UFMA

SÃO LUÍS - No dia 4 de setembro, será realizado um show em tributo a Cazuza, às 19h, no Teatro Alcione Nazaré, próximo à Praça Nauro Machado, em São Luís, com entrada franca. O evento, encabeçado pelo docente João de Deus Vieira Barros, consistirá em uma apresentação multimidiática que destacará as metáforas educativas da obra e vida do cantor e compositor Cazuza. A Assessoria de Comunicação da UFMA conversou com o professor saber mais sobre o show.

Ascom: Como surgiu a ideia do evento?

João de Deus: O tributo tem origem da minha tese de pós-doutorado, realizada na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, sob a supervisão da professora Iduína Chaves, junto com o Grupo de Pesquisa sobre Cultura, Memória, Imaginário e Educação. Esse espetáculo é o começo da realização de um velho sonho, pois, desde que concluí o pós-doutorado, previ que um dia ia teatralizar a vida e obra de Cazuza, mas baseado nas conclusões de minha pesquisa.

Ascom: Do que se trata e qual o objetivo do evento?

JD: O objetivo é mostrar que a obra e a história de vida de Cazuza são altamente educativas. É um espetáculo que mostra que existe um imaginário educativo tanto quanto às questões políticas dos anos 80 do século XX. Refletem o espírito de uma geração, seus sonhos e suas utopias, e apontam pistas sobre como poderia ser uma educação na contemporaneidade, além de ser um alerta para a necessidade de o Brasil repensar-se e reeducar-se para ser mais feliz. Temas atualíssimos, como a corrupção, a falta de cultura e necessidade de educação do povo brasileiro. Além disso, temas caros à educação, como a diversidade e uma necessidade de se educar para a felicidade. A questão de gênero e orientação sexual também perpassa o espetáculo entre outros assuntos.

Ascom: Por que realizar esse espetáculo, em sua visão?

JD: Cazuza é extremamente importante, ainda mais nos dias atuais, porque ele reflete sobre a política, a arte, e também o papel do artista, da educação e da cultura. Pode-se questionar o que ele teria a ver com educação, e a resposta é: tudo. Ele falava, por meio de metáforas, símbolos, oxímoros, e falava sobre uma educação para a felicidade que, para mim, é um dos temas mais caros à educação na contemporaneidade.

Ascom: Como será o tributo?

JD: Envolvi um grupo de teatro amador de pessoas de São José de Ribamar: o 20 Murgar. Pessoas de várias idades viverão as várias fases de Cazuza, desde a infância, quando ele deixava de responder à chamada porque nem sequer se lembrava que seu nome era Agenor, pois, antes mesmo de nascer, o pai já o chamava de Cazuza, até a perda dos movimentos, pela AIDS, sentado numa cadeira de rodas e lembrando desses primeiros fatos que marcaram sua vida. Entre uma cena e outra, canto músicas marcantes de seu repertório. Utilizarei outros recursos tais como projeções com datashows, dublagens de canções que o influenciaram e falas baseadas em suas entrevistas, além de objetos que se movimentam em cena.

Sobre o docente e artista da UFMA

Além de professor titular do Departamento de Educação II, o professor João de Deus Barros escreve poemas e crônicas e compõe o que chama de "poemúsicas", uma proposta de poemas quase cantados e quase falados que desenvolveu e apresentou na Faculdade de Educação da USP (Feusp) durante um estágio de capacitação no Laboratório de Arte-Educação & Cultura da Feusp.

É coordenador do Grupo de Estudos sobre Arte Cultura e Imaginário na Educacão (GSACi) e do projeto de extensão Aula, Voz e Espetáculo (AVE), ambos em fase de reestruturação. O professor declarou que pretende tornar a apresentação do dia 4 em um musical em 2020.

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Gizele Monteiro
Última alteração em: 30/08/2019 22:20