UFMA

SÃO LUÍS - O Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes Espaços Sociopedagógicos da Universidade Federal do Maranhão realizou, na noite do dia 4 de junho, na Sala de Vídeo I do Centro de Ciência Sociais (CSSo), a mesa-redonda de tema “Arte em Espaços Populares: a resistência das religiões de matriz africana”, que contou com os professores do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA, Élio de Jesus Pantoja e Álvaro Roberto Pires.

A atividade de ensino e extensão denominada “Vem para o PET”, que abarcou a palestra, buscou dar visibilidade às atividades que o grupo executa na Universidade. A tutora do PET, Marilda da Conceição Martins, informou que a escolha da temática foi pelo fato de o Maranhão ter uma tradição africana muito presente, além de que o estado tem maioria populacional negra. “Este tema é de grande importância para discussões e estudos no seio acadêmico, e que muitos, por não conhecerem, acabam demonizando as religiões de matriz africana”, esclareceu.

O professor Álvaro Roberto Pires ressaltou que eventos que abordam arte e religiosidade de matriz africana na universidade quebram o ciclo da construção intelectual branca. “Quando você insiste em fazer essas discussões, que se materializam no âmbito acadêmico, vão-se quebrando as amarras de se perceber a universidade como um ambiente meramente intelectual ou puramente estudantil”, comentou.

O professor e tutor do PET Conexões de Saberes Comunidades Populares, Élio de Jesus Pantoja, evidenciou que o estado tem representatividade social bastante relevante nas populações diretamente relacionadas com as religiões de matriz africana. “No Maranhão, boa parte dos territórios tradicionais, onde as práticas religiosas são realizadas, têm sido ameaçados por ordem de vários fatores. Traz preocupação para quem faz pesquisa sobre essa temática e vivencia essas religiões, porque há um processo de perda desse componente, que não é só sagrado, mas também cultural”, explicou.

Élio ainda enfatizou que não há como entender a cultura maranhense sem considerar a intrínseca relação entre cultura e dimensão sagrada. “As religiões de matriz africana tiveram e têm muita influência na formação cultural do povo maranhense. Trazer essa temática para a instituição abre um leque de possibilidades de debates e pesquisas sobre religiões de matriz africana, e passa a dar a devida relevância que essas questões têm, para entendermos melhor a nossa cultura e a nossa sociedade”, finalizou.

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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Allan Potter
Última alteração em: 06/06/2019 14:21