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SÃO LUÍS – Um projeto experimental de um programa audiovisual informativo jornalístico com acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva: esse foi o trabalho de conclusão de curso da discente Victoria Chaves, do curso de Comunicação Social-Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, apresentado, na tarde de terça, 17 no Laboratório de Rádio do Centro de Ciências Sociais.

Intitulada “Programa com Acesso: Programa jornalístico com acessibilidade libras e audiodescrição”, a pesquisa surgiu do próprio cotidiano da aluna e foi ao encontro de algo muito pessoal dela. “Eu sou deficiente visual, tenho baixa visão e sempre vi que, no curso de Comunicação, fala-se muito de produção, mas dificilmente voltada para pessoas com deficiência”, afirmou.

Seu primeiro contato com esse modo de produção audiovisual acessível, segundo a aluna, foi em uma oficina no Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) de 2016, com a professora Joana Belarmino, da Universidade Federal da Paraíba, sobre jornalismo acessível. Nessa oficina, foram desenvolvidos produtos por meio da técnica de audiodescrição.

O programa foi todo idealizado pela estudante, desde a criação de pautas para as matérias, os entrevistados até a decoração do cenário. As gravações internas foram realizadas no Laboratório de Televisão do próprio curso, e as filmagens externas só foram possíveis com a ajuda de alguns amigos.

“A dificuldade maior na elaboração do programa foi a falta de recursos. A produção de um programa exige dinheiro, equipamento, muita coisa, e eu consegui fazer tudo. Os equipamentos para as externas foram cedidos por um amigo, da produtora dele, para que eu pudesse fazer as gravações. Graças a Deus, eu tive muitos amigos e pessoas que acreditaram nesse trabalho e estiveram comigo durante esses processos e contribuíram bastante”, comentou.

A maior preocupação da aluna era realmente conseguir desenvolver um produto com uma representatividade significativa para os deficientes visuais e auditivos. “Nós não temos programas feitos, produzidos e apresentados por pessoas com deficiência. Eu tentei realmente possibilitar que as pessoas se sentissem acolhidas e percebessem que, pela primeira vez, algo foi feito pensado, em primeira instância, para pessoas com deficiência”, completou.

O Projeto, que foi orientado pela professora do Departamento de Comunicação Social Josie Bastos, é mais que um TCC para Vitória, e por isso o objetivo dela é continuar as pesquisas no mestrado e ampliar cada vez mais os estudos na área de acessibilidade no audiovisual, principalmente no campo da informação com o telejornalismo, conforme revelou.

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Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante
Fotos: Arquivo pessoal
Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Patrícia Carvalho
Última alteração em: 19/12/2019 21:18