UFMA

SÃO LUÍS – O Programa de Pós-Graduação em Gestão de Ensino da Educação Básica (PPGEEB) foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em 2015 e começou as suas atividades em 2016. Encabeçado pelo professor, e atual coordenador, Antonio de Assis Cruz Nunes, o mestrado profissional é o segundo da UFMA e o primeiro da área da educação no Maranhão. Composto por treze docentes, o mestrado concentra-se no ensino na educação básica, e tem apenas uma linha de pesquisa: “Ensino e Aprendizagem na Educação Básica”. Para conhecer mais e dar mais informações ao leitor sobre o programa, a Assessoria de Comunicação da UFMA conversou com o coordenador do PPGEEB e do mestrado profissional.

Ascom: Qual é o objetivo do PPGEEB?

Antônio Nunes: Nós procuramos formar profissionais licenciados ou bacharéis que atuem na educação básica. O nosso diferencial é justamente o fato de trabalharmos com professores atuantes. O nosso público é composto, em sua maior parte, por professores da rede pública, mas também temos professores da rede privada. Bacharéis e tecnólogos também podem fazer a nossa seleção, mas terão que comprovar que estão atuando na educação básica.

Ascom: Como se dá a dinâmica dentro do programa?

AN: Cada professor é responsável por seu grupo de estudos, em sua área de atuação. O programa funciona como hospedeiro, mas não temos nenhuma ingerência sobre os grupos de estudos. A Capes, entidade que nos avalia, exige que haja alunos de graduação inseridos nos grupos de estudo e nos projetos de pesquisa e extensão, sendo assim, nossos grupos são compostos por professores e graduandos. Além disso, contamos com pessoas tanto da capital quanto do continente. No nosso cronograma de trabalhos, temos que promover várias ações e eventos.

Ascom: Como é composta a estrutura curricular do curso?

AN: Atualmente, o nosso programa tem apenas uma linha de pesquisa. Em decisão tomada com outros professores, preferimos trabalhar com uma linha, e não fomos prejudicados por isso, vendo que fomos aprovados. Então o nosso mestrado é composto por vários componentes curriculares da gestão básica. No caso, as próprias disciplinas ou áreas transversais — Português, Matemática, Geografia, História, entre outras — e os temas transversais, como as relações inter-raciais, as relações de gênero, a educação ambiental. Costumo dizer que o nosso mestrado não é um mestrado típico de pedagogia, trata-se de um mestrado com as licenciaturas. Nós temos uma só linha de ensino em articulação com esses vários componentes curriculares da educação básica.

Ascom: Quais as produções finais dos mestrandos?

AN: Ao fim do curso, os estudantes terão produzido uma dissertação e um produto. Os mestrados profissionais trabalham com essa perspectiva da pesquisa aplicada, então os alunos dirão, na seleção do projeto, qual produto desenvolverão. Esses produtos são construídos com base no referencial teórico que eles trabalharão. Na dissertação, terá de ser dito como aquele produto está materializado naquela pesquisa, como aquele produto surte efeito no processo de ensino e aprendizagem com os alunos. Costumamos dizer que o sujeito principal nessa pesquisa são os professores. Apesar de o alvo ser o aluno, os mediadores são professores, eles terão que criar um material para o professor.

Ascom: Como se dá o processo seletivo para ingresso no curso?

AN: A nossa seleção é anual. No segundo semestre abrimos o edital. O número de vagas é variado, são definidas por cada professor, em suas respectivas áreas de atuação. A seleção é composta pelas etapas tradicionais: prova escrita, projeto, defesa oral e currículo. Não exigimos, para inscrição, o projeto imediato. Por questões ambientais, evitando o gasto de papel, só recebemos o projeto depois que o candidato tiver passado na prova escrita. No cronograma, o candidato pode ver quando entregar o projeto. Após tudo, somam-se os resultados e se dá a nota final do candidato. O currículo é apenas classificatório; todas as outras etapas são eliminatórias. A classificação final é posta na ordem decrescente.

Ascom: Quais as inovações do programa?

AN: Temos procurado fazer várias inovações em termos de pós-graduação. Procuramos democratizar o conhecimento, a participação com a comunidade. Tudo o que fazemos — as disciplinas especiais, os grupos de estudos, os eventos — é divulgado na nossa página na UFMA. Temos a preocupação de chamar a comunidade e, principalmente, os professores. Trabalhamos para não se criar aquela sensação de que a pós-graduação é uma coisa distante. Fazemos esse trabalho para que os professores voltem a estudar e se qualificar. Fomos o primeiro programa a ter cota para negros, o que foi posto em prática no ano passado. Estamos um pouco à frente em relação a essa importante política de ação afirmativa. De maneira geral, temos procurado nos empenhar para servir bem não apenas internamente, na comunidade universitária, mas também na comunidade em geral. Eu, enquanto coordenador, tenho preocupação com a credibilidade. Temos cuidado para que o nosso programa tenha seriedade.

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Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Gizele Monteiro
Última alteração em: 01/10/2019 15:08