UFMA

SÃO LUÍS – No dia 3 de maio, é comemorado o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Proclamado no ano de 1993, em Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a data surge para celebrar os princípios básicos da independência do fazer jornalístico e comunicar aos cidadãos as ameaças que a liberdade de imprensa pode sofrer, assim como lembrar os líderes de governo do seu compromisso com a autonomia jornalística. Rememoram-se também as vidas perdidas de jornalistas no exercício do seu trabalho.

Para comentar sobre essa data, a Assessoria de Comunicação da UFMA conversou com o professor Carlos Agostinho, do Departamento de Comunicação Social.

Ascom: Na sua concepção, o que é liberdade de imprensa?

Carlos Agostinho: A liberdade de imprensa refere-se exclusivamente à liberdade que os veículos de comunicação devem ter de circular livremente e de publicarem seus conteúdos sem censura ou qualquer outra forma de repressão.

É muito comum confundirmos liberdade de imprensa com liberdade de expressão, que se aproximam, mas não são a mesma coisa.

Como disse, a liberdade de imprensa relaciona-se com os veículos de comunicação; a de expressão refere-se a qualquer ato de divulgação de informações, sejam jornalísticas, artísticas, intelectuais, políticas etc.

Ascom: Qual a sua importância na sociedade atual?

CA: A intolerância entre pensamentos divergentes tem gerado conflitos e algum radicalismo. A imprensa, como mediadora das informações, deve estar atenta ao seu papel e evitar envolvimentos emocionais. Manter a liberdade com responsabilidade.

Ascom: Na sua opinião, a liberdade de imprensa tem sofrido algum tipo de ameaça nos últimos anos?

CA: Os grupos radicais, que não admitem o contraditório, de várias cores ideológicas, têm-se utilizado da expansão das redes sociais para atacar a imprensa livre e impor discursos de ódio, preconceito, discriminação. Isso é uma ameaça para toda a sociedade.

Ascom: Em sua carreira, o senhor já presenciou, de alguma forma, tal independência sendo ferida?

CA: Sim. Principalmente a autocensura, quando profissionais deixam de observar preceitos jornalísticos para privilegiar a propaganda política, no sentido de atender sua corrente em detrimento da verdade.

Ascom: Por que devemos celebrar essa data?

CA: É um marco que deve nos fazer lembrar quantos já lutaram por uma imprensa livre e o quanto será danoso para a sociedade se a liberdade de imprensa acabar, com a volta da censura, por exemplo.

Ascom: Nesse dia, o que você teria a dizer para os futuros jornalistas?

CA: Primeiramente, é importante uma boa formação, com muita leitura — em qualquer suporte — e senso crítico. Depois, devemos lembrar que somente a imprensa livre pode formar profissionais verdadeiramente livres.

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Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Gizele Monteiro
Última alteração em: 08/05/2019 19:22