UFMA

SÃO LUÍS – Dentro do campo da Arte Contemporânea, existe a discussão acerca do preenchimento dos chamados “não lugares”, que consistem em ocupar com arte os locais não ocupados. A partir dessa perspectiva, o professor Alexandre Albuquerque, ministrante da disciplina de Programação Visual do Departamento de Artes Visuais da UFMA, se uniu aos seus alunos para produzir um outdoor que está em exibição na Cidade Universitária, próximo ao Centro de Ciências Sociais (CCSO).

A ideia do projeto foi pensar algo para o outdoor com base na disciplina, uma vez que ela é voltada para a produção de peças gráficas. Durante três aulas, foi planejado o processo de elaboração da peça, e se chegou ao consenso de fazer uma espécie de mosaico por meio de uma técnica chamada “lambe-lambe” – colagem do papel por meio do grude. A imagem, por sua vez, teria que estar relacionada à atividade final dos alunos, um livro de um artista.

Vinte e dois alunos da disciplina fizeram parte da intervenção. O professor Alexandre explicou como a teoria e a prática atuam lado a lado na complementação do ensino dos discentes.

“Nessa disciplina de Programação Visual, nós vemos os chamados elementos da linguagem visual, como linha, valor tonal, cor, figura, forma e outros elementos. Então a minha ideia era fazer os alunos verem esses elementos funcionando na prática. Um exemplo disso é a textura. Os alunos sabiam o que era isso pela teoria. E quando chegamos ao outdoor para fazer o trabalho, eles viram na prática como ele era texturizado. De longe, você não consegue notar a diferença mas, ao se aproximar, você percebe elementos como o alto-relevo devido à ação do sol”, explica.

“Uma experiência incrível”

Uma das alunas da disciplina, Liviane Vanessa Oliveira da Silva, do 4º período de Artes Visuais, passou por algumas dificuldades para produzir a sua parte no mosaico. Porém o resultado final impressiona: a imagem dos azulejos da Rua Portugal, quebrados, depredados e que sofreram com o descaso por conta da falta de valorização. “Eu queria expor isso. O azulejo significa o nosso patrimônio, que é a nossa identidade, e muitos deles na nossa cidade estão nessa situação. É realmente a falta de valorização, não é só por conta do tempo, nós também precisamos cuidar, buscar conservar”.

A aluna também comemora a experiência adquirida durante o processo. “Foi uma experiência incrível ter essa parte prática, essa experiência sensorial de colar, fazer uma intervenção urbana, é algo muito conceitual, contemporâneo. E a nossa intenção foi de provocar mesmo, colocando várias imagens diferentes sem explicação alguma. De incentivar a pessoa a pensar, a compreender a ligação que cada imagem tem”, pontuou.

De imediato, ainda não existem projetos iguais a esse planejados, mas a ideia do professor Alexandre é de repeti-lo com as próximas turmas da disciplina. Entretanto algumas propostas incluem a possibilidade de uma ocupação de outdoors em todo o espaço da Universidade. Mas, até lá, você pode conferir o outdoor finalizado na rotatória entre o CCSO e o Colégio Universitário.

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Tatiane Raquel
Última alteração em: 10/06/2019 19:23