UFMA

SÃO LUÍS – A Universidade Federal do Maranhão foi palco, nessa quinta-feira, 28, da roda de conversa “Diálogos Diaspóricos: relatos de experiências acadêmica, política e cultural de pesquisadores africanos no Brasil e pesquisadores brasileiros em Cabo Verde”. O encontro foi organizado por estudantes africanos e pelo curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade, com a coordenação do estudante do curso de pós-graduação em Políticas Públicas, Marcelino Mendes.

A apresentação dos relatos tem por objetivo compartilhar experiências vividas por pesquisadores africanos que estão na UFMA e pesquisadores maranhenses que estavam na Universidade de Cabo Verde (UNICV), no período de 21 de novembro a 6 de dezembro de 2018, a fim de promover um diálogo entre a comunidade acadêmica e a sociedade. "Esses diálogos têm por finalidade descontruir a imagem que se tem sobre o continente africano que foi construída há séculos. A África não é o continente pobre ou selvagem como muitos pensam, e, sim, um espaço muito rico em cultura, gente e pesquisas", pontuou Marcelino.

A coordenadora do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, Kátia Regis, comentou que o conteúdo abordado nas aulas do curso é fundamentado em sólidas bases africanas, daí vem a importância do diálogo permanente com os países africanos em toda sua diversidade. “A atividade de campo realizada por estudantes maranhenses na Universidade de Cabo Verde (UNICV), durante quinze dias, envolveu 61 pessoas, entre discentes e docentes do curso em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros e representantes da Secretaria Estadual de Educação do Maranhão”, explicou a docente, informando que, em 2019, haverá uma formação de 500 profissionais da educação básica acerca da história e cultura africana e afro-brasileira.

José Jonas Borges da Silva, estudante do curso, destacou que pôde vivenciar, por meio da prática obtida na visita a Cabo Verde, as contradições, os conflitos, os limites e os desafios que o país vive. “Participamos de seminários, de colóquios, debates na academia e uma visita à Ilha de Santiago, que é o maior arquipélago de Cabo Verde. Consolidar uma aproximação do Brasil com o continente africano é uma rica troca de conhecimentos e aprendizado”, comentou.

Já a estudante do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFMA Goia Alfredo Biague veio de Guiné-Bissau para o Brasil há quase sete anos e se formou em Serviço Social pela Universidade Federal da Bahia. “Quando você sai do seu país, certa esperança nos é depositada. Saímos ao encontro de uma nova cultura e outros costumes, que são diferentes dos do país de origem. Mas aí é que vem a grande questão: o diferente é bom, não podemos ser todos iguais”, relatou. Goia frisa que, ao terminar seus estudos no Brasil, pretende retornar ao seu país, que seria uma forma de contribuição creditada a ela pelo povo guineense.

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Allan Potter
Última alteração em: 01/04/2019 15:11