UFMA

SÃO LUÍS – Com o intuito de discutir as pesquisas e os trabalhos desenvolvidos com base na interdisciplinaridade das ciências humanas e sociais, teve início, na quarta-feira, 4, o III Simpósio Internacional Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (SIICS) promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PPGCult) da UFMA, no Centro de Ciências Humanas (CCH), com apresentações de mesas-redondas.

O simpósio tem por principal objetivo expor as produções que foram ou estão sendo desenvolvidas por professores, pesquisadores e alunos na Universidade sobre a área de Cultura e Sociedade, como afirmou o vice-reitor da UFMA, Marcos Fábio: “Esse evento é fundamental para divulgarmos as pesquisas que são feitas. É o momento que nós, professores, orientadores, líderes de grupos temos para apresentarmos o que desenvolvemos todos os anos”.

A mesa-redonda que apresentou abordagens sobre o eixo temático “Mídias, Linguagens, Memória e Sociedade”, coordenada pela professora do Departamento de Comunicação Social Rakel de Castro, contou com a participação dos professores Marcos Fábio, Carlos Benedito Alves e Flávia Moura, que apresentaram suas pesquisas no contexto das “Interfaces Comunicacionais: a tessitura entre Política, Educomunicação, Memória e Discurso”.

A primeira discussão da mesa foi baseada no trabalho desenvolvido pelo docente Carlos Benedito junto com o Grupo de Pesquisa em Estratégias Audiovisuais na Convergência (Gpeac). Essa pesquisa tem como processo criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos, como explicou o professor.

“Temos duas vertentes da pesquisa, e elas se encontram na educomunicação e no aspecto de internacionalização. Nós temos um projeto de extensão chamado Olhares do Brasil, coordenado pela professora Josie Bastos, que tem por objetivo trabalhar os processos de comunicação dentro da Universidade para melhorar as questões adaptativas dos alunos da internacionalização. A outra vertente nós trabalhamos para melhorar o coeficiente expressivo e comunicativo das ações educativas por meio do áudio imersivo para o aprendizado da língua inglesa para os alunos que desejam fazer um intercâmbio”, explanou.

A professora Flávia Moura mostrou a pesquisa finalizada em 2018 no pós-doutorado sobre um estudo comparativo de algumas situações de migração, trabalho e comunicação no Maranhão e em três províncias angolanas, apresentando também as novidades acrescentadas no atual projeto.

“O recorte da pesquisa é memória e práticas comunicativas para entender relações de migração e trabalho. Essa interdisciplinaridade dos processos de comunicação no maranhão que nós estudamos vem mostrar as denúncias e os aliciamentos do trabalho escravo contemporâneo. Nós apresentamos nessa pesquisa a perspectiva de história oral e memória como um método, pois percebemos que é muito mais rico para um trabalho de campo nós ouvirmos a trajetória de vida dos trabalhadores e a partir disso identificar o que nos interessa”, comentou.

A apresentação do professor Marcos Fábio foi voltada para o processo de representação discursiva sobre a implantação da fábrica Suzano em Imperatriz. “Fui atrás da representação discursiva sobre a implantação da fábrica, e aliado a isso eu trabalhei as estratégias de midiatização desse discurso, ou seja, como é que a Suzano utilizou tanto a mídia impressa quanto a mídia digital, no caso os blogs, para fazer circular o seu discurso e conseguir construir um discurso positivado sobre ela”, afirmou.

A professora e coordenadora da mesa, Rakel de Castro, discutiu a temática “De Temer a Bolsonaro: como a comunicação pública (des)caracterizou-se por meio das transformações na empresa Brasil de Comunicação – EBC”.

“Esse trabalho começa em 2017 e tem a colaboração de um publicitário que foi meu orientando. Coletamos os dados a partir daquele ano, ainda nos primeiros meses do governo Michel Temer, e resultou na monografia. Continuaremos coletando durante todo o governo Bolsonaro. O objetivo é fazer uma espécie de mapeamento histórico e contemporâneo de como foi construída a ideia de comunicação pública no Brasil”, declarou.

A mestranda em Cultura e Sociedade Roseane de Oliveira apontou a importância do debate da mesa para a sua pesquisa: “O que me despertou a vir para esta mesa é a questão da temática de memória e práticas comunicativas que eu já trabalho. A questão de aliciamento, enquadramento de memória e a importância dos relatos orais como metodologia e da memória como um método de pesquisa”.

O evento irá até essa sexta-feira, 6. Para informações acerca da programação, acesse o site do SIICS.

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Patrícia Carvalho
Última alteração em: 06/12/2019 17:51