UFMA

SÃO LUÍS - Teve início nesta segunda-feira, 6, o workshop Sinal Voz, organizado pela Diretoria de Acessibilidade da Universidade Federal do Maranhão (Daces). O evento busca ampliar as estratégias de interpretação que os profissionais da Língua Brasileira de Sinais (Libras) utilizam para poder comunicar melhor aspectos da língua portuguesa para a língua de sinais, e vice-versa.

“Atualmente, nós temos seis alunos surdos, mas, no próximo semestre, essa demanda deve aumentar. Essa formação é para atualizar os intérpretes da UFMA que já atendem a nossos alunos para que possamos sempre prestar o melhor serviço de interpretação. Esses profissionais também trabalham com formação de novos intérpretes e dessa forma o curso vai ajudá-los a multiplicar esses conhecimentos”, explicou a diretora da Daces, Maria Nilza Oliveira Quixaba.

São 16 horas de curso, divididas em dois dias, ministradas pela professora Rosemeri Berniere, da Universidade Federal de Santa Catarina e doutoranda em linguística, e Ricardo Barros, intérprete da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), que se mostrou muito satisfeito com o evento.

“Eu fiquei muito feliz com o convite da UFMA, pois já trabalho com a professora Nilza em alguns projetos daqui da Universidade, em que tratamos das questões de tradução e interpretação da língua de sinais. Assim, o curso foi pensado com base na necessidade dos intérpretes da UFMA e de uma dificuldade geral vista na área em si, que é a complexidade da interpretação de Libras para a língua portuguesa falada”, salientou Barros.

Além das aulas expositivas, os ministrantes vão aplicar dinâmicas práticas para enriquecer a experiência dos participantes, o que se traduz em maior estímulo para as práticas desenvolvidas por esses profissionais, como afirmou a intérprete de língua de sinais da Daces Roselane Martins:  “Para nós, que trabalhamos diretamente com os alunos em sala de aula, essa formação é muito importante porque traz mais segurança, novos conceitos e uma maneira de discutir a nossa atuação. Trabalhamos com uma língua dinâmica que está em constante movimento e transformação, por isso precisamos estar atualizados e atentos para essas mudanças”.  

Maik Oliveira é o primeiro surdo a se tornar professor da Universidade Federal do Maranhão e atualmente leciona no curso de Libras da UFMA. Ao falar da iniciativa do workshop, ele foi enfático: “Esse curso traz conhecimentos profundos e é um estímulo para a área, sendo de extrema importância para abrir os horizontes no sentido da aquisição de mais conhecimentos e de uma maior fluência na língua de sinais, além de entender de que forma ocorre a expressão corporal dentro desse processo.  Eu sou o primeiro professor surdo da área e procuro capacitar buscando estratégias em vários contextos: musicais, teatrais e artísticos em geral. À medida que essa interação dentro de sala de aula acontece, é possível que o trato com a língua ocorra mais livremente, pois, embora o ensino seja mais voltado para a questão vocabular, essa diversidade de recursos é algo que enriquece o aprendizado e faz os alunos se sentirem bem”.

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Revisão: Jáder Cavalcante
Fotos: Matheus Werneck
Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Emerson Araújo
Última alteração em: 06/01/2020 17:57