UFMA

SÃO LUÍS –  Uma Política Nacional de Biocombustíveis, instituída pela Lei nº 13.576/2017, o RenovaBio, visa contribuir para o cumprimento dos compromissos do Brasil no âmbito do acordo de Paris; promover a adequada expansão dos biocombustíveis na matriz energética, com ênfase na regularidade do abastecimento de combustíveis; e assegurar previsibilidade para o mercado de combustíveis, induzindo ganhos de eficiência energética e de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e no uso de biocombustíveis.

Esse assunto foi discutido nessa quinta-feira, 16, durante o 11º Simpósio Nacional de Biocombustíveis (Biocom), que ocorre até amanhã, 17, no Grand São Luís Hotel. O simpósio é realizado pela Associação Brasileira de Química e organizado pelo departamento de Química da UFMA.

Para falar dessa política do Governo Nacional, o coordenador do Renovabio, Luiz Coelho, falou das metas de descarbonização que o programa tem, dando ênfase para a redução de emissão alinhados com compromisso brasileiro no acordo de Paris, a maior previsibilidade sobre o papel dos biocombustíveis na matriz - vital para indução de novos investimentos, e a expansão da produção e do uso de biocombustíveis na matriz energética. "É necessário que haja uma segurança do abastecimento nacional de combustíveis, garantindo a preservação ambiental, além da inclusão econômica e social, tendo livre concorrência no mercado de biocombustíveis", explicou.

Atualmente, o sistema funciona da seguinte maneira: o produtor extrai a matéria para fabricar o biodiesel, que passa para os distribuidores entregarem nos postos, até chegar nos veículos, que, por sua vez, liberam CO₂, poluindo o ar e contribuindo para o efeito estufa. "A curto prazo, a ideia é que o distribuidor receba o produto com biocombustível fóssil, com isso, a ANP, por meio do RenovaBio, criará metas para a descarbonização do Brasil. As atribuições da ANP são a regularização e fiscalização da certificação de biocombustíveis, além de criar metas individuais, o que chamamos de Market Share combustíveis fósseis", frisou.

Os dois principais biocombustíveis no Brasil são o biodiesel e o etanol. O biodiesel pode ser produzido a partir de oleaginosas (entre elas a mamona, o algodão, o amendoim, o dendê, o girassol e a soja), além de matérias-primas alternativas (como gordura animal, óleos de frituras e gorduras residuais). Já o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar, porém pesquisas vêm sendo realizadas para que o milho também sirva de matéria-prima para sua produção.

Sobre os biocombustíveis

Combustíveis não renováveis, como a gasolina, que é produzida do petróleo, ainda são os mais consumidos no país, causando efeitos como o aumento do aquecimento global. Segundo a professora do departamento de Química da UFMA e presidente do 11º Simpósio, Gilza Prazeres, as apresentações realizadas no simpósio estão em torno da produção e do desenvolvimento de combustíveis que ajudam a reduzir a emissão de gases responsáveis por aumentar o efeito estufa. “Nós estamos vivendo um período muito difícil do ponto de vista ambiental. A concentração de gás carbônico na atmosfera nunca foi tão alta como agora”, afirmou.

Essa alta concentração de gás carbônico em todo o planeta é a principal causa para o desenvolvimento dessas pesquisas na área da Química, produzindo novas formas de utilizar gases e combustíveis renováveis. “Os efeitos do aquecimento global não são sentidos apenas em um país, mas no mundo inteiro. Por isso a preocupação de desenvolver combustíveis que ajudam a reduzir a emissão de gases como o gás carbônico”, completou.

Na programação

O evento também contou com as discussões sobre a cadeia produtiva do Biogás e Biometano e com a palestra RenovaBio, apresentada pelos engenheiros Eduardo Aboim e Luiz Fernando Coelho, coordenador do Programa RenovaBio da Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos (SBQ). A programação ocorre até esta sexa-feira, 17.

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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Patrícia Carvalho
Última alteração em: 17/05/2019 11:45