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SÃO LUÍS - Durante o Seminário "Base de Alcântara: próximos passos", promovido pelo Governo do Maranhão na manhã desta segunda-feira, 15, no auditório Terezinha Jansen, no Multicenter Sebrae, o curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do Maranhão, em parceria com o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), foi um dos pontos destacados nos debates com participação da reitora Nair Portela, do ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, o governador do Maranhão, Flávio Dino, o diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, Marco Antônio Carnevale Coelho, e diversas personalidades políticas e intelectuais do Maranhão e do Brasil.

Na ocasião, o ministro concedeu uma palestra sobre sua experiência como astronauta e como profissional, além de falar sobre o acordo de salvaguardas entre Brasil e Estados Unidos, que permite que os Estados Unidos possam fazer mais lançamentos de satélites no Centro de Lançamento de Alcântara, proporcionando a troca de tecnologia e conhecimento entre estadunidenses e brasileiros sobre lançamentos de foguetes, além de garantir a proteção e sigilo de tecnologia norte-americana aplicada em território brasileiro. Também proíbe o lançamento de equipamentos bélicos a partir do CLA. Os Estados Unidos, inclusive, é responsável por 80% dos lançamentos de satélites no mundo, por meio da Nasa, segundo informações trazidas por Marcos Pontes.

O acordo também permite que foguetes de qualquer nacionalidade possam ser lançados no Brasil, desde que contenham algum componente norte-americano. O ministro ressaltou que esse acordo pode ser feito com outros países também, como Japão, Alemanha e Países Baixos, acrescetando que, nos projetos de lançamento, o Brasil tem o poder de escolher os próprios representantes para participarem dos trabalhos, gerando intercâmbio entre Brasil e diversos países do mundo, enquanto clientes dos serviços do CLA.

A reitora Nair Portela enfatizou que, para além das reuniões realizadas em prol do curso de Engenharia Aeroespacial, já há um trabalho consolidado e planejado para a inserção de jovens engenheiros da UFMA nos trabalhos do CLA. "Os alunos que vão terminar no próximo ano o Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da UFMA vão poder ingressar no curso específico de Engenharia Aeroespacial. E, quando terminarem, estarão aptos a entrar no mestrado de Engenharia Aeroespacial do ITA. Além disso, a UFMA está se organizando com outras universidades para oferecer um mestrado em rede nessa área. São várias ações, e estamos somando muito positivamente", declarou.

O governador do Maranhão enfatizou a importância da inserção da sociedade maranhense nas novas perspectivas de desenvolvimento do Centro de Lançamento e do próprio município sede, com maior interação entre o CLA e a comunidade alcantarense. Ele mencionou suas perspectivas quanto à formação de estudantes locais para o trabalho na base militar. "Gostaria de agradecer a todas as instituições parceiras que possbilitaram a realização desse mestrado. Nós consideramos que esses estudantes estarão aptos para ajudar e viabilizar vários experimentos no CLA. Quem sabe um dia uma tecnologia nacional, brasileira, será desenvolvida aqui, por esses jovens que aqui estão estudando", pontuou.

O ministro Marcos Pontes alertou para que o Brasil continue produzindo investimentos em conhecimento e no desenvolvimento de C&T no Brasil. "A ciência e tecnologia têm que ser mais valorizadas no Brasil. Elas estão na ponta de lança do desenvolvimento em qualquer nacionalidade, pois, sempre que um país está em crise, investe em ciência e tecnologia. Peço a todos os gestores e parlamentares que estão aqui que invistam cada vez mais nessa área", pediu o ministro.

A reitora Nair Portela também estará na programação da tarde, às 16h, no painel "A produção do conhecimento no âmbito aeroespacial", também no Multicenter Sebrae.

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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Luciano Santos
Última alteração em: 16/04/2019 14:57