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Artigo do Reitor Natalino Salgado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Publicado em: 07/03/2020

SÃO LUÍS - O reitor Natalino Salgado publicou, neste sábado, no jornal O Estado do Maranhão, na editoria Opinião, um artigo em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março.

Leia o artigo abaixo:

 


Para elas

(...) tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.
(Desespero da piedade, Vinicius de Moraes)

A propósito do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, vale a pena destacar uma excelente notícia na área da ciência. Em fevereiro deste ano, o projeto Open Box da Ciência identificou as 250 pesquisadoras mais influentes em diversas áreas de conhecimento, numa forma de dar maior visibilidade aos trabalhos dessas mulheres.

Escolhi essa excelente notícia para ratificar a importância e relevância que a mulher vem conquistando em diversos espaços, à proporção que, pouco a pouco, vão vencendo uma série de barreiras que, por muitos anos, impediram esse reconhecimento. Elas já são maioria no país, de acordo com os números fornecidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somos hoje no Brasil 48,4% de homens e 51,6% de mulheres. A despeito de serem maioria e das conquistas alcançadas, reconheço que ainda resta um longo caminho a ser percorrido rumo à sonhada igualdade de gênero, em que haja equivalência de oportunidades e direitos.

Mas hoje é dia de celebrar todas as mulheres, primeiro  pelo dom da maternidade que confere a elas o sinônimo de amor. São corajosas, inteligentes, realizadoras, e, nos versos de Vinícius, são seres que merecem dádivas especiais.

Como todos nós estamos cercados por mulheres, sejam mães, irmãs, filhas, netas e amigas, entendo ser de grande relevância celebrar o que essas mulheres reais representam, cada qual com seu imenso valor, não só humano, mas também afetivo. Por serem pessoas que fazem a diferença em nossas vidas — para melhor  pensei nesse tema como um modo de homenageá-las com este artigo.

Uso a expressão “mulheres reais” porque são as que, como milhões de outras, estão na vida cotidiana, dando conta de tantas atividades e que, nesse mister, tornam a nossa vida mais plena, mais feliz e realizada. Celebro este dia porque reconheço a bênção de ser um homem de uma geração que aprendeu a reconhecer que caminhar ao lado das mulheres nos dá não só a inteireza de nós mesmos, mas também contribui de forma inestimável para a vida, porque elas agregam, alimentam e ensinam, com sua verve feminina criativa; com sua expertise afetiva, filosófica e também técnica, a lidar tantas vezes com problemas complexos.

Muito antes de nossa geração, mulheres corajosas tiveram que enfrentar um mundo hostil e preconceituoso contra a simples emancipação como direito inerente à condição humana, que lhes era, entretanto, negado por princípios que só empobreciam nossas sociedades. Mas a ousadia daquelas mulheres criou um mundo diversificado e esperançoso, que deu lugar e voz à mulher, e então nossas filhas podem almejar voos altos porque sua liberdade pode enfim ser vivida e experienciada nas mais diversas situações. As expectativas para uma menina hoje é de que ela seja aquilo que seus dons e talentos ditarem. Aquilo que sua vocação mandar, o que seu coração determinar, ao contrário do passado ou de tempos em que à mulher não era concedida a própria voz para seus questionamentos.

A escritora Adélia Prado, em sua “Licença poética”, parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade, cunhou em poesia um pouco do ser mulher: “Quando nasci, um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, essa espécie ainda envergonhada. (...), mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. (...) Mulher é desdobrável. Eu sou.” Diz também Clarice Lispector, em “A hora da Estrela”: “O destino de uma mulher é ser mulher”.  Ser várias, sem perder a singularidade; ser forte, sem perder a delicadeza – eis o desafio.

A todas as mulheres  e aqui incluo minha amada mãe (que já partiu desta existência), esposa, filha, nora, irmãs, primas, tias, sobrinhas, netas, amigas, colegas e em especial minhas confreiras dos mais diversos sodalícios que tenho a honra de integrar  meu reconhecimento hoje e minha gratidão diária por expandirem meu horizonte e tornarem meus dias mais significativos.

 

Natalino Salgado Filho*

 

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* Médico, doutor em Nefrologia, Reitor da UFMA, membro da ANM, da AML, da AMM, Sobrames e do IHGMA 


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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Natalino Salgado Filho
Última alteração em: 07/03/2020 15:05

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