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CABO VERDE - Foi finalizado na última quinta-feira, 6, o Trabalho de Campo em Cabo Verde, realizado por 61 integrantes, entre docentes, discentes e técnicos-administrativos da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros e membros da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (SEDUC-MA) e da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (SEDIPOP-MA).

Para o professor Sávio José Dias Rodrigues, um dos integrantes da comissão organizadora, o trabalho de campo foi extremamente proveitoso. "A emoção de nossa chegada e a recepção dada pelos cabo-verdianos mostraram-nos como seriam os nossos quinze dias na ilha de Santiago. As conferências puderam ser um ambiente de debate, as oficinas foram um espaço bem interessante, as apresentações de trabalhos se tornaram lugar de diálogo, bem como os trabalhos de campo no interior da ilha puderam também ser um espaço para conhecer a realidade do país. Outro momento importante foram as vivências realizadas em alguns bairros de Praia, em que professores, estudantes e a população puderam trocar ideias, histórias, etc. Dessa maneira, creio que o trabalho de campo em Cabo Verde foi mais do que o planejado, superou as expectativas", detalhou.

Durante a estada em Cabo Verde, foi realizado, em parceria com a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), o Colóquio Internacional “Políticas Antirracistas no Mundo”, no período de 26 a 29 de novembro. No evento, houve conferências, oficinas e apresentações de comunicações orais. A solenidade de encerramento contou com a presença do Embaixador do Brasil em Cabo Verde, José Carlos de Araújo Leitão.

Paralelamente ao evento, foram realizadas reuniões com o Secretário de Estado para a Educação de Cabo Verde, Amadeu Cruz, e com a administração superior da UNI-CV, além de encontros com grupos de pesquisa da universidade cabo-verdiana para a articulação de investigações conjuntas com a UFMA.

A professora Cidinalva Silva Câmara Neris, integrante da comissão organizadora do evento, destaca a importância dessas atividades. “O trabalho de campo nos possibilitou realizar o caminho, agora no sentido inverso, que nossos ancestrais fizeram séculos atrás, com uma parada na terra dos colonizadores, em Portugal. Nas diversas atividades que realizamos, pudemos ver e viver realidades que conhecíamos apenas dos livros e outras que nem imaginávamos existirem. Sem dúvida, tais contatos produziram amadurecimento, não só pessoal para cada um dos participantes, como também um imensurável crescimento para o curso de Estudos Africanos”, contou.

Ela falou ainda do estreitamento das pesquisas com o campo acadêmico, enfatizando os contatos com os movimentos sociais e grupos comunitários que buscam a transformação política e social de Cabo Verde. “Por outro lado, institucionalmente, portas se abriram para que a UFMA e o Estado do Maranhão, por meio da SEDUC, possam realizar acordos de cooperação técnica com Cabo Verde, por meio do Ministério da Educação. Esses acordos possibilitarão que essas duas sociedades de origens comuns, mas com muitas diferenças, possam contribuir mutuamente para o crescimento científico de suas universidades e para a melhoria da qualidade de vida de seus povos”, disse.

Ao longo do trabalho de Campo, foram realizadas visitas em locais importantes da Cidade de Praia, como a Fundação Amílcar Cabral, o Arquivo Histórico Nacional e a Biblioteca Nacional. A comitiva também visitou locais de outras cidades da Ilha de Santiago como a Casa Amílcar Cabral, o Presídio de Tarrafal, o Forte de São Felipe e a Cidade Velha. Além disso, foram realizadas visitas à Associação Kobom e à Biblioteca Nha Balila.

O estudante do Curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasieliros Erick Reis destaca que a viagem de campo em Cabo Verde foi, sem dúvida, uma realização excepcional, que envolveu não somente estudantes, docentes, técnicos e colaboradores, mas também a própria população cabo-verdiana. Ele diz ter sentido a presença significativa de brasileiros, o que possibilitou um diálogo muito aberto e construtivo.

"Uma coisa que me chamou atenção foi o fato de muitos cabo-verdianos dizerem que nós, brasileiros, e a sociedade de Cabo Verde somos todos irmãos, e se surpreenderam ao saber que no Maranhão havia uma grande quantidade de negros e negras. Com esse trabalho, pudemos construir e reconstruir os rastros da nossa história, e nas subidas e descidas de cada morro, entrando e saindo de cada bairro, víamos um irmão e uma irmã", comentou.

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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cabo Verde - África
Texto: Ascom
Última alteração em: 12/12/2018 14:53