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Kátia Régis, docente da Licenciatura em Estudos Africanos, recebe título de cidadã maranhense

Publicado em: 20/12/2019

SÃO LUÍS - Na manhã desta sexta-feira, 20, a professora Kátia Régis, da Universidade Federal do Maranhão, recebeu o título de cidadã maranhense no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), como reconhecimento pelo trabalho realizado junto à comunidade afro-brasileira no estado e à sua luta pelas causas raciais e regionais. O projeto e o título foram concedidos pelas mãos do deputado estadual Duarte Júnior (PCdoB).

Natural de Santo André (ABC paulista), Kátia Evangelista Régis é professora Associada I da UFMA e coordenadora da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, iniciativa pioneira no Brasil. Formada em História pela Universidade de São Paulo (USP), a docente começou desde cedo a desenvolver seu interesse pelas questões sociais, especialmente no que tange à etnia negra, tão massacrada ao longo da história. Hoje ela se sente orgulhosa de sua trajetória e de ver esse trabalho reconhecido pelo Estado do Maranhão.

“Minha mãe, Marinalva de Araújo Régis, e meu pai, Miguel Evangelista Régis, são paraibanos que migraram para São Paulo em busca de melhores condições para criar seus filhos. Desde cedo, eu tinha a intenção de resgatar minhas origens nordestinas e, dentro das possibilidades, decidi me inscrever no concurso da Universidade Federal do Maranhão, mesmo sem conhecer o lugar ou as pessoas. O Maranhão e a UFMA sempre me acolheram e, cotidianamente, me fazem reconectar com minha própria negritude. Este ato de hoje é algo muito significativo, um reconhecimento de um trabalho coletivo, de pessoas que acreditam que, apesar de todos os desafios, é possível realizar a justiça e a igualdade étnico-racial. É um grande orgulho para mim e minha família”, falou emocionada.

No Brasil, a Lei nº 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Mas, de acordo com Régis, até hoje são muitos os desafios para que a temática seja abordada com a seriedade e a complexidade necessárias, particularmente, na formação de professores nas instituições de ensino superior, o que requer mudanças estruturais nos currículos dos cursos de pedagogia e das licenciaturas. “Acredito que essa condecoração é o reconhecimento do trabalho que estamos desenvolvendo na UFMA, pela Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros, que é uma iniciativa inédita no Brasil. Mas a luta do movimento negro ainda continua, e estamos trabalhando massivamente para isso, por meio da formação inicial e continuada de professores na área”, destacou Régis.

No Maranhão, Kátia realizou um grande trabalho de pesquisa sobre o Bloco Afro-Maranhense Akomabu, do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA). Com o apoio da Universidade Federal do Maranhão, a pesquisa teve por objetivo compreender como as ações educativas realizadas pelo grupo contribuem para a construção da identidade negra, para a valorização da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, além de proporcionar elementos para o questionamento dos currículos eurocêntricos das instituições educacionais. “Tais ações foram resultado das históricas lutas do movimento negro brasileiro para que suas memórias e culturas fossem reconhecidas adequadamente. Contudo há muito que se avançar para que ocorra o enraizamento dessas políticas públicas, e as organizações do movimento negro têm um papel fundamental nesse processo”, avalia Régis.

A Universidade Federal do Maranhão é pioneira na área, sendo a primeira a criar uma Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros do país, obtendo o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) com a nota 4, em uma escala de 1 a 5, o equivalente ao conceito “Muito Bom”. A avaliação deu notável relevância a itens como organização didático-pedagógica e corpo docente, recebendo o conceito máximo na escala do MEC. “Estamos muito felizes com o reconhecimento do trabalho da professora Kátia Régis, uma profissional extremamente compromissada e competente, que faz a diferença na realidade social do estado. Uma das ações mais importantes foi a discussão das relações étnico-raciais dentro da Universidade. Já temos alunos formados pelo nosso curso e acreditamos que a UFMA tem feito seu papel humano em incluir a discussão sobre a população negra, historicamente tão excluída. Sentimo-nos também homenageados na condição de instituição, na certeza de que estamos no caminho certo”, declarou a pró-reitora de Ensino da UFMA (Proen), Isabel Ibarra.

Foi graças a inovações como essa que a Alema, por meio da iniciativa do deputado Duarte Júnior, decidiu pela entrega do título de Cidadã Maranhense à professora Kátia Régis. Para ele, essa é a coroação do reconhecimento do trabalho da homenageada como uma conquista de grande relevância na luta contra o racismo e pela igualdade étnico-racial no nosso estado. “A iniciativa desse ato vem dos próprios professores. Certo dia, eu estava num evento, e um grupo de professores da UFMA me abordou para falar do trabalho de Kátia Régis, eu fiquei encantado. Sou aluno do mestrado em Políticas Públicas pela UFMA. Como aluno e deputado estadual, não poderia deixar de reconhecer esse grande talento e o trabalho que ela vem desenvolvendo no nosso estado, levantando essa bandeira de tamanha importância. Essa ação serve como apontamento à direção correta, que é a garantia de direitos”, destacou o deputado.   

Compuseram a mesa da solenidade Gerson Pinheiro, secretário de Estado de Igualdade Racial; Raimundo Nonato (professor Chocolate), secretário Municipal de Relações Parlamentares, representando o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda; Isabel Ibarra, representando o reitor Natalino Salgado; Régis Luís Alves Ferreira, coordenador do Centro de Cultura Negra do Maranhão; Maria da Guia Viana, professora em Licenciatura de Estudos Africanos da UFMA; Sidinalva Silva Câmara, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UFMA; Carlos Benedito Rodrigues, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFMA; Claudimar Alves Durans, professora do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UFMA; e Roberto Santos Ramos, professor do curso de Ciências Naturais da UFMA.                              

Currículo

Kátia Evangelista Régis é graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP - 2000), mestra (2004) e doutora (2009) em Educação: Currículo, ambos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além de ter pós-doutorado (2015) realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, pela PUC-SP, em parceria com o Departamento de História da Universidade Pedagógica (UP) de Moçambique.

Pesquisadora Associada do Centro de Estudos Moçambicanos e de Etnociências (Cemec) da Universidade Pedagógica de Moçambique, integrante do Grupo de Trabalho nº 21 Educação e Relações Étnico-Raciais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped); da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFMA. Principais temas de discussão na área educacional: o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, currículo, políticas curriculares.


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Revisão: Jáder Cavalcante
Fotos: Luciano Santos
Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Emerson Araújo
Última alteração em: 20/12/2019 21:16

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