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Debate sobre direitos humanos e pluralidade abre Conferência de Comunicação Cidadã

Publicado em: 22/11/2018

SÃO LUÍS – Em um tom apreensivo e preocupado com o destino da comunicação social e das garantias de direitos diante do cenário sociopolítico atual brasileiro, o professor Alfredo Berno de Almeida, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), discursou na mesa de abertura da XIII Conferência de Comunicação Cidadã (CBCC), que ocorreu na quarta, 21, no auditório Central, localizado na Cidade Universitária Dom Delgado.

Comunicação, Direitos Humanos e Diversidade

Na conferência de abertura, o professor Alfredo Berno abordou a temática “Comunicação, Direitos Humanos e Diversidade”, na qual lembrou que neste ano são comemorados os trinta anos da Constituição Brasileira e, também, os setenta anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem da ONU, caracterizadas pelo surgimento e pela consolidação de normas internacionais de direitos humanos, não importando credo, raça e etnia.

“A mobilização em torno desses objetivos se torna imprescindível neste momento em que são adotadas políticas de inspiração neoliberal, baseadas em ‘doutrinas de choque’, que revogaram direitos trabalhistas, redefiniram o conceito de trabalho escravo, determinaram reduções orçamentárias pelas duas próximas décadas, com efeitos trágicos sobre a educação e a saúde, além de ameaçar a seguridade social”, revelou.

Seguindo a mesma inquietação com a garantia dos direitos humanos no Brasil, Alfredo salienta a criminalização e o “silenciamento” de movimentos sociais.

“As apreensões e os temores que ora nos inquietam dizem respeito ao surgimento de medidas que criminalizam o protesto social, intensificam a repressão ao movimento de pessoas através das fronteiras internacionais e propiciam meios para uma violência extremada contra povos indígenas e tribais e contra populações vulneráveis, como as quebradeiras de coco babaçu, os quilombolas, os ribeirinhos, os ‘palafitados’ e pescadores artesanais, aqui do Maranhão”, desabafou.

Segundo a coordenadora local da CBCC 2018, Rosinete Ferreira, o evento vem para pensar uma perspectiva em que todos os grupos sociais possam dialogar em prol de uma comunicação plural e inclusiva.

“Ao entendermos esses micropoderes e os meandros da comunicação dentro da sociedade em que nos reorganizamos, precisamos pensar em uma sociedade melhor e é nessa perspectiva que o Congresso ocorre, nos grupos de trabalhos da Universidade, recebendo a comunidade acadêmica, mas também os movimentos sociais, com uma relação de troca de saberes objetivando começar uma comunicação possível entre todos os setores e grupos”, disse.

Homenagem ao Professor José Marques de Melo (in memoriam)

José Marques de Melo, um dos principais pesquisadores na área de comunicação no Brasil, faleceu no dia 20 de junho de 2018. Melo é um dos grandes nomes da pesquisa do jornalismo na América Latina. Foram 173 livros publicados, organizados ou editados por ele, muitos deles se tornaram clássicos e referências obrigatórias no estudo da comunicação no país.

Orientado no mestrado e doutorado por José Marques de Melo, o professor Ricardo Alvarenga reafirma a importância que o comunicador teve para a área e celebrou seu pioneirismo no curso de comunicação da UFMA.

“A homenagem ao professor José Marques de Melo se justifica por dois motivos especiais: primeiro, Melo foi o criador da CBCC, lá na Cátedra Unesco-Umesp de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, em 2005. Ele criou esse evento com o intuito de abrir caminho e de iniciar mais uma linha de pesquisa em um campo de atuação dentro da comunicação com o auxílio de outros professores. Segundo, pelo seu pioneirismo, por ter sido um dos colaboradores para a fundação do curso de comunicação social da UFMA, em parceria com a USP. Esse momento de homenagem me deixa muito feliz, porque reconhecemos seus trabalhos e a significância que Marques de Melo tem para o campo da comunicação”, frisou.

Integração entre as Instituições

Representando o Secretário de Direito Humanos e Participação Popular do Maranhão, Francisco Gonçalves da Conceição, o secretário adjunto, Jonata Galvão da Silva, ressaltou a importância de um evento que busca dialogar comunicação atrelada aos direitos humanos.

“Os debates dos últimos meses, em nível nacional e local, revelaram-nos que nunca se discutiram tanto as questões de direitos humanos. Hoje, ele está sendo colocado como forma de romper direitos conquistados e o cenário que temos é de avaliar se podemos ou não debater essas questões nas escolas e universidades. Dessa maneira, quando vemos um congresso que propõe unir a comunicação, os direitos humanos e a diversidade, ficamos extremamente felizes e satisfeitos”, discursou.

Para o Diretor-geral da Faculdade Estácio, Geraldo Siqueira, a integração oportunizará o compartilhamento de saberes e projetos, efetivos para as mudanças sociais.

“Quando temos essa oportunidade de permear os diversos conhecimentos num conjunto entre as universidades públicas e privadas, acredito que estamos no caminho certo, desenvolvendo projetos que vão além dos muros da universidade, impactando os setores sociais. Que esse laço se fortaleça nos grupos de pesquisas e produções acadêmicas, pensando o social e melhorando a condição humana”, contou.

Lembrando os 70 anos dos Direitos Humanos, a reitora Nair Portela destacou a relevância do evento como um momento de integração para a troca de saberes e garantias dos direitos.

“O evento é importante para debater o valor e a importância da comunicação entre as pessoas, povos e instituições trazendo análises de grande impacto para a sociedade civil. Neste momento em que comemoramos 70 anos dos direitos humanos, mobilizamos a comunidade acadêmica e outras instituições, para pensar e estudar a comunicação sobre um outro olhar que não seja o olhar massivo, sobretudo, as estratégias e a circulação dessa comunicação nos movimentos populares. Abordar termos como direitos humanos, diversidades, questões de gênero, cidadania é uma das missões da universidade, principalmente nas públicas”, frisou.

 


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Produção: Gessica dos Anjos
Revisão: Jáder Cavalcante
Fotos: Marcus Elicius
Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Maiara Pacheco
Última alteração em: 23/11/2018 17:07

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