UFMA

SÃO LUÍS - Em 1923, há exatos 95 anos, no Estado de São Paulo, João da Costa Pimenta liderava uma greve operária para reivindicar salários dignos e melhores condições de trabalho para os trabalhadores do ramo gráfico. A greve durou 42 dias e só cessou quando todas as empresas do estado reconheceram as demandas dos trabalhadores. O impacto dessa greve foi tão grande no país que, além da criação de um sindicato — a União dos Trabalhadores Gráficos —, também foi escolhido um dia para homenagear todos os profissionais gráficos do Brasil: o Dia Nacional do Gráfico, comemorado em 7 de fevereiro.

A Universidade Federal do Maranhão tem uma Gráfica nas instalações da Cidade Universitária. Para conhecer os relatos dos funcionários, a Assessoria de Comunicação da UFMA foi conhecer o maquinário e também ouvir quais são as suas impressões sobre a profissão, como as de Francisco Maciel, impressor que exerce a profissão desde os 13 anos de idade, segundo contou. Funcionário da Gráfica Universitária há 34 anos, Maciel nunca trabalhou em qualquer outra profissão. Para ele, que acompanhou a evolução dos processos de impressão através dos anos até os dias de hoje, o tempo e o convívio na gráfica ensina bastante, mas o diferencial é a prática, de fato.

“O offset ainda estava no início, e ainda não havia computador, trabalhávamos com tipografia. Depois do offset, tudo melhorou. Imagina agora com o computador, né? O maquinário evoluiu. Com o tempo, um trabalho que antes saía monocromático sai hoje com cores de uma só vez, pelo processo digital”, pontuou.

O offset é uma máquina que realiza o processo analógico de impressão por meio de chapas de alumínio fotossensíveis. Como o processo é feito de forma manual, a impressão é conduzida de forma monocromática (uma cor). Para realizar uma impressão colorida, são necessárias várias chapas para cada cor - Ciano, Magenta, Amarelo (Yellow) e Preto (Black ou Key), conhecidos mundialmente como o padrão de cores CMYK. Esse padrão é utilizado em impressões, diferente do Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue), o popular RGB, que é o padrão de cores usado no formato digital.

Quem conhece muito sobre esses padrões é Marcos Cerveira, outro funcionário da Gráfica Universitária. Marcos é formado na área de Comunicação e se tornou diagramador durante o curso. Após concluir a sua graduação, ele começou a visitar gráficas para aprimorar o seu trabalho de diagramação e acabou reaprendendo a utilizar o processo analógico de impressão. Isso o ajudou bastante, já que, ao conhecer o ambiente e as máquinas, conseguiu aprimorar o seu trabalho e elevou ainda mais o trabalho coletivo, facilitando a tarefa de seus colegas e elevando a qualidade dos produtos da Gráfica Universitária.

“Quando cheguei aqui, acabei aprendendo o processo antigo, já que eu estava bastante acostumado com os meios digitais. Fazer mistura, limpar a chapa, tirar e acabar queimando a chapa… é desse jeito, trocam-se experiências, aprendem-se novas nomenclaturas e se envolve de vez com o processo: a partir do momento que você o conhece, você não se preocupa só com a sua ‘ponta’, mas também trabalha de uma maneira que facilite o serviço de quem vai realizar a próxima etapa”, contou.

O trabalho dos profissionais gráficos é essencial para a sociedade, já que, devido a eles, temos informações por meio dos jornais impressos, conhecimento pelos livros, e entretenimento pelas revistas, além de muitas outras funções. Certamente, um “papel” fundamental para a formação de pessoas e da opinião pública no mundo inteiro. Feliz Dia Nacional do Gráfico!

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Rodrigo Bomfim
Última alteração em: 28/02/2019 16:39