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Confirmada a descoberta de fósseis em Coroatá

Publicado em: 07/11/2003

Professor Manuel mostra pedaço de uma vértebra encontrada em Coroatá
A Universidade Federal do Maranhão, através do Laboratório de Paleontologia, está abrindo uma nova linha de pesquisa sobre fosseis e dinossauros. Desta vez, a descoberta foi na cidade maranhense de Coroatá, no vale do rio Itapecuru, onde foi encontrada uma expressiva quantidade de restos fossilizados de dinossauros.

As informações preliminares é de que o estudo está sendo encaminhado a partir de uma série de descobertas feitas por Alexandre Marques Vaz, morador da região. O agricultor recolheu vários fragmentos de partes de diferentes esqueletos que lhe chamaram a atenção pelo tamanho agigantado e pelas características exóticas e, eventualmente, mostrou o material encontrado para o professor secundarista Vitorino Coelho, que também mora na cidade. Coube ao professor Vitorino Coelho, que é biólogo, a primeira análise, logo considerada de grande valor científico. O passo seguinte foi comunicar o achado ao Laboratório de Paleontologia da UFMA, em São Luís, que logo tratou de investigar a ocorrência. “Assim que tomei conhecimento do material encontrado, fui ver de perto e não foi difícil constatar a legitimidade da descoberta”, afirma o professor Dr. Manuel Alfredo Medeiros, um dos maiores especialistas do assunto no Maranhão.

Na opinião do professor da UFMA, o conjunto de fósseis encontrado em Coroatá representa um valioso lote de fragmentos ósseos de dinossauros saurópodes, do tipo quadrúpede, cujas principais características são pescoço e cauda compridos. “O material desmoronou dos barrancos depois da erosão de rochas antigas - Período Cretáceo - causadas pela cheia do rio Itapecuru, em um dos igarapés secundários. Na época seca, quando o nível da água desceu, os restos fossilizados ficaram expostos no leito do canal e foram recolhidos pelo agricultor” explica o professor Manuel Alfredo.

Pelos procedimentos comuns a esse tipo de descoberta, a UFMA, seguindo a orientação da Legislação de Proteção ao Patrimônio Fossilífero, contactou o Promotor de Justiça Zanony Passos Silva Filho que, por sua vez, procurou o agricultor Alexandre Marques Vaz para informar da importância do achado. O morador foi orientado a encaminhar o material, considerado patrimônio da União, a uma instituição de pesquisa.

Uma das peças mais importantes – parte de uma vértebra de um animal de grande porte que parece representar uma espécie de dinossauro desconhecida no Maranhão – já foi encaminhada pela Promotoria de Justiça de Coroatá à UFMA e encontra-se sob a guarda do Laboratório de Paleontologia.

Em reunião com o prefeito de Coroatá, Rômulo Augusto, o professor Manuel Alfredo Medeiros sugeriu que o restante do material em posse do agricultor fosse resgatado pelas autoridades locais e guardado em lugar seguro, visto que representa um importante patrimônio da cidade, do Estado do Maranhão, e do Brasil. Dessa conversa, nasceu a idéia de incorporar os fósseis em posse do agricultor ao acervo da “Casa de Cultura de Coroatá”, um espaço público para exposições culturais, já em fase de implantação pela prefeitura local, onde não apenas esse, mas qualquer outro material fóssil encontrado na região possa ser adequadamente tratado e armazenado, ficando sob sua guarda e, ao mesmo tempo, exposto em lugar seguro para a apreciação da comunidade em geral. “Deste modo, as autoridades de Coroatá vêm procedendo corretamente em relação aos fósseis, que devem ser incorporados ao patrimônio cultural e científico da cidade, ficando à disposição de paleontólogos para pesquisas que revelem mais detalhes sobre as espécies que habitaram a região do vale do Itapecuru na era dos dinossauros”, enfatiza o especialista da UFMA.

AS PESQUISAS: As rochas antigas e os fósseis do vale do Itapecuru vêm sendo estudados há décadas por instituições de pesquisa em Geologia e Paleontologia como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a PETROBRAS e mais recentemente a UFMA e o Museu Emílio Goeldi de Belém. Porém, nunca tinha sido encontrada uma quantidade tão grande de material fóssil nas imediações de Coroatá. O achado indica uma área fossilífera importante onde estão registrados animais que viveram há mais de 100 (cem) milhões de anos atrás, no Período Cretáceo. A ocorrência ganha mais importância devido os achados de fósseis de dinossauros serem raros no Brasil, concentrando-se em áreas isoladas nos estados do Maranhão, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

No Maranhão, fósseis de dinossauros são registrado já há muito tempo, mas nos últimos 9 anos a quantidade se multiplicou, principalmente com as ocorrências da região de Alcântara, no litoral maranhense e em Itapecuru Mirim. Até agora foram documentadas várias formas, entre elas algumas que representam animais gigantescos, como os titanossauros, herbívoros quadrúpedes que podiam atingir mais de 25 metros de comprimento. Também foram registrados grandes carnívoros como o Carcharodontosaurus e o Spinosaurus, ambos medindo cerca de 12 metros de comprimento. Para o especialista da UFMA, os achados de Coroatá poderão representar mais uma importante leva de informações sobre a pré-história remota do nordeste brasileiro, com implicações no conhecimento mais detalhado sobre os efeitos que a separação continental, entre América do Sul e África, teve na fauna que habitava a região na época. Isso porque os registros de fósseis do norte maranhense coincidem exatamente com o início da formação do oceano Atlântico equatorial, logo depois da ruptura entre as duas massas continentais.
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