidade certa desse montante. Algumas gastam 10%; outras, 5%, e não conseguem cumprir os 30%. Nosso objetivo é saber quais são os gargalos que existem, as oportunidades, ameaças, os pontos fortes e fracos, na relação entre a agricultura familiar e as prefeituras, de maneira que o dinheiro não consegue, em sua totalidade, ser investido na região", concluiu.

Saiba mais

Para atualizar os campos informacionais de pequenos produtores de leite e atrair investimentos de indústrias, gerando, posteriormente, empregos e renda, o projeto de APL trabalha com a construção de mapeamento de toda a cadeia do leite proveniente desses produtores. As pesquisas vão resultar no levantamento de dados do perfil socioeconômico.

Todo o trabalho do primeiro projeto será encaminhado para análise, a fim de saber se estas regiões podem ser consideradas pelo IBGE como arranjos produtivos locais. Se forem consideradas, dentro das normas de contextualização, significará que existem aglomerações de pequenos produtores de leite.

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Walber Oliveira e Luciano Santos
Última alteração em: 05/04/2020 20:16