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Piano Maranhense: conheça o projeto cultural de professor do curso de Música da UFMA

Publicado em: 11/03/2019

SÃO LUÍS – Em outubro de 2017, o pianista e professor do curso de Música da UFMA Daniel Lemos pôs em prática o seu projeto cultural intitulado Piano Maranhense. Tal iniciativa consiste em fazer um levantamento de obras para piano solo de compositores nascidos ou radicados no Maranhão entre os séculos XIX e XX. Além disso, é proposta uma edição crítica das fontes e partituras encontradas e a seleção de uma parte desse repertório para fazer recitais de piano. A Assessoria de Comunicação da UFMA conversou com o professor para conhecer mais sobre esse projeto.

ASCOM: Como surgiu o Piano Maranhense?

Daniel Lemos: A proposta de pesquisar a música maranhense dos séculos XIX e XX já existia desde 2010. O Inventário João Mohana, disponível no Arquivo Público do Maranhão, é uma das principais coleções de partituras do país, e um patrimônio imaterial valiosíssimo. No entanto só consegui executar o projeto durante o afastamento para o curso de Doutorado.

ASCOM: Qual o objetivo dele?

DL: Trazer de volta à circulação parte da música maranhense dos séculos XIX e XX por meio do piano, levando à sociedade uma parte pouco valorizada e até desconhecida de seu patrimônio cultural imaterial.

ASCOM: Onde já houve apresentações?

DL: Até agora, fizemos 32 recitais, contemplando sete cidades do Maranhão: São Luís, São José de Ribamar, Raposa, Santa Inês, São Bernardo, Coelho Neto e Caxias. Levamos também a música maranhense para mais sete estados, em Manaus (AM), Parnaíba (PI), Baturité e Guaramiranga (CE), Vitória (ES), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC).

ASCOM: Só você faz parte desse projeto?

DL: Na parte de pesquisa, sim. Na etapa dos recitais, conto com a parceria da Crescente Promoções Artísticas, dirigida pelo produtor cultural e professor de música Ivaldo Guimarães Torreão Júnior. Essa parceria tem sido essencial para conduzir o projeto, pois, além da colaboração durante as apresentações, fizemos uma análise das políticas culturais e possíveis mecanismos de apoio.

ASCOM: Por que o interesse em compositores nascidos ou radicados no Maranhão?

DL: Acredito que estudar e trazer de volta à circulação o repertório de compositores nascidos ou radicados no Maranhão seria a contribuição mais significativa que eu poderia fazer para o estado que, calorosamente, me acolheu desde que cheguei, em 2009. O mais interessante é que muitas dessas obras, especialmente as de Antonio Luiz Miró, Leocádio Rayol, Elpídio Pereira, João Nunes e Ignácio Cunha, são bem-elaboradas, além de belas, e poderiam plenamente fazer parte do repertório nacional da música de concerto — onde a música maranhense, inclusive, não está inserida.

ASCOM: Na sua opinião, qual a importância de os maranhenses conhecerem essas obras?

DL: É fundamental, pois elas são o objetivo final do nosso trabalho. Os recitais feitos no interior tinham exatamente esse objetivo: levar às pessoas uma parte de seu patrimônio cultural pouco conhecido e, por isso mesmo, desvalorizado. Infelizmente, não temos políticas culturais para a música de concerto no Maranhão. Elas focam apenas na espetacularização das tradições afro-maranhenses com vistas ao turismo, e é assim desde a década de 1980. Poucos são aqueles que reconhecem a verdadeira amplitude da cultura maranhense.

ASCOM: Como funciona a logística de levar o piano nas apresentações?

DL: Na maioria das vezes, levamos um piano digital com sua estante, pedais e banqueta no carro. Fizemos recitais em espaços culturais diversos, desde escolas, restaurantes, bares, hotéis até centros religiosos e de cultura popular. Nesse sentido, estamos contribuindo para ampliar o acesso à música de concerto, pois ela tradicionalmente só ocorre em teatros que contam com infraestrutura adequada.

ASCOM: O que você pensa sobre o ensino e o acesso a instrumentos clássicos?

DL: Não acredito que sejam menos acessíveis. No Maranhão, temos várias escolas de música públicas mantidas por municípios, como em Bacabal, Humberto de Campos, Morros e Caxias, por exemplo. Na capital, temos a Escola de Música Lilah Lisboa de Araújo, todas gratuitas. Em geral, as pessoas associam a música de concerto à elite econômica. Se pararmos para analisar, atualmente, a maioria dos estudantes dessas escolas vem de bairros como Anjo da Guarda, Coroadinho e Madre Deus. A elite econômica hoje consome música popular massiva, como o sertanejo universitário. Basta apenas ver o preço dos ingressos desses shows. Enquanto isso, a pouca música de concerto produzida no Maranhão é oferecida em entrada franca.

ASCOM: Quais e quando serão as suas próximas apresentações?

DL: Temos apresentações agendadas para Porto Alegre, em 24 de abril, obtida por meio de edital do Centro Cultural da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e nos dias 2 e 16 de maio no Rio de Janeiro. Ainda não temos recitais agendados no Maranhão nas próximas datas; a prioridade agora é finalizar a tese antes de dar continuidade ao projeto. Quem quiser pode acompanhar nosso canal. Também publicamos recentemente dois e-books com as partituras editadas durante a pesquisa.


Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
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Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Gizele Monteiro
Fonte: Daniel Lemos
Última alteração em: 11/03/2019 15:26

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