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1. Qualquer

Largamente utilizado, principalmente em textos técnicos, o pronome “qualquer” é vítima constante de infrações quanto ao seu uso correto. Observe abaixo um exemplo desse uso indevido:

                Não faço qualquer objeção sobre a venda do chalé, desde que seja à vista.

O erro consiste na utilização do pronome qualquer em uma oração negativa. Veja mais exemplos:

                Não viu “qualquer” risco. (errado)

                Ninguém teve qualquer reação. (errado)

Nesses casos, devemos usar o pronome nenhum e seus derivados.

                Não viu nenhum risco.

Ninguém teve nenhuma reação.

                Ninguém lhe fez nenhum reparo.

                Nunca promoveu nenhuma confusão.

Corrigindo nosso exemplo inicial:

                Não faço nenhuma objeção sobre a venda do chalé, desde que seja à vista.

 

2. Faz tempo

Uma infração muito comum à língua portuguesa acontece quando se utiliza o verbo “fazer” para indicar tempo transcorrido ou a transcorrer, como exemplificado abaixo:

                Fazem mais de dez anos que nossa escola não vence o carnaval.

Fazer, quando exprime transcurso de tempo, é impessoal (a oração não tem sujeito), portanto fica sempre no singular:

                Fazem cinco anos. (errado)

                Faz cinco anos. (correto)

                Fazia dois séculos que aquela família detinha a coroa. (correto)

                Vai fazer quinze dias que ele foi embora. (correto)

                Vão fazer dois meses que eu me mudei pra cá. (errado)

                Faz mais de dez anos que nossa escola não vence o carnaval. (correto)

Quando alguém lhe disser:

                 ― Fazem uns cinco anos que não pego num livro de português.

Responda, brincando:          

                 ― É... eu acredito.

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Revisão: Jáder Cavalcante

Texto: JADER CAVALCANTE DE ARAUJO
Última alteração em: 16/12/2019 12:07